Estava garoando há horas. Pequenos filetes escorriam pelo parapeito da janela, ao lado da minha mesa com vista para um dos muitos pátios do campus. Os dormitórios estavam silenciosos, visto que a maioria dos estudantes já tinha ido embora com o fim do semestre, então, decidi colocar o trabalho em dia. Estava dando uma checada nas estatísticas do Clopzin quando um alerta de e-mail pulou na minha tela de um remetente que eu não conhecia. O assunto dizia "Participante de Mesa- redonda na Conferência TechLabs". Uma onda de excitação inundou-me enquanto eu lia a mensagem. Uma era um pedido para substituir uma desistência de última hora ba TechLabs, a maior conferência de tecnologia do ano.
— Alli...
Ela grunhiu alguma coisa de baixo do cobertor onde estava tirando um cochilo.
— Quer ir para Las Vegas?
— Achei que você estivesse com ressaca.
— Estou, mas acabei de ser convidada para falar na Conferência TechLabs este fim de semana.
Alli jogou a coberta longe e sentou- se
— É sério?
— Muito. Uma pessoa da mesa-redonda sobre CEOs de redes sociais cancelou e eles querem que eu substitua.
— Vamos fazer isso. Com certeza. Essa pode ser uma oportunidade incrível de marketing.
Ela bateu palmas animadamente.
A viagem seria certa, mas como eu poderia deixar passar uma oportunidade de nos colocar sob os holofotes? Que se dane. Eu não iria fazer as coisas pela metade a essa altura.
— Vamos — respondi, imediatamente, tonta com a ideia.
É claro que o networking seria ótimo, mas a ideia de ir para Las Vegas era bem animadora por si só. Se eu ficasse longe dos cassinos ficaríamos bem.
— Excelente, precisamos começar a fazer as malas agora — disse Alli.
— Você está brincando, né?
— Elena Hathaway, você é CEO de uma rede social de moda, representando sua empresa em Las Vegas, a capital do brilho e do glamour. Temos um trabalho sério a fazer.
Ri quando Alli começo a se mexer, perdendo-se em nosso minúsculo closet, jogando na cama aparentemente todos os minivestidos que ela tinha.
— Vou apostar no look de CEO, não no de garota de programa, tudo bem, Alli?
— Você nunca esteve em Las Vegas, queridinha. Confie em mim.
Passamosas próximas horas discutindo sobre roupas enquanto eu comprava a passagens aéreas e preparava o material para a conferência. Mais de 24 horas estaremos em Las Vegas. No dia seguinte, perto do meio-dia atravessei o campus para encontrar-me com Sid. Já tinha passado na hora de ele ter levantado. Não surpreendentemente, Sid eu nos conhecemos online. Eu tinha o conceito, os desings e um pequeno fundo para investimentos iniciais, então, depois de ruminar sobre minha ideia original por algumas semanas, anunciei para o corpo de alunos que estava à procura de um programador para ajudar-me a construir o site. Sid tinha sido o primeiro a responder. Depois de alguns encontros, decidimos fechar a parceria para o projeto.
Bati na porta dele algumas vezes antes que ele finalmente a abrisse. Sid era alto, mais de um metro e oitenta, e, literalmente a pessoa mais magra que eu já tinha visto. Com sua pele escura e grandes olhos castanhos de filhote de cachorro, ele era adorável à sua própria e especial maneira, mas ele estava dolorosamente solteiro desde que eu o tinha conhecido. Eu não era a única que precisava sair mais.
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Sid.
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Naquela manhã, os olhos dele estavam vermelhos e cansados e fiquei pensando, em silêncio, Qual o novo jogo de videogame teria sido lançado. Isso geralmente causava um efeito em sua agenda já irregular de sono.
— Aqui, trouxe café da manhã.
Joguei uma energético para ele que gruniu uma resposta antes de retornar a caverna — uma suíte bagunçada que ele dividia com mais vários ermitões. Eu o segui e sentei-me no sofá.
— E aí?
Ele abriu a lata e acomodou-se na mesa coberta de latas vazias e embalagens de biscoito. Resistiu ao desejo de começar a limpar tudo.
— Eu estou indo para Las Vegas para falar na conferência de arte Labs, então, queria trocar uma ideia com você antes de ir, hoje à noite. Talvez a gente tenha um pico de tráfego por causa da exposição. Só quero ter certeza de que estamos preparados para isso.
— Um pico de que tamanho?
—Não faço ideia, mais de 45 mil pessoas vão participar da conferência. Alli também vai, então, ela também vai fazer a parte de relações públicas.
— OK, vou monitorar as estatísticas e deixar alguns servidores extras preparados para lidar com a sobrecarga. Ele digitou alguma coisa em seu notebook e ligou o computador.
— Já temos isso ou precisamos comprar mais? — perguntei, esperando que conseguíssemos evitar que o site travasse com o mínimo de recursos.
— Sempre podemos ter mais. Está dentro do orçamento?
— Hum, na verdade, não. Essa viagem vai ser no limite.
— Quanto tempo até que esse dinheiro da Angelcom entre?
— Se entrar, não faço ideia. Espero ter uma noção melhor disso quando me encontrar com Max daqui a duas semanas. Acho que costuma levar alguns meses, mas tenho a sensação de que talvez ele consiga fazer as coisas andarem com mais rapidez se tiver realmente interessado.
—Certo, vou dar um jeito, acho. Tenho algumas máquinas antigas por aqui que posso montar rapidinho. Vamos só torcer para que a rede da universidade não caia.
—Faça a sua mágica.
Eu só entendi uns vinte por cento do que eu Sid tinha realmente dito, mas não tinha dúvidas de que ele era um gênio em seu ramo, então, confiava que ele iria se virar. Ele não conseguia acordar antes do meio-dia, nunca, mas o cara podia construir um computador com umas memórias RAM e umas placas-mãe em poucas horas. Além disso o Clozpin tinha se tornado o xodó dele também e, assim como eu, ele trabalhava praticamente só nisso esses dias. Eu era grata pela dedicação dele, mesmo que isso significasse adaptar-me as peculiaridades dele.
— Como estão as buscas por emprego? — perguntei, torcendo para que ele não tivesse tão desmotivado quanto eu para adentrar o mundo real.
— Sem novidades. Não tenho dedicado muito tempo a isso.
Silenciosamente aliviada, deixei por isso mesmo e levantei-me e comecei a limpar.
— Elena, você não precisa fazer isso. Vou limpar hoje, prometo.
— Não se preocupe quanto a isso. Certifique-se de que não vamos ficar off-line pelas próximas 48 horas e estamos quites.
— Combinado.
* * *
Assim que entramos no Wynn, eu soube que Alli tinha razão. Tinha acabado de passar das a noite em que uma sexta-feira e o cassino estava repleto de mulheres sexy usando os menores vestidos que eu já tinha visto. Eu parecia uma freira em comparação a elas . o quarto, Alli tinha me emperiquitado antes de sairmos para explorar o hotel. Eu estava usando um vestido preto justo de listra lateral e escarpins nude e tinha deixado meu cabelo solto, um pouco selvagem e enrolado.
— As meninas aqui provavelmente vão à missa com esse meu vestido, Alli.
— Nem fale. Dê uma levantada.
Ela puxou os seios um pouco mais pra fora de seu curto vestido néon.
Os meus estavam facilmente visíveis sob o decote redondo do vestido. Aparentemente, o estresse não tinha diminuído meus peitos em nada.
— Não, obrigada. Gosto de deixar algumas coisas para a imaginação. Você deveria fazer o mesmo.
— Tanto faz. Como se conhecêssemos alguém aqui.
Ela deu de ombros.
Eu não podia discordar, Aquela poderia ser uma chance de extravasar um pouco, mas isso também podia ser perigoso. Graças a Blake, minha pele já estava ansiando quase dolorosamente por ser tocada, em todos os lugares. Meu vibrador não estava dando conta do desejo que ele tinha inspirado e eu perigosamente perto de levar para casa um primeiro cara parecido com Blake no qual eu conseguisse botar minhas mãos.
Todas as vezes que eu lembrava daquela reunião, meus pensamentos de vagavam para diferentes maneiras de como aquela manhã podia ter se desenrolado, todas terminavam comigo deitada na mesa de reuniões gritando o nome dele. Jesus. Empurrei-o para longe de meus pensamentos. Ele estava na minha lista negra, não na minha listas de coisas a fazer.
Alli distraiu-me, enchendo-me de enfeites alvoroçando-se toda com menos acessórios. Ninguém amava moda mais do que Alli. No começo, eu não consegui entender como ela podia gastar tanta energia com sua aparência, mas, eventualmente, percebi que a moda tinha muito mais a ver com se sentir bem por dentro do que impressionar qualquer outra pessoa por fora, apesar de certamente ajudar nisso também.
Já tinha passado da meia-noite quando pisamos no cassino em direção ao nosso destino: um bar do outro lado. O lugar estava bombando e Alli agarrou minha mão para nos guiar em meio a multidão de pessoas barulhentas e turbulentas.
— Elena!
Diminui o passo, certa de que tinha ouvido o meu nome em meio ao barulho. Eu não podia ser a única Elena ali, mas quando ouvi novamente, virei-me na direção do som e reconheci um rosto familiar. Blake estava parado perto de uma roleta próxima, olhando para mim.
— Merda. Vamos sair daqui.
Desviei o olhar e assumi o comando, com Alli seguindo atrás de mim.
— Espere, quem é aquele?
Alli me parou, causando um pequeno congestionamento atrás de nós.
— Aquele é Blake Landon.
— Uau, o que ele está fazendo aqui?
— Não me importa. Só quero ficar o mais longe possível daquele homem.
—Ele está olhando diretamente pra você, Elena. Vamos só dar um oi.
Alli acenou para ele e arremessou-me em direção à mesa onde ele estava jogando. Por um milagre,ele tinha ficado ainda mais lindo do que eu me lembrava. Com uma camisa preta e um terno cinza ele estava Impecável. intimidador. Sexy para caramba. Respirei fundo e coloquei uma mecha atrás da orelha nervosamente, torcendo para que ele não conseguisse sentir a tensão sexual que era palpável àquela altura.
Íamos resolver aquilo de uma vez e seguir nosso caminho.
— Elena — comprimentou ele com aqueles olhos penetrantes. — Que surpresa.
Fiz meu melhor para não parecer intimidada, mas percebi que estava aprendendo a respiração enquanto os olhos dele examinavam-me de cima abaixo. Cruzei os braços, imediatamente me arrependendo da escolha do traje, mas a tentativa de esconder o decote só destacou ainda mais.
Os lábios dele se abriram de leve quando seus olhos fixaram ali-se por um tempo longo demais.Endireitei-me e parei de olhar, reparando no homem quase igualmente maravilhoso ao seu lado. Ele parecia ser o irmão gêmeo, um pouco mais baixo do que Blake, o cabelo alguns tons mais claro, e os olhos, um mel mais escuro, quase castanho. Ele nos deu um aceno.
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Heath Landon.
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— Elena, sou Heath, irmão do Blake.
Ele deu um sorriso de parar o coração para Alli ela apertou minha mão de leve.
— Prazer em conhece-lo, Heath. Está é Alli Malloy, uma das minhas sócias.— falei, torcendo em silêncio para que aquela apresentação não desse em nada.
Alli parou de olhar para Heath para comprimentar Blake.
— Ouvi falar muito de você, sr. Landon.
Ela sorriu para ele e, depois para mim, erguendo a sobrancelha de leve.
Agora que ela o tinha visto em carne osso, ela entendia o que eu tinha passado, mas sua expressão não tinha nem um pingo de empatia. Eu sabia que ela já tinha uma queda pelo irmão dele e que qualquer chance que eu tinha dela defender-me tinha ido por água abaixo
— Façam suas apostas!
O crupiê soltou a bolinha na roleta.
— Você joga?— perguntou Blake.
— Sim, mas não estou jogando hoje.
Jogar estava fora de questão nessa viagem. Sem contar que aposta mínima naquela mesa era de mil dólares.
— Bom, eu estou. Em quais números você joga?
A bolinha reduziu de velocidade na roda e eu tive uma sensação urgente de que ele devia apostar enquanto ainda podia.
— Hum, nove e um.
Acabei falando meu aniversário, em números que já tinham me dado sorte no passado. Blake colocou fichas de dez mil dólares em cada número e mais alguns outros, segundos antes de a bola parar no número nove. Alli e eu gritamos em uníssono. Meu coração batia enlouquecidamente enquanto eu tentava fazer os cálculos.
— Número nove!
O crupiê entregou a Blake nove fichas coloridas. Blake deu uma ao homem como gorjeta e colocou o restante no bolso. Ele pegou minha mão e o contato e rádio ou por meu corpo. Com o toque dele e a recente Vitória, meu corpo estava sumindo de energia acumulada. Afastamento defensivamente, perplexa com quanto eu desejava o toque dele.
Meus olhos pararam na ficha de dez mil dólares que estava na minha mão, uma quantia maior do que todo o meu histórico de vitórias na roleta combinadas.
— Para que isso?
— Por você ter sido meu amuleto da sorte. Eu não teria ganhado sem você.
Ele me deu um sorriso brincalhão aqui, combinado com o entusiasmo de vê-lo ganhar, quase me fez esquecer o quanto eu ainda estava brava. Talvez esse funcionários com outras garotas, mas eu não seria comprada.
— Não posso aceitar.
Entreguei a ficha de volta para ele.
— Eu insisto. Venha, vamos sair daqui antes que saia outro número.
Relutantemente, coloquei a ficha a minha bolsa e fomos andando sem olhar para trás.
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Atualizado até capítulo 33
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