A Sombra do trono

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O sol nascia sobre Montemor, banhando o castelo em tons dourados, mas a paz era apenas aparente. No salão do trono, Afonso estava diante de Crisélia, o semblante sério enquanto discutiam o futuro do reino.

— O tratado com Aquilária precisa ser assinado logo, avó. A água é nossa prioridade — disse Afonso, a voz firme.

Crisélia assentiu, mas seus olhos carregavam preocupação.

— Concordo, mas os nobres estão inquietos. Querem um rei forte, não um príncipe negociador. E Rodolfo não ajuda, espalhando boatos.

Afonso cerrou os punhos, frustrado.

— Rodolfo só pensa em si. Ele não entende o que Montemor precisa.

Crisélia o encarou, maternal, mas severa.

— Então mostre a ele, Afonso. Mostre a todos que você é o rei que esperamos.

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Na vila de Mandrava, Amália trabalhava no tear, os dedos ágeis moldando um pano rústico. O anel que Afonso lhe dera brilhava em sua mão, um lembrete silencioso do baile. Selena, sentada ao seu lado, não resistiu a provocar.

— Ainda pensando no príncipe, hein? Esse anel não sai do seu dedo — disse ela, com um sorriso malicioso.

Amália bufou, sem desviar os olhos do trabalho.

— É só um anel, Selena. Não inventa histórias.

Mas um barulho na rua interrompeu a conversa. Um grupo de mercadores passava, falando alto sobre Montemor e o retorno do príncipe. Amália parou o tear, os ouvidos atentos.

— Dizem que ele tá enfrentando problemas na corte. O irmão dele quer o trono — comentou um dos mercadores.

Amália franziu a testa, um estranho aperto no peito. Sem dizer nada, voltou ao trabalho, mas sua mente já estava longe.

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No castelo, Rodolfo conspirava em um canto escuro com Romero, o nobre de olhar astuto. Uma taça de vinho tremia ligeiramente em sua mão, traindo sua excitação.

— Afonso é fraco, Romero. Todo esse papo de tratado... O povo quer um rei que lute, não que negocie — disse Rodolfo, a voz carregada de ambição.

Romero sorriu, inclinando-se para ele.

— E você seria esse rei, Alteza? Os nobres podem apoiar você... se houver um motivo forte o bastante.

Rodolfo ergueu uma sobrancelha.

— Que motivo?

— Um acidente, talvez. Ou uma doença súbita da rainha. Pense nisso — respondeu Romero, a voz baixa e venenosa.

Rodolfo hesitou, mas o brilho em seus olhos mostrava que a ideia já havia fincado raízes.

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Em Aquilária, Catarina recebia um relatório de seus espiões na sala de mapas do palácio. Demétrio, ao seu lado, lia o pergaminho em voz alta.

— Afonso está firme em Montemor, Alteza. O baile reforçou sua posição, mas há rumores de descontentamento entre os nobres — disse ele.

Catarina tamborilou os dedos na mesa, pensativa.

— Interessante. Se Montemor se dividir, será mais fácil dobrá-los. Envie um emissário ao rei Augusto. Diga que estou disposta a visitar Montemor para “fortalecer o tratado”.

Demétrio hesitou.

— Seu pai pode não gostar disso.

Ela o encarou, fria.

— Meu pai quer paz. Eu quero poder. Ele não precisa saber de tudo.

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De volta a Montemor, Afonso caminhava pelas muralhas, o vento soprando em seu rosto. Cássio, agora recuperado o bastante para andar, o acompanhava, ainda com o peito enfaixado.

— O povo confia em você, Alteza. Mas os nobres... eles sussurram contra o tratado — disse Cássio, a voz rouca.

Afonso parou, olhando para o horizonte.

— Eles não veem que a guerra só traria mais fome? Precisamos da água de Aquilária, Cássio.

Cássio assentiu, mas seus olhos eram sombrios.

— E se Aquilária usar isso contra nós? A princesa Catarina não parece alguém que cede fácil.

Afonso ficou em silêncio, o peso da coroa invisível sobre seus ombros crescendo a cada dia.

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Na vila, o dia terminava quando um cavaleiro inesperado chegou à casa de Amália. Era um mensageiro de Montemor, trazendo uma carta selada com o brasão real. Ela a abriu, reconhecendo a caligrafia de Afonso: *“Amália, preciso de alguém em quem confiar. Se puder, venha a Montemor. Há algo que quero lhe pedir.”*

Selena, espiando por cima do ombro, deu um gritinho.

— Ele te chamou de novo! O que você vai fazer?

Amália dobrou a carta, o coração acelerado.

— Não sei. Mas ele salvou minha curiosidade no baile. Talvez eu deva ir.

Naquela noite, enquanto o fogo crepitava na lareira, Amália tomou sua decisão. Algo a puxava para Montemor — não apenas o príncipe, mas o mistério de um mundo que ela mal conhecia.

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No castelo, Afonso estava em seus aposentos, escrevendo planos para o tratado, quando Crisélia entrou, o rosto pálido. Ela segurou o braço da cadeira, respirando com dificuldade.

— Avó, o que houve? — perguntou ele, levantando-se depressa.

Crisélia sorriu fraco, mas seus olhos estavam distantes.

— Nada, meu neto. Só o cansaço de uma velha rainha. Durma bem.

Ela saiu, mas Afonso ficou olhando a porta, um mau pressentimento crescendo em seu peito.

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