O baile e a promessa

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O castelo de Montemor brilhava sob a luz de tochas e candelabros, preparado para um grande baile em celebração ao retorno de Afonso. Nobres de vestes coloridas enchiam o salão, enquanto músicos tocavam melodias suaves. Afonso, já recuperado, vestia uma túnica azul escura com detalhes dourados, mas seu semblante carregava mais dever que alegria.

Crisélia, ao seu lado, ajustou a coroa em sua cabeça com um sorriso orgulhoso.

— Você está vivo, meu neto. Isso é motivo para festejar. O povo precisa ver seu príncipe forte.

Afonso assentiu, mas sua voz saiu baixa.

— Festejar não apaga a ameaça que paira sobre nós, avó. O ataque na estrada... Alguém não quer a paz com Aquilária.

Crisélia apertou seu ombro, firme.

— Hoje, celebre. Amanhã, lutaremos. Mas cuidado com Rodolfo. Ele anda inquieto.

No canto do salão, Rodolfo conversava com um grupo de cortesãos, uma taça de vinho na mão e um sorriso forçado no rosto.

— Meu irmão voltou, sim. O herói de Montemor. Mas alguém precisa lembrar que um rei também deve ser... divertido, não acham? — disse ele, arrancando risadas falsas dos presentes.

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Em Aquilária, Catarina caminhava pelo jardim do palácio, o vestido verde-escuro arrastando-se pelas pedras. Ao seu lado, Demétrio trazia notícias frescas, a voz cautelosa.

— O príncipe Afonso voltou a Montemor, Alteza. O baile desta noite é em sua homenagem — informou ele.

Catarina parou, um brilho calculista nos olhos.

— Então o tratado ainda está de pé. Meu pai ficará aliviado... mas eu não.

Demétrio franziu a testa.

— O que planeja, princesa?

Ela sorriu, enigmática.

— Por enquanto, observar. Montemor pode ser forte com Afonso, mas toda força tem um ponto fraco. Descubra o dele.

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Na vila de Mandrava, Amália voltava do mercado com um cesto de tecidos, o sol poente tingindo seus cabelos ruivos de dourado. Selena, como sempre, a acompanhava, cheia de perguntas.

— Você não fica pensando naquele príncipe, Amália? Ele te deve a vida — disse Selena, animada.

Amália revirou os olhos, mas um leve rubor subiu às suas bochechas.

— Ele é um nobre, Selena. Vive num mundo diferente. Não penso nele.

Selena riu, incrédula.

— Sei. Por isso você fica olhando pro horizonte toda manhã, né?

Amália abriu a boca para retrucar, mas um barulho de cascos a interrompeu. Um mensageiro de Montemor, montado num cavalo negro, parou diante dela, entregando-lhe um pergaminho selado.

— Por ordem do príncipe Afonso, para a jovem Amália da vila de Mandrava — disse o mensageiro, antes de partir.

Curiosa, Amália abriu o pergaminho. Era um convite para o baile em Montemor, escrito na caligrafia elegante de Afonso, com uma nota pessoal: *“Quero agradecer você pessoalmente. Venha, se puder.”*

Selena deu um gritinho, empolgada.

— Um baile! Você vai, né?

Amália hesitou, o coração acelerado.

— Não tenho roupas pra isso. E o que eu ia fazer num castelo?

Mas, no fundo, a ideia de rever Afonso a intrigava mais do que ela admitia.

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No baile, Afonso circulava entre os convidados, cumprimentando nobres com cortesia forçada. De repente, a porta do salão se abriu, e Amália entrou, hesitante. Vestia um vestido simples de linho verde, emprestado de uma vizinha, mas sua presença natural chamou a atenção de todos. Afonso a viu imediatamente, um sorriso genuíno iluminando seu rosto.

Ele se aproximou, inclinando-se ligeiramente.

— Você veio. Não achei que aceitaria.

Amália cruzou os braços, tentando esconder o nervosismo.

— Vim por curiosidade. E pra ver se você cumpre promessas, Alteza.

Afonso riu, oferecendo a mão.

— Então me deixe cumprir uma agora. Dance comigo.

Ela hesitou, mas acabou aceitando, e os dois começaram a dançar, os passos desajeitados dela contrastando com a postura elegante dele. Os olhares curiosos dos nobres os seguiam, mas, por um momento, era como se só existissem eles no salão.

— Você não pertence a esse mundo, pertence? — perguntou Afonso, a voz suave.

Amália o encarou, direta.

— Não. E você parece preso nele.

Ele ficou em silêncio, as palavras dela acertando em cheio.

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Enquanto isso, Rodolfo observava a cena com desdém, aproximando-se de um nobre chamado Romero, um homem de olhar astuto.

— Meu irmão dança com uma plebeia. Que rei ele vai ser, hein? — disse Rodolfo, sarcástico.

Romero ergueu uma sobrancelha.

— Um rei fraco, talvez. Mas você, Rodolfo... poderia ser diferente.

Rodolfo sorriu, a semente da ambição começando a brotar.

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O baile terminou tarde, e Afonso acompanhou Amália até a saída do castelo. Sob o céu estrelado, ele parou, tirando um anel simples de seu dedo e oferecendo a ela.

— Por tudo que fez por mim. Não é muito, mas é meu — disse ele.

Amália pegou o anel, surpresa.

— Não precisava. Mas... obrigada.

Ela se virou para ir, mas Afonso a chamou.

— Amália, se precisar de mim, estarei aqui.

Ela sorriu, um raro momento de vulnerabilidade.

— E você, Alteza, se precisar de alguém pra te tirar da floresta de novo, sabe onde me encontrar.

Com um último olhar, ela partiu, deixando Afonso com uma sensação que ele ainda não entendia.

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