Depois do confronto com Jungkook, Sn e Vivi subiram rindo para o quarto, ainda com o efeito do álcool e da adrenalina da noite. Sn se jogou na cama, rindo alto, enquanto Vivi encostava na porta, tentando se controlar, mas o riso da amiga era contagiante.
“Você viu a cara dele? Parecia que ia explodir!” disse Sn, gesticulando exageradamente, as palavras saindo emboladas.
“Como não ia explodir? Você praticamente chamou o padrinho de ‘careta’ na cara dele!” Vivi respondeu, gargalhando.
Sn deu de ombros, ainda rindo. “Ele é muito certinho... vive me olhando com aquela cara de ‘eu sei o que é melhor pra você’. Tipo, calma, padrinho, relaxa um pouco, sabe?”
Vivi cruzou os braços, observando Sn deitada de lado na cama, os cabelos espalhados pelo travesseiro e o rosto ainda um pouco vermelho, tanto pelo álcool quanto pela lembrança da discussão. Mas havia algo mais em Sn, algo diferente que Vivi percebeu pela forma como ela falava sobre Jungkook.
“Tá,” Vivi começou, inclinando-se contra a parede, “mas... quem é esse cara, Sn? Quer dizer, ele não é só um padrinho qualquer, né? Do jeito que você fala dele... sei lá.”
Sn virou-se devagar para olhar para a amiga, os olhos meio turvos, mas com um sorriso travesso no rosto. Ela respirou fundo e soltou um riso baixinho antes de responder.
“Esse cara...” ela começou, balançando a cabeça, como se estivesse tentando organizar os pensamentos confusos. “Esse cara é o Jungkook. Melhor amigo do meu pai. Meu padrinho. O homem mais certinho e chato desse planeta.”
Vivi ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços. “Só isso?”
“Só isso!” Sn respondeu, com um tom defensivo, mas depois deu uma risada que a traiu. “Tá... tá. Talvez tenha mais alguma coisa...”
Vivi sorriu, inclinando-se para frente com curiosidade. “Hum, eu sabia! Me conta, Sn. O que mais tem nesse padrinho?”
Sn colocou a mão na testa, rindo de si mesma, mas havia algo mais sincero no jeito como falava agora. O álcool claramente fazia sua língua se soltar. “Ele é... ele é irritante, sabe? Sempre tem uma resposta pra tudo. Sempre acha que tá certo. E... ele tá sempre lá. Tipo... sempre.”
“Parece que ele se importa, Sn,” Vivi comentou, inclinando a cabeça.
“Claro que ele se importa,” Sn respondeu, ainda rindo, mas a risada começou a diminuir. “Ele é o amigo do meu pai, né? É o trabalho dele se importar.”
Vivi estreitou os olhos, observando a amiga com mais atenção. “Não é só isso, Sn. Se fosse só trabalho, você não estaria aqui falando dele como se ele fosse... sei lá, o centro da sua vida agora.”
Sn ficou em silêncio por um momento, os olhos presos no teto, antes de soltar um suspiro longo. “É que ele me irrita, Vivi. Tipo... muito. Mas, ao mesmo tempo...” Ela se interrompeu, mordendo o lábio.
“Mas, ao mesmo tempo...?” Vivi incentivou, curiosa.
Sn virou a cabeça para olhar para a amiga, os olhos levemente confusos, mas sinceros. “Ao mesmo tempo, ele me faz sentir coisas que eu não entendo. Tipo, quando ele fica sério e começa a me dar bronca, eu fico irritada, mas também... sei lá... meu coração acelera. E eu odeio isso!”
Vivi arregalou os olhos, um sorriso enorme se formando no rosto. “Ahhhh, você tá apaixonada pelo padrinho!”
“Não tô, não!” Sn respondeu rapidamente, sentando-se na cama e apontando para Vivi. “Nem começa com isso, Vivi! Isso é ridículo.”
“Ridículo? Sn, você acabou de admitir que o cara faz seu coração disparar! Isso não é normal!” Vivi provocou, gargalhando.
Sn jogou um travesseiro na amiga, mas acabou rindo junto. “Tá, talvez ele seja... um pouco bonito. Mas isso não significa nada! Ele é meu padrinho, Vivi. Meu padrinho! Isso é loucura.”
“Ah, claro, claro,” Vivi disse, fingindo concordar. “Mas sabe o que dizem, né? A linha entre o amor e o ódio é bem fininha.”
Sn bufou, deitando-se de novo e cobrindo o rosto com o travesseiro. “Para de me zoar, Vivi. Eu tô bêbada. Isso não conta.”
“Conta sim!” Vivi respondeu, rindo ainda mais. “E amanhã, quando você estiver sóbria, a gente vai ter essa conversa de novo. Porque, amiga... você tá completamente ferrada.”
Sn tirou o travesseiro do rosto e olhou para o teto, os pensamentos sobre Jungkook voltando à sua mente. Por mais que quisesse negar, havia algo ali, algo que ela não conseguia explicar. Algo que, no fundo, a assustava.
Mas, por enquanto, ela decidiu deixar o álcool e a conversa com Vivi a distraírem, porque a realidade – e Jungkook – poderia esperar até o dia seguinte.
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Atualizado até capítulo 100
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