Os dias passavam mais rápido do que Sn imaginava. A presença de JK, inicialmente um lembrete constante da ausência de seu pai, começou a se tornar algo que ela secretamente apreciava. Ele não era apenas o amigo leal e confiável de sempre; havia algo diferente no modo como ele interagia com ela agora.
Naquela manhã, Sn estava na cozinha preparando café quando JK apareceu na porta, com o cabelo bagunçado e a camisa ligeiramente amassada, como se não tivesse dormido muito bem. Ele sorriu de forma preguiçosa ao vê-la.
“Você sabe que pode deixar isso pra mim, né?” Ele apontou para a cafeteira.
Sn arqueou a sobrancelha, segurando a caneca. “E perder a chance de reclamar que você só faz café fraco? Sem chance.”
Ele riu, uma risada que soava mais leve do que Sn esperava. “Bom ponto. Mas ainda acho que você gosta de implicar comigo.”
Ela apenas deu de ombros, tentando ignorar como aquele sorriso parecia mexer com ela de uma forma inesperada. “Talvez eu goste mesmo.”
Conforme os dias se acumulavam, os momentos entre eles pareciam se tornar cada vez mais significativos. No começo, eram apenas conversas casuais enquanto dividiam o jantar ou assistiam a algum filme no sofá. Mas, com o tempo, Sn começou a perceber coisas que nunca havia notado antes.
Como a maneira que JK sempre parecia estar atento a ela, mesmo nos detalhes mais bobos. Como ele ria mais quando estava por perto. E, principalmente, como ele parecia querer protegê-la, não apenas por obrigação, mas por algo mais.
Certa tarde, enquanto cuidavam do jardim juntos – uma tarefa que JK insistira em fazer, mesmo sem saber muito do assunto – Sn se pegou observando-o. Ele estava com as mangas da camisa arregaçadas, sujando as mãos na terra enquanto tentava plantar algo que ela já sabia que não iria crescer.
“Você sabe que está fazendo isso errado, né?” Sn provocou, cruzando os braços.
JK olhou para ela, fingindo indignação. “Ah, claro, agora você é uma especialista em jardinagem?”
Ela riu, se aproximando para corrigir o trabalho desastroso que ele havia feito. Mas, ao se abaixar ao lado dele, suas mãos se tocaram por um breve momento, e algo no ar pareceu mudar.
JK ficou imóvel por um segundo, seus olhos encontrando os dela. Sn sentiu o coração acelerar, mas tentou disfarçar, voltando sua atenção para o solo à sua frente.
“Eu… acho que estou atrapalhando mais do que ajudando,” ele disse, quebrando o silêncio, mas sua voz soava mais baixa do que antes.
“Isso não é novidade,” Sn respondeu, tentando aliviar a tensão com um sorriso.
Mas JK não riu como ela esperava. Ele apenas continuou olhando para ela, como se estivesse tentando dizer algo que não conseguia colocar em palavras.
Naquela noite, enquanto Sn estava em seu quarto tentando ler um livro, os pensamentos sobre aquele momento continuavam a invadir sua mente. Era como se algo tivesse mudado entre eles, algo que ela não sabia se estava pronta para enfrentar.
Do outro lado da casa, JK estava sentado no sofá, olhando para a lareira apagada. Ele sempre soube que Sn era especial – não apenas por ser filha de seu melhor amigo, mas porque havia algo nela que o fazia querer protegê-la de tudo. Mas agora, ele estava começando a perceber que essa proteção vinha de um lugar mais profundo.
Um lugar que ele sabia que não deveria explorar.
Mas, como ignorar o que começava a crescer entre eles? Como fingir que não havia algo mais, algo que estava além da amizade e da responsabilidade?
Naquele momento, ambos estavam separados por paredes, mas unidos por um turbilhão de emoções que não poderiam mais negar por muito tempo.
E, no fundo, cada um sabia que o que estava por vir mudaria suas vidas para sempre.
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Atualizado até capítulo 100
Comments
Lucifer
quantos anos os personagens tem?
2025-02-02
0
Jaylma Costa
coloca fotos dos personagens
idade
2025-02-08
1