capitulo 2

Capítulo 2 – Treinamento e Tentação

Acordei com o som de tiros.

Não de guerra, mas de treino. A mansão Ventura possuía um campo de tiro subterrâneo que funcionava desde o nascer do sol até o cair da noite. Léo e os soldados estavam sempre lá, treinando, testando armas, simulando combates. Eles viviam prontos para matar.

Eu... não.

Não sabia segurar uma arma direito, muito menos disparar sem tremer. Mas isso estava prestes a mudar. Porque o mundo que me cercava agora não aceitava fragilidade. Ou você se adapta… ou morre.

E eu não pretendia morrer tão cedo.

— Levanta, Cibernética — disse Léo, batendo com o punho na porta do meu quarto. — Hoje você vai aprender a atirar.

Rolei os olhos. — Não tem café da manhã primeiro, não?

— Tem. Bala de 9mm.

Me vesti com uma legging preta, camiseta justa e amarrei o cabelo num coque alto. Queria parecer durona, mas minhas mãos tremiam só de pensar em pegar numa arma de novo. A última vez, quase deixei ela cair no chão.

Léo me esperava no elevador com um olhar preguiçoso e sexy demais pro meu gosto. Usava uma camisa cinza colada no corpo e calça tática. Ombros largos, tatuagens escapando pela gola, cabelo bagunçado de propósito. Ele era o pecado em forma de homem.

E eu já estava pecando só de olhar.

— Você quer mesmo que eu vire uma criminosa completa? — perguntei, cruzando os braços.

— Não. Eu quero que você saiba se defender. O mundo aqui fora não é só feito de códigos e firewalls, princesa.

Princesa. Ele adorava me provocar com esse apelido.

No campo de tiro, o cheiro de pólvora impregnava o ar. Léo me entregou uma pistola. Pesada. Gelada. A arma parecia rir da minha cara.

— Mãos firmes. Postura ereta. Olhos na mira, não no alvo — ele disse, se posicionando atrás de mim.

Senti seu corpo colar no meu, o calor dele queimando minhas costas. Suas mãos cobriram as minhas com firmeza.

— Relaxa os ombros — ele murmurou no meu ouvido. — Isso. Agora respira. Mira. E atira.

Eu puxei o gatilho.

O recuo me fez dar um passo pra trás, direto contra o peito dele.

— Merda! — soltei, surpresa.

Ele riu baixinho. — Já vi velhinhas com mais firmeza que você.

Virei o rosto pra encará-lo. Estávamos tão perto que nossos narizes quase se tocaram. O mundo ao redor sumiu por um instante. Só existíamos nós dois e aquele campo de tensão invisível e elétrica.

— Para de me olhar assim — sussurrei.

— Assim como?

— Como se quisesse me devorar.

— E se eu quiser?

— Vai ter que merecer.

Naquela tarde, treinei até meus braços doerem. Léo me fazia repetir disparo após disparo. Ele corrigia cada erro com toques suaves e instruções diretas. E aos poucos, fui pegando o jeito.

No fim do treino, consegui acertar três tiros no centro do alvo.

— Nada mal, Cibernética — ele disse. — Talvez você não seja só um rostinho bonito e um cérebro de gênio.

— E você talvez não seja só um idiota arrogante com um sorriso canalha.

Ele arqueou uma sobrancelha. — Você gosta do meu sorriso?

— Não respondo sem a presença do meu advogado.

Rimos.

E foi aí que ele deu mais um passo na minha direção. Agora não tinha mais espaço entre nós.

— Me diz a verdade, Ana. Você quer que eu te beije de novo?

— Não.

— Mentirosa.

Seus lábios encostaram nos meus. Um toque suave no início, depois um beijo mais intenso, faminto, como se ele tivesse esperado dias por aquilo. E eu correspondi com a mesma urgência.

Minhas mãos agarraram a gola da camisa dele. A dele desceram pelas minhas costas até segurarem minha cintura com força. O beijo se aprofundou. As línguas se encontraram, se provocaram, se reconheceram.

Mas então ele parou.

— Não aqui — ele disse, ofegante. — Não no campo de tiro.

— Então onde?

Ele me encarou, os olhos negros cheios de promessas perigosas.

— No meu quarto.

Duas horas depois, bati na porta do quarto dele.

Eu devia ir embora. Eu sabia disso. Mas meu corpo estava em chamas desde aquele beijo. Eu queria mais. Precisava mais. Talvez fosse o perigo, a adrenalina, ou a carência acumulada de anos presa entre cabos e comandos... Mas naquela noite, eu queria ser só Ana Clara. Não a hacker, não a arma, não a peça valiosa.

Queria ser mulher.

Ele abriu a porta e me puxou para dentro com força. Me prendeu contra a parede e me beijou como se o mundo estivesse desabando. Suas mãos exploraram meu corpo com calma, depois com voracidade. Meus dedos arrancaram a camisa dele, revelando músculos definidos e tatuagens que pareciam contar uma história.

— Espera — sussurrei, ofegante.

Ele congelou.

— Eu nunca... fiz isso antes — confessei.

Seus olhos escureceram. A respiração dele falhou por um segundo.

— Você é virgem?

Assenti, corando.

Ele segurou meu rosto com as duas mãos, com um cuidado que nunca imaginei que existisse nele.

— Então vou te mostrar o que é prazer de verdade — murmurou. — Mas só se você tiver certeza.

— Eu esperei tempo demais. Agora... eu quero. Quero tudo.

Ele sorriu. Aquele maldito sorriso canalha. Mas agora... ele era só meu.

O que veio depois foi puro fogo.

Léo sabia cada ponto do meu corpo como se tivesse nascido pra isso. Ele começou devagar, me despindo aos poucos, me acariciando como se quisesse memorizar cada centímetro da minha pele. Beijou minha barriga, minhas coxas, entre meus seios. Suas mãos eram firmes, seus toques calculados. Quando finalmente me penetrou, fez com tanto cuidado que me arrancou lágrimas — de prazer e dor misturados.

Mas ele não parou. Me envolveu nos braços, murmurou palavras no meu ouvido, me guiou pelo prazer como se fosse meu único mapa.

E quando meu corpo finalmente se rendeu, gritando o nome dele, senti algo que nunca havia sentido.

Liberdade.

Horas depois, estávamos deitados, entrelaçados sob os lençóis. Eu com a cabeça no peito dele, ouvindo o coração ainda acelerado.

— Você vai me quebrar, Ana — ele disse, com a voz rouca.

— Ou talvez eu só esteja te consertando.

— Você é perigosa. Muito mais do que qualquer arma.

— E você gosta disso.

— Gosto. Talvez até demais.

Sorri, fechando os olhos.

Por um instante, achei que tudo podia dar certo.

Mas então... o telefone dele tocou.

Ele atendeu. Ficou em silêncio por um momento. Depois se sentou na cama, sério.

— O que foi? — perguntei.

Ele me encarou, os olhos sombrios.

— Dogrado. Ele sequestrou um dos nossos. Quer você em troca.

Meu sangue gelou.

O passado estava de volta.

E vinha sedento por vingança.

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