SCRIPT CONTRATADO
Clarissa surgiu no quarto como um furacão, segurando uma revista de eventos sociais e batendo o dedo animadamente sobre uma página brilhante.
"Meninas, preparem-se! Acabei de descobrir a oportunidade perfeita para colocar Ariane no radar de Tomás!"
Poliana e eu trocamos um olhar curioso enquanto ela se jogava na cama, exibindo a matéria.
"Um baile beneficente?" Poliana leu em voz alta, franzindo a testa. "O que isso tem a ver com o nosso plano?"
Clarissa revirou os olhos, como se a resposta fosse óbvia. "É um evento cheio de gente importante! Celebridades, empresários, influenciadores… e, claro, Tomás estará lá. Se Ariane aparecer deslumbrante, ele não vai conseguir tirar os olhos dela."
Suspirei, já sentindo a pressão. "E como exatamente eu vou conseguir um convite para isso?"
Clarissa sorriu de canto. "Querida, eu conheço as pessoas certas. Considerem isso resolvido."
Na noite do baile, o salão brilhava com luzes douradas e cristais reluzentes. O ambiente parecia saído de um filme, e meu coração batia acelerado dentro do vestido longo que Poliana e Clarissa me ajudaram a escolher.
"Respira fundo, Ariane," Poliana sussurrou, ajeitando um fio de cabelo solto meu. "Você está incrível."
Clarissa assentiu. "Exato. Agora, vamos fazer com que Tomás perceba isso."
O salão estava repleto de pessoas elegantes e garçons circulavam com taças de champanhe. Não demorou muito para que eu avistasse Tomás, cercado por alguns conhecidos e, claro, Rebecca, que ria exageradamente ao lado dele.
"Agh, essa garota não perde tempo," resmungou Poliana. "Mas não se preocupa. Hoje é a sua noite."
Antes que eu pudesse responder, Clarissa deu um leve empurrão em minhas costas. "Hora de brilhar, Ariane."
Engoli em seco e me virei… apenas para dar de cara com Tomás, que agora me observava com um olhar surpreso.
"Ariane?" ele ergueu uma sobrancelha, parecendo intrigado. "Não esperava te ver aqui."
Sorri, tentando manter a compostura. "Surpresa."
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Tomás estendeu a mão para mim, com um sorriso sugestivo nos lábios. "Já que está aqui, que tal uma dança?"
Meu coração deu um salto no peito. Olhei de relance para Poliana e Clarissa, que me incentivaram com olhares ansiosos. Inspirando fundo, aceitei a mão de Tomás e fui conduzida até o centro do salão.
Enquanto dançávamos, tentei puxar conversa para dissipar o nervosismo. "Estou surpresa que você esteja aqui também."
Tomás sorriu levemente. "Era importante para mim ajudar a causa do leilão. É um evento que minha família sempre apoiou."
Fiquei observando-o por um instante, percebendo um lado mais sério e comprometido que eu não esperava. Talvez houvesse mais em Tomás Guedes do que apenas fama e holofotes.
Assim que a música terminou, um aplauso leve preencheu o salão, e eu me preparei para me afastar. Mas antes que eu pudesse dar um passo para trás, uma voz conhecida cortou o momento.
"Que surpresa ver vocês dois tão próximos assim."
Virei-me e encarei Heitor, que nos observava com um sorriso afiado. Seus olhos pousaram sobre mim, avaliando-me, antes de se voltarem para Tomás.
"Ela seria sua nova conquista, irmão?" Heitor perguntou com um tom malicioso.
Tomás estreitou os olhos e cruzou os braços. "Não seja ridículo, Heitor."
Senti meu rosto esquentar, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Heitor sorriu para mim, com um brilho divertido no olhar. "Bem, devo dizer que estou impressionado. Você realmente sabe como chamar atenção."
Cruzei os braços, tentando me manter firme. "Eu só estou aproveitando a noite. Como todos aqui."
Heitor sorriu para mim, com um brilho divertido no olhar — e um toque de ironia.
"Desculpa, mas já nos conhecemos? Seu rosto me parece vagamente familiar..."
A provocação bateu fundo. Eu o encarei, sentindo a raiva e a confusão borbulharem por dentro.
"Acredito que não." rebati em voz baixa.
Ele apenas riu, dando de ombros como se não se importasse. "Se diz você... Acho que devo ter me enganado."
Tomás deu um passo à frente, se colocando levemente entre nós. "Vai incomodar alguém ou já terminou por aqui?"
Heitor ergueu as mãos em falsa rendição. "Só estou apreciando a cena. Mas divirtam-se."
Ele se afastou, mas a tensão pairou no ar por um momento. Em vez de seguir Tomás de volta à pista, fui atrás de Heitor. Encontrei-o encostado em uma das colunas, observando o salão.
"Vai fingir por quanto tempo que não me conhece?" perguntei, cruzando os braços.
Heitor arqueou uma sobrancelha, surpreso, e então sorriu de canto. "Ah, então você me reconheceu."
"Desde o primeiro olhar."
Ele riu, oferecendo a mão. "Quer dançar?"
Hesitei por um momento, e então estendi minha mão. Se aquilo era um jogo, eu também sabia jogar.
Quando nossas mãos se tocaram, Heitor sorriu, me puxando com delicadeza para a pista.
"Você é bom em provocar o seu irmão.," comentei, tentando manter o tom leve.
"Você também." ele retrucou, girando-me com um movimento fluido. "Ele não parou de te olhar desde que você chegou."
Enquanto dançávamos, a tensão entre nós parecia crescer a cada passo. Era como se aquela dança fosse um campo de batalha silencioso, onde palavras eram dispensáveis.
A música terminou, e Heitor me soltou como se aquela dança tivesse sido apenas mais um movimento em seu jogo particular. Ele desapareceu entre os convidados, deixando para trás o rastro de um mistério que me instigava mais do que eu queria admitir.
Mas eu não ia deixá-lo sair assim tão fácil.
Me afastei da pista e atravessei o salão, ignorando os olhares e os sons ao redor. Quando alcancei a sacada, lá estava ele — encostado no parapeito, tragando um cigarro, como se nada tivesse acontecido.
"Você sempre age assim?" perguntei, firme, cruzando os braços.
Heitor virou levemente o rosto, com um sorriso cínico. "Assim como?"
"Finge que não conhece alguém e, minutos depois, a chama para dançar como se fosse a coisa mais natural do mundo."
Heitor soltou uma risada baixa, apagando o cigarro. "Acredite, tem coisas que é melhor manter em segredo. Pelo menos por enquanto."
"Aliás, você está linda esta noite, Ariane."
O comentário inesperado me pegou de surpresa. Meu coração acelerou e, por um segundo, me faltaram palavras.
Baixei o olhar, tentando disfarçar o rubor que tomava meu rosto.
"Espero que saiba usar isso a seu favor," ele completou, se virando em minha direção, a voz mais baixa e provocativa.
Antes que eu pudesse responder — ou entender o que ele realmente queria dizer com aquilo — uma voz familiar ecoou atrás de nós.
"Estou interrompendo alguma coisa?" Tomás perguntou, os olhos alternando entre nós dois.
Senti o peso do olhar dele, e o clima naquela sacada ficou insuportável. Respirei fundo e o encarei.
"Você pode me levar embora?"
Tomás pareceu surpreso, mas assentiu. "Claro. Vamos."
Voltamos ao salão em silêncio. Heitor permaneceu onde estava, observando nossa saída. Quando chegamos à entrada do evento, uma pequena multidão de fotógrafos já se aglomerava do lado de fora. Assim que colocamos os pés na escadaria, os flashes começaram a disparar. Câmeras clicavam freneticamente, e eu automaticamente me aproximei mais de Tomás.
Ele pousou a mão nas minhas costas, guiando-me até o carro com naturalidade. Um gesto simples, mas que, naquele momento, parecia carregar mil significados.
Mas mesmo no silêncio, eu sabia: o jogo estava só começando. E agora… todos estavam prestando atenção.
"Acho que agora você está oficialmente no radar." – ele tentou fazer uma piada.
Dentro do carro, enquanto as luzes da cidade passavam pela janela, uma mistura de insegurança e excitação tomou conta de mim.
O holofote estava sobre mim agora.
E eu estava determinada a aproveitar cada segundo — mesmo que isso significasse me perder no jogo que estava prestes a começar.
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Atualizado até capítulo 23
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