O segundo dia de aula chegou mais rápido do que Mili esperava. Ela e Marcela caminharam juntas até o prédio principal, onde aconteciam as aulas.
Mili parou diante da porta da sala, respirando fundo.
— Eu não sei se consigo.
Marcela revirou os olhos com um sorriso leve.
— Mili, você vai deixar o Bryan vencer assim fácil?
Mili abaixou a cabeça, envergonhada.
— Eu só… não quero chamar atenção.
Marcela segurou sua mão e apertou de leve.
— Vai ficar tudo bem. E se alguma coisa acontecer, eu estou aqui.
Mili respirou fundo mais uma vez e, finalmente, entrou.
O primeiro olhar que capturou sua atenção foi o de Bryan. Ele estava jogado na cadeira, com um sorriso de canto, como se já soubesse que ela estaria ali.
Ao lado dele, os outros populares riam e conversavam alto.
E então, seus olhos encontraram Ethan.
Diferente dos outros, ele não parecia se divertir com a situação. Seu olhar era calmo, mas curioso.
Mili sentiu o estômago se revirar.
— Vamos sentar lá no fundo. — Marcela disse, percebendo o desconforto da amiga e puxando-a pelo braço.
Elas estavam quase se acomodando quando Ethan se levantou e veio até elas.
— Ei.
Mili olhou para ele, hesitante.
— Oi.
Ethan sorriu de leve.
— Ontem eu procurei você, mas não te encontrei. Você está bem?
Mili piscou, surpresa.
Ela não esperava que alguém como Ethan se preocupasse com ela.
— Sim… estou bem.
Ethan a analisou por um momento, como se tentasse decidir se acreditava ou não.
— Bom, que bom. Se precisar de algo, eu estou por aí.
Mili apenas assentiu, sem saber o que dizer.
Marcela, por outro lado, cruzou os braços, desconfiada.
Ethan lançou um último olhar para Mili antes de voltar para o seu lugar.
Marcela esperou ele se afastar e então se virou para a amiga com um sorriso sugestivo.
— Você nem começou as aulas direito e já tem o garoto mais disputado da escola vindo falar com você.
Mili corou.
— Não é nada disso. Ele só foi educado.
Marcela riu.
— Aham. Sei.
Enquanto isso, do outro lado da sala, Bryan assistia à interação com um olhar afiado.
Ethan não costumava sair do seu caminho para falar com qualquer um.
E aquilo o incomodava mais do que gostaria de admitir.
Capítulo 7 – Quebrando as Regras
Desde o momento em que Mili entrou na sala, Bryan e seus amigos não deram trégua.
Tudo começou com sussurros e risadas abafadas.
Depois vieram os comentários provocativos.
— Nossa, achei que os novatos tinham que fazer uma apresentação na frente da turma. Ou será que alguns têm privilégios? — Uma das garotas populares disse, olhando diretamente para Mili.
— Se for pra ser tão sem graça quanto ela, melhor nem perder tempo. — Outro garoto completou, arrancando risadas do grupo.
Mili abaixou a cabeça, fingindo anotar algo no caderno, enquanto Marcela bufava ao seu lado, furiosa.
— Eles são ridículos. — Marcela sussurrou para Mili.
Ethan, por outro lado, tentava se manter alheio. Ele já conhecia Bryan o suficiente para saber que confrontá-lo em público nunca era uma boa ideia.
Mas tudo mudou na troca de professores.
Mili estava se levantando para ajeitar a cadeira quando Bryan, com um sorriso maldoso, esticou discretamente o pé no caminho dela.
O movimento foi sutil, mas o efeito, devastador.
Mili tropeçou e caiu para frente, derrubando alguns livros no chão. O som ecoou pela sala, seguido de um coro de risadas.
— Nossa, você realmente sabe como fazer uma entrada, hein? — Bryan debochou, cruzando os braços.
As risadas continuaram, mas uma voz se sobrepôs a todas elas.
— Dá pra calar a boca, Bryan?
O silêncio tomou conta da sala.
Todos se viraram para Ethan, que agora encarava o amigo com um olhar sério.
Bryan ergueu uma sobrancelha, surpreso.
— O que foi, cara? Foi só uma brincadeira.
— Engraçado, porque ninguém além do seu grupinho parece estar achando graça. — Ethan retrucou, cruzando os braços.
Bryan deu um sorriso divertido, como se achasse aquela situação interessante.
— Ah, entendi. Você tá defendendo ela agora? Desde quando você se mete com gente assim?
Mili sentiu o rosto queimar.
Ethan cerrou os punhos, respirando fundo.
— Desde quando eu não fico quieto vendo alguém agir feito um babaca.
Um murmúrio se espalhou pela sala.
Ninguém falava com Bryan daquele jeito.
Ninguém.
Bryan estreitou os olhos, seu sorriso desaparecendo por um instante.
Olhando de relance para Mili, Ethan pegou um dos livros caídos e o entregou a ela.
— Tá tudo bem?
Mili, ainda surpresa com o que estava acontecendo, apenas assentiu.
E então, antes que Bryan pudesse responder ou aumentar a discussão, o professor entrou na sala.
O clima estava pesado.
Mas Ethan não se arrependeu nem por um segundo.
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Atualizado até capítulo 87
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