O Renascimento do General no Mundo Moderno
"Ugh!"
Um homem gemeu suavemente, seu corpo pesado como se suportasse uma carga invisível. Seus olhos escuros se abriram lentamente, olhando ao redor com expressão confusa.
Uma luz branca e brilhante cegou sua vista, seguida por um penetrante odor de antisséptico que lhe coçava o nariz. Tentou se sentar, mas sentiu uma dor aguda no peito que o fez gemer.
"Já acordou?" A voz fria de uma mulher soou de um lado do quarto. Uma voz clara, mas firme, cheia de autoridade e inegável.
O homem se virou, olhando para uma jovem de longos cabelos negros presos com cuidado. Vestia um jaleco branco, seu rosto era bonito, mas frio como mármore esculpido. Seus olhos afiados o observavam com atenção, como se estivesse estudando um sujeito de experimento.
"Quem é você? Onde estou?" perguntou o homem com voz rouca, tentando compreender a situação. Apalpou seu corpo e a surpresa encheu seu rosto. "Por que este lugar... é tão estranho? É o céu? Ou... o inferno?"
A mulher cruzou os braços, uma sobrancelha arqueada. "O céu? Está brincando? Isto é um hospital." Aproximou-se, verificando seus batimentos cardíacos com um estetoscópio. "Mas, vendo como você estava prestes a morrer, suponho que mereça pensar que já está no inferno."
O homem ficou congelado. Hospital? Inferno? Essas palavras lhe eram alheias. Sua mente girava, lembrando-se do campo de batalha, das espadas, do sangue. No entanto, o corpo que habitava lhe parecia estranho. Muito diferente do seu, antes cheio de músculos e cicatrizes de guerra. Sua mão tateou seu próprio rosto. Sua pele era suave, sem vestígios de cicatrizes.
"O que aconteceu com o meu corpo?!" exclamou.
A mulher olhou para ele com rosto impassível. "Talvez você devesse me explicar quem você é antes de responder a essa pergunta estúpida."
O homem ficou em silêncio. Suas memórias retornaram à última batalha, quando o corpo foi atravessado pela lança do inimigo. Era para estar morto. Mas agora, encontrava-se em um mundo desconhecido, com um corpo que não era o seu. O grande general Li Yuanting agora se encontrava no corpo de um homem estranho. Este mundo... o que realmente tinha acontecido?
O homem de repente agarrou a cabeça com força, gemendo de dor. Uma onda de agonia o atravessou como um raio em meio à tempestade. Sua respiração tornou-se irregular e seu corpo tremia violentamente.
A mulher, que continuava de pé ao seu lado, se surpreendeu por um momento, mas manteve sua expressão fria. "O que está acontecendo? Você...?"
"Aaaagh!" gritou o homem, sua voz ressoando no quarto.
Em sua mente, flashes de memórias alheias começaram a emergir como fragmentos de cristal que se cravavam em seus pensamentos. Viu um jovem, de corpo magro, seu rosto atraente marcado por hematomas.
O jovem era tratado como um cão vadio em uma enorme e luxuosa casa. Humilhado por seu meio-irmão, Félix, que lhe ordenava limpar a sujeira do chão. Mãos cruéis esbofeteavam seu rosto sem piedade, jogando-o no chão.
"Maldito lixo inútil! Você não passa do filho de uma criada barata! Até meu cachorro é mais útil que você!" A voz de Félix ressoava em sua cabeça, cheia de zombaria.
A cena continuou. O jovem era espancado até sangrar por Félix e seus amigos, seu corpo jogado como um boneco de trapo. Então apareceu uma bela mulher—sua esposa, Clara. Mas, em vez de ajudá-lo, ela estava ao lado de Félix, rindo.
"Por que eu deveria me preocupar com você? Você nem é digno de ser meu marido. Você é apenas uma ferramenta que posso jogar fora quando quiser", disse com desprezo.
A imagem se tornou mais tortuosa. Sua esposa—Clara—beijando apaixonadamente Félix no mesmo quarto, humilhando-o sem piedade. A lembrança fez seu sangue ferver e a velha ira enterrada no profundo do seu ser voltou a acender-se.
Então apareceu a figura de uma senhora idosa, frágil e ferida. Era sua mãe. A mulher que lhe havia dado à luz, agora transformada em serva na casa de sua própria família. Insultada, obrigada a esfregar o chão em frente aos seus convidados.
"Eu só quero que você seja de alguma utilidade para esta família. Não seja um fardo. Você sabe qual é o seu lugar, não é?". A voz de Zhao Rong, o patriarca da família Zhao, soava fria e insensível.
A dor na cabeça do homem atingiu seu pico até que finalmente desabou de novo na cama. Seu corpo estava coberto de suor frio, mas seus olhos agora ardiam com um brilho de profunda ira.
Essa última lembrança o atingiu como uma tempestade imparável. O homem agarrou a cabeça com ambas as mãos, apertando os dentes para conter a dor lancinante.
As últimas imagens do dono deste corpo começaram a se esclarecer, como fragmentos de um espelho que agora se uniam.
Viu a si mesmo—ou melhor, o dono deste corpo—cambaleando em meio a uma densa floresta, o corpo cheio de feridas. O sangue gotejava de sua têmpora e do canto de seus lábios. Suas mãos tremiam enquanto tentava se levantar, mas suas pernas já não podiam suportar o peso.
"Por que estão fazendo isso comigo?", ouviu-se a voz do jovem, cheia de dor e desespero. Diante dele estavam duas pessoas que conhecia muito bem: seu meio-irmão, Félix, e sua esposa, Clara.
Félix sorriu friamente, com uma barra de ferro ainda manchada de sangue na mão. "Por quê? Porque você não merece estar nesta família. Você não passa de lixo, Ethan. E como qualquer outro lixo, seu lugar é no fundo do barranco".
Clara, que estava de pé ao lado de Félix, apenas sorriu docemente. "Você deveria ter sabido desde o início, Ethan. Eu nunca te amei. Você era apenas uma ferramenta que eu precisava para entrar na família Zhao. Agora, eu tenho o que quero. Adeus".
Ethan tentou gritar, tentou lutar, mas seu corpo já não tinha forças. Com um forte empurrão de Félix, seu corpo voou em direção ao escuro e profundo abismo. O frio vento da noite lhe chicoteou o rosto enquanto caía e o mundo mergulhou na escuridão.
A lembrança terminou com uma dor lancinante, mas então chegou a luz. Enquanto seu corpo jazia no fundo do barranco, alguém chegou.
Uma bela jovem de longos cabelos negros que caíam suavemente, seu rosto tão claro e frio como a lua cheia. A garota o olhou com uma expressão fria, mas havia um brilho de empatia em seus olhos.
"Ainda vivo", murmurou a garota em voz baixa, como se falasse consigo mesma. Rapidamente se abaixou, verificando o pulso de Ethan. "Que sorte. Se eu chegasse um pouco mais tarde, você poderia estar morto."
Lembrou como a garota tirou seu corpo do barranco com grande esforço. Apesar de sua compleição magra, a garota possuía uma força incrível para arrastar seu maltratado corpo para um lugar seguro. Ela cuidou de seus ferimentos com destreza, mantendo-o vivo até agora.
De volta ao presente, o homem baixou lentamente a mão de sua cabeça. Sua respiração era pesada, mas o olhar em seus olhos agora estava cheio de nova consciência e respeito. Olhou para a bela jovem que tinha diante de si, a mulher que havia salvado este corpo, Evelyn Tang.
"Então... você foi quem salvou este corpo", disse, sua voz profunda e fria, mas com um leve indício de gratidão.
Evelyn estreitou os olhos, olhando-o com desconfiança. "Finalmente está acordado. Mas não sei quem você é na realidade. Seu olhar, sua aura... não são como os do homem que encontrei no barranco naquela noite."
O homem sorriu levemente, um sorriso que não chegou aos seus olhos. "Você tem razão. Já não sou esse homem fraco. Os que jogaram este corpo no barranco, os que humilharam este corpo, pagarão por cada uma de suas ações."
Evelyn o olhou fixamente, tentando compreender a enorme mudança que via. "Seja quem você for agora, você me deve a vida. Então, o que você vai fazer com a vida que eu te dei?"
O homem se pôs de pé lentamente, embora seu corpo ainda se sentisse fraco. No entanto, a aura que emanava dele era inegável. Com um olhar frio e agudo, respondeu: "Farei com que todos eles se ajoelhem diante de mim".
A mulher ao seu lado, que havia testemunhado tudo, começou a perceber que algo ia mal. "Você... você não é um homem comum", disse lentamente, tentando dar sentido ao que estava acontecendo.
O homem levantou lentamente a cabeça, olhando para a mulher com uns olhos penetrantes e frios que irradiavam a aura de um governante. Sua respiração ainda era pesada, mas o tom de sua voz havia mudado, mais profundo e poderoso.
"Sou Li Yuanting. O general mais grandioso que jamais existiu. Ousaram humilhar este corpo, humilhar minha família? Eu juro... se arrependerão. Cada gota de sangue e cada lágrima que este corpo tenha derramado, pagarão com suas vidas!"
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Atualizado até capítulo 80
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