Narrado por Dolores Cunha
A cirurgia demora cerca de três horas, os policiais já vieram falar comigo e foram embora depois do meu depoimento que não foi de grande ajuda, ele também me diz que vai procurar os pais ou familiares da menina, porém tudo esta muito estranho porque a menina foi encontrada sozinha, como se tivesse sido ajudada e abandona ao mesmo tempo.
— Posso cuidar dela por enquanto?
— Olha vou ser honesto com a senhora, nesses casos a assistente social é acionada então não sei dizer a certo, por hora pode sim, amanhã quando a assistente social chegar a senhora pode falar com ela.
— Tudo bem, obrigada, Deus lhe pague meu filho
— Amem senhora, se precisar de algo me procure no batalhão 3, sou o sargento Moreira.
Se despede e sai me deixando ali com o coração na mão e ainda sim a paz invade-me como um bálsamo, logo o médico sai e vem falar comigo o seu semblante está cansado, mas nao desespero-me e aguardo ele dizer-me como foi.
— A senhora é parente da menina?
— Nao senhor, eu apenas a encontrei, ainda sim, me afeiçoei a pequena, pode dizer-me como ela esta?
— No momento não corre perigo, o dano não foi tao grave, o que mais me preocupa no momento e a batida na cabeça não sabemos o dano que pode ter causado, ainda mais pelo tempo que ficou desacordada
— Pobreziha, mesmo não sendo parente farei tudo ao meu alcance para cuidar da pequena doutor tem a minha palavra, posso vê-la?
— Nesse momento não, ela ficará na UTI essa noite, amanhã a senhora pode vir pela manhã e se tudo correr bem ela será transferida para o quarto e precisará de acompanhante.
— Certo doutor, muito obrigada
— Apenas fiz o meu trabalho — ia saindo mais para — antes que eu me esqueça, ela estava com um colar no pescoço com o nome Arabella, acredito que seja o nome da menina, se a polícia perguntar poderia informar por favor?
— Sim claro
Que nome bonito, minha menina, vou cuidar de você — Após falar com o médico ligo para minha amiga que vem buscar-me no hospital, conto tudo o que aconteceu e como me sinto para ela e vamos primeiro à delegacia, preciso contar ao sargento o nome da menina, depois ela deixa-me em casa. Eu ligo para minha patroa e digo que uma familiar sofreu um acidente e precisará de mim amanhã, como é sábado ela diz que não tem problema e me da, o dia de folga.
Vou dormir pensando na menina e acordo cedo, porque quero chegar antes da assistente social, Rita minha alma vem comigo, ela tem carro sempre que estou em apuros sei que posso contar e assim, nos ajudamos, Rita é uma mulher mais estudada, trabalha em uma loja como gerente, já ta quase aposentando, tem dois filhos já grandes e sempre que precisava eu cuidava deles para ela trabalhar.
— Vai dar tudo certo Dolores, a menina vai estar bem, Deus sabe o que faz, tudo tem um propósito!
— esta certa Rita, Ele sabe o que faz
Pergunto de Arabella na recepção e me dizem que ela esta no quarto, passou bem a noite, com a informação vou ate a pequena que ainda dorme serena, fico ao seu lado um pouco e faço carinho no rostinho machucado.
—Ela é linda!
— É mesmo, o que será que aconteceu com ela?
Nesse momento sinto as suas mãos mexerem e a olho com carinho e expectativa, de vagar a pequenina vai abrindo os olhos como se apenas estivesse a dormir, me olha com os olhinhos perdidos e confusos, como se não entendesse o que esta acnteceno tenta se levantar e faz uma caretinha de dor.
— Fica calma querida é melhor ficar deitada, você ainda está dodoi
— eu vou chamar o médico — Rita diz a sair do quarto enquanto a menina olha-me confusa com os olhos enchendo-se de água, num impulso a puxo para um abraço tentando acalmar o seu coraçãozinho agitado, a solto quando o médico chega.
— Ola Arabella como se sente? — pergunta e a menina ainda não responde panas nos olha
— Pode me ouvir? — outra vez nada, penas comeca a chorar e me abraça — calma fique tranquila eu sou medico so quero ajudar — ela balança a cabeça negando
— I don't understand (eu não entendo) — ela diz baixinho e eu não entendi nada o médico olha espantado e tenta novamente
— I'm a doctor, I want to help you (eu sou um médico, quero ajudá-la) — Ela se acalma um pouco ainda segurando a minha mão — Do you remember anything Arabella? (não se lembra de nada Arabella?)
— Who is Arabella? (quem é Arabella) — pergunta minha menina, e sinto que tem algo errado
— It's you, I think, excuse me (é você, eu acho, com licença) — ele se aproxima dela aos poucos com uma lanterna verificando os reflexos dos olhos — Don't you remember anything? (não se lembra de nada?)
— No (não)
— o que foi doutor? — Já pergunto agoniada com a situação da pequena que não solta minhas mãos por nada
— Parece que ela não se lembra de nada, teremos que fazer alguns exames, vou chamar o neurologista, ela deve ser de outro país, só fala inglês...
— Minha nossa, menina o que aconteceu com você, minha filha — eu a abraço apertado fazendo carinho no corpinho tenso de medo, aos poucos vai relaxando, ao contrário do meu coração que se aperta ao ver a assiste social entrar no quarto.
— Bom dia eu sou a Margarete, a senhora deve ser a pessoa que a encontrou certo?
— sim, eu mesma
— agradeço o serviço prestado a garota, agora as autoridades se encargam, não tomaremos mais do seu tempo.
— Não senhora, acho que a senhora entendeu errado, eu quero ficar com a menina!
— Receio que não seja possível, ela provavelmente tem família, e se não tiver há um protocolo a se seguido!
— Não me importo senhora, eu quero ficar com ela até a família ser encontrada, não vou deixar minha minina sofrer mais tratos ou abandono — como se entendesse que algo estava para acontecer a pequena se agarrar ao meu corpo já chorando
— please don't leave me! don't leave me mama
— Stay calm, girl, I won't hurt you — a tal Margarete tentou se aproximar mas a garotinha chorou mais alto com medo e nesse momento o médico entrou novamente no quarto acompanhado do neurologista.
— O que está acontecendo aqui? Por que ela está chorando?
— estávamos conversando sobre a guarda dela e não sei se ela entendeu, logo se agarrou a senhora Dolores a pedindo para não a deixar e chamando de mamãe, o que tem a menina doutor?
— Bom aqui está o Dr, Fábio, ele é neurologista e fará mais alguns exames, mas aparentemente Arabella está com amnésia e se apegou bastante com a senhora Dolores, que a cuida com muito carinho.
— Entendo, Dr. Fábio, qual o seu parecer? Se após o tratamento a levarmos para outro local seria benéfico ou seria pior? Entendam eu não sou um monstro, porém eu tenho que seguir os protocolos e tomar uma decisão racional...
— Entendo completamente, farei alguns exames na pequena, porém posso afirmar que com o trauma vivido e o trauma que está enfrentando no momento, a afastar de seu porto seguro provavelmente teria consequências negativas em seu tratamento e psicológico
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Atualizado até capítulo 47
Comments
Hosana Gessica Hernandes
gostei muito 🩷.
2025-04-03
0
Marta Monteiro
❤️❤️❤️ amando ❤️❤️❤️
2025-04-03
1