Enquanto Darius e Arisu caminhavam juntos ao entardecer, a luz suave do sol começava a se esconder no horizonte, trazendo uma atmosfera tranquila ao campus quase deserto. O silêncio envolvente proporcionava um ambiente propício para confidências.
Darius respirou fundo, sentindo que era o momento certo para compartilhar suas preocupações sobre a família Akabane. Ele virou-se para Arisu, seu semblante sério refletindo a gravidade da situação.
— Aquele garoto... Henry Akabane — começou Darius, revelando a tensão que havia surgido na discussão que tiveram mais cedo no campus.
— E por que isso começou exatamente? — Arisu perguntou, lembrando-se da quase briga entre os dois jovens.
— É complicado explicar — respondeu Darius, soltando um suspiro enquanto olhava para o horizonte. O sol continuava sua descida, tingindo o céu de laranja e roxo.
Arisu parou, atenta. Sabia que Darius estava prestes a contar algo importante.
— Nossa família e a dos Akabane têm um histórico de desentendimentos que se arrasta há séculos. Desde sempre houve disputas e desavenças entre nós, e a situação só se agravou com o passar do tempo — ele disse, sua voz calma, mas carregada de uma sombra de dor.
— O que causou essa rixa? — Arisu indagou, tentando entender as raízes do conflito.
— Um grande mal-entendido, segundo meus pais. A raiz da nossa rivalidade remonta a muitos anos, mas a situação nunca melhorou — Darius explicou, seu olhar distante refletindo as memórias dolorosas.
— E por que suas famílias se odeiam tanto? — perguntou Arisu, buscando uma explicação que a ajudasse a compreender.
— Tudo começou com uma disputa por território — Darius respondeu, ainda com o olhar fixo no chão, como se estivesse revivendo cada momento.
— Ah... entendo — murmurou Arisu, começando a captar a complexidade do ódio entre as famílias. Mas sua mente se agitou com uma nova informação.
— E tem também o fato de que os Akabane faziam remédios naturais triturando ossos humanos.
— O quê?! — Arisu exclamou, incrédula. O olhar dela se arregalou, enquanto tentava processar o que acabara de ouvir.
— E há mais. Você conhece a história de Vlad Tepes? Foram eles que o puniram, transformando-o em um nejire, distorcendo toda a narrativa verdadeira sobre os vampiros.
— Você está dizendo que a família Akabane é responsável pelo surgimento do Drácula? — Arisu perguntou, sua voz tremendo levemente. A incredulidade se misturava ao medo.
— Isso mesmo — confirmou Darius, sua expressão permanecendo séria.
— Isso... é demais. Quero dizer, não estou duvidando, mas é tudo tão... chocante — Arisu disse, ainda tentando assimilar a nova realidade que Darius havia revelado.
— Tudo que os humanos conhecem sobre vampiros começou com Drácula, que se tornou a base para quase todas as histórias que vieram depois, distorcendo a verdadeira natureza dos puros-sangues. Ao longo dos anos, mais dessas aberrações de mortos-vivos surgiram, usando o nome de Drácula, mesmo que não fosse o deles.
— Então essa é a verdade que as pessoas desconhecem... — murmurou Arisu, seus olhos arregalados, enquanto tentava processar a profundidade das informações que acabara de receber.
— Os Akabane têm uma parte de culpa na visão equivocada que as pessoas têm sobre os vampiros — Darius acrescentou, seu olhar se perdendo no horizonte.
— Bem... eu não sei o que dizer — Arisu confessou, sentindo-se confusa. A revelação era mais do que ela poderia absorver.
Conforme continuavam a caminhar, a noite começava a cair, trazendo uma nova escuridão ao ambiente. O tempo parecia passar rapidamente enquanto eles conversavam, e o sol finalmente se pôs, deixando o céu em um manto de estrelas.
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Em meio às florestas densas de Sanbe Azukihara, no Japão, um patriarca da família puro-sangue recebia um telefonema. Ele estava sentado à sua escrivaninha, imerso na leitura de documentos importantes, quando o toque do telefone particular interrompeu o seu foco. Com um gesto firme, apoiou o papel na mesa e atendeu a chamada.
...Uma foto de Zeno Kyūketsuki...
— Sim, diga. — Sua voz era grave, e o semblante sério refletia a tensão que se acumulava enquanto observava a pilha de papéis à sua frente.
Ele ouviu atentamente, a expressão se contraindo em um misto de surpresa e irritação. As palavras do interlocutor pareciam revelar uma situação alarmante.
— Está falando sério? — A incredulidade transparecia em sua voz, enquanto ele tentava processar a informação que lhe era dada.
— Não pode ser, como é possível? — Ele se permitiu questionar mais uma vez, sua mente trabalhando para assimilar o que estava sendo revelado.
A conversa prosseguiu, e a tensão em seu rosto aumentou à medida que a gravidade da situação se tornava mais clara.
— Tem certeza? — A preocupação se instalou em seu tom, e ele olhou para os documentos, como se buscasse alguma resposta neles.
— Entendo. — Ele finalmente respondeu, a expressão endurecendo enquanto guardava o celular no bolso e se levantava da cadeira.
Ao abrir a porta de correr de bambu, encontrou Satoshi, seu filho mais novo, que, apesar de ter 150 anos, exibia uma aparência juvenil. Com cabelos brancos e orelhas de raposa, ele usava um quimonoo samurai tradicional e exibia um sorriso que iluminava o ambiente ao seu redor.
...Uma foto de Satoshi Kyūketsuki...
— Aconteceu algo, otōsan? — Satoshi perguntou, percebendo a seriedade do pai.
O patriarca não respondeu imediatamente, apenas soltou um suspiro pesado enquanto se afastava, indicando que Satoshi o seguisse.
— Venha comigo. — A ordem era simples, mas carregava um peso que Satoshi não compreendia completamente.
Enquanto caminhavam pelo corredor, Satoshi tentava decifrar a expressão do pai. Eles pararam em frente a uma porta, onde o patriarca fez um gesto para que Satoshi entrasse. O jovem hesitou, mas obedeceu, adentrando a sala com uma mistura de curiosidade e apreensão.
O patriarca fechou a porta e se apoiou contra a parede, encarando o filho com um semblante que não oferecia explicações. Satoshi, no centro da sala, sentia a tensão no ar, sem saber o que esperar daquela conversa.
Depois de alguns minutos de silêncio desconfortável, o patriarca finalmente quebrou a quietude.
— Satoshi, sabe o que aconteceu no templo de Yoyogi ontem? — Sua voz era sóbria, e o olhar penetrante.
Satoshi franziu o cenho, tentando recordar os acontecimentos recentes antes de responder.
— Uhm... aconteceu um roubo, né?
O patriarca assentiu, confirmando a informação já conhecida.
— Sim, e você sabe o que foi roubado?
Satoshi pensou um momento antes de responder, sua preocupação crescendo.
— Uhm... se me lembro bem, foi roubada a Yuba-no-Kanade, certo?
— Exato. Um nejire conseguiu roubar a Yuba-no-Kanade do templo de Yoyogi. — A seriedade do patriarca aumentou, e Satoshi começou a sentir o peso da situação.
— Isso é ruim, né, otōsan? — Satoshi perguntou, sua inocência contrastando com a gravidade do assunto.
— Sim, é ruim. Aquela joia não deve cair em mãos erradas. Se alguém com intenções malignas conseguir usá-la, problemas surgirão. — O patriarca manteve o olhar fixo no filho, esperando que ele compreendesse a gravidade da situação.
— Hm... então temos que fazê-la voltar para um lugar seguro, né, otōsan? — Satoshi insistiu, seu desejo de ajudar evidente.
— Precisamos encontrá-la e trazê-la de volta, mas essa não é uma tarefa fácil. — O patriarca explicou, a preocupação começando a se refletir no olhar do jovem.
— Se for assim, eu vou com você, otōsan! Vamos recuperar a Yuba-no-Kanade! — A determinação de Satoshi era palpável, mas o patriarca hesitou, conhecendo as limitações do filho.
— Não, Satoshi. Você não vem. — A negativa foi firme, e Satoshi franziu o cenho, ofendido.
— Você disse que quando eu fizesse 150 anos, poderia viajar! — Ele protestou, a frustração evidente.
— É verdade, mas isso não se aplica a uma situação como essa. A missão é perigosa, e você não está preparado. — O patriarca argumentou, sua expressão inabalável.
Satoshi, desanimado, olhou para o chão, triste com a recusa.
— ...está decidido, né, otōsan...? — A tristeza em sua voz era inconfundível.
— Sim, está decidido. Você vai ficar aqui. — O patriarca confirmou, o coração pesado.
— Tudo bem. Vá com cuidado. — Satoshi respondeu, resignado, mas ainda esperançoso.
O patriarca sentiu uma onda de carinho ao ouvir as palavras do filho e decidiu compartilhar um pouco mais sobre a gravidade da situação.
— Você é meu filho, e não posso esconder isso de você. Você tem o direito de saber o que está acontecendo em nosso mundo. Além disso, confio em você para manter o segredo e se comportar enquanto eu estiver fora. Essa situação é grave, precisamos encontrá-la e trazê-la de volta pelo bem de todos. Eu sei que você entende a importância disso.
O jovem assentiu, absorvendo as palavras do pai, embora o olhar ainda refletisse uma pontada de tristeza.
— Tudo bem. — Ele respondeu, determinado a não causar preocupações.
— Bom garoto. — O patriarca disse, aliviado.
— Agora eu preciso ir. Cuide-se enquanto não estou, entendeu? — Ele enfatizou, sua voz carregada de preocupação.
Satoshi assentiu, a determinação renovada em seu olhar.
— Sim, otōsan, eu vou me comportar. Não se preocupe, não vou causar nenhum problema.
— Ótimo, é isso que eu espero. Agora eu vou indo. — O patriarca inclinou a cabeça em despedida e saiu da sala, fechando a porta atrás de si.
Enquanto caminhava, a mente do patriarca estava repleta de preocupações. Ele sabia que a missão que o aguardava era arriscada, mas, ao mesmo tempo, sentia-se aliviado por Satoshi demonstrar maturidade na situação, mesmo que ainda fosse um jovem em sua essência.
Depois daquela conversa, Satoshi saiu do castelo de aspecto japonês e se deparou com a floresta magnífica que o cercava. Ele permaneceu parado, recebendo a vista deslumbrante da vegetação vibrante. Após alguns instantes, soltou um suspiro profundo, admirando a paisagem que se estendia diante de si.
A floresta era vasta, repleta de animais e criaturas que viviam em harmonia com a natureza. Os grandes e frondosos pinheiros se erguiam como estandartes, e o ar fresco e puro impregnava o ambiente, trazendo uma sensação de paz. O jovem vampiro, contemplando a cena, sentiu-se momentaneamente perdido em seus pensamentos. Finalmente, ele começou a andar, explorando a floresta e observando cada detalhe ao seu redor.
Enquanto caminhava, Satoshi avistou um passarinho empoleirado em um galho. Seus olhos se tornaram de um vermelho intenso, e ele começou a usar a habilidade vampírica herdada de sua família: o controle da mente dos animais. O olhar penetrante do jovem vampiro fixou-se no pequeno pássaro enquanto ele tentava dominar a vontade do animal. Com cada tentativa, Satoshi sentia a consciência do passarinho sendo moldada sob seu poder, até que finalmente ele percebeu que o controle estava completo.
Estendendo a mão, Satoshi ofereceu seu dedo ao passarinho, que, obedientemente, pousou suavemente em sua ponta. O garoto manteve uma expressão séria enquanto observava o pequeno animal, agora sob seu controle total. Ele podia sentir a mente do passarinho à sua mercê, suas ações guiadas por sua vontade. Depois de alguns momentos de contemplação, Satoshi ordenou ao passarinho que cantasse.
— Cante para mim — disse ele, e o passarinho, já sob seu domínio, começou a emitir um canto melodioso. Satoshi, então, estendeu a outra mão e acariciou o animal delicadamente. O passarinho permaneceu quieto, apreciando as carícias enquanto estava sob a influência do jovem vampiro.
Depois de um breve momento, Satoshi murmurou algo em japonês, libertando o passarinho do controle que exercia sobre ele. O pequeno pássaro, agora livre, voou para outro galho, emitindo sons suaves enquanto explorava a floresta.
Satoshi observou a cena, suspirando novamente enquanto sua atenção se voltava para a paisagem natural. Nesse momento, uma névoa começou a se aproximar, envolvendo-o em um manto de mistério. A névoa se juntou, tomando forma humanóide, até que finalmente se solidificou na figura de Alexander Lensky, um puro-sangue que frequentemente vinha conversar com Satoshi. Sua habilidade especial de se transformar em névoa permitia-lhe voar e atravessar lugares apertados com facilidade.
Satoshi manteve-se em silêncio, surpreso ao ver Alexander materializar-se diante dele. O jovem vampiro olhou para o homem, a expressão de espanto visível em seu rosto.
— Alexander? O que está fazendo aqui? — perguntou Satoshi, seu tom refletindo curiosidade.
— Eu vim ajudar o seu pai. O meu pai me mandou. Sabe como é, falta dois anos para eu assumir os negócios da família e ele diz que já está na hora de eu começar a fazer uns trabalhos — respondeu Alexander, com um sorriso despreocupado.
Satoshi assentiu, compreendendo que seu pai havia solicitado a presença de Alexander. O homem, que se preparava para se tornar o chefe do clã Lensky, estava ali para auxiliar na missão.
— Entendo. Meu pai pediu para que você viesse pessoalmente, não é? — Satoshi questionou, buscando confirmação.
— Na verdade, não. Foi o meu pai que me avisou sobre o que aconteceu com a Yuba-no-Kanade. Então, ele aproveitou que eu não estava fazendo nada — explicou Alexander, com um ar de desdém.
Satoshi refletiu sobre a resposta, consciente do orgulho que seu pai tinha em não pedir ajuda, mesmo quando necessário.
— Típico da cultura japonesa... — observou Alexander, com um sorriso cúmplice.
— Hmm, você tem razão — concordou Satoshi, lembrando-se da relutância de seu pai em aceitar auxílio.
— Enfim, eu vou indo. O patriarca da família Kyūketsuki e o patriarca da família Lensky já devem estar se acertando sobre a minha participação — disse Alexander, começando a se afastar.
Satoshi observou, sabendo que Alexander seria um apoio importante na missão de recuperar a Yubano-kanade.
— Boa sorte, Alexander. Volte em segurança com meu pai, por favor — desejou Satoshi, preocupado.
— Vocês da cultura japonesa têm cada frase melosa... — Alexander comentou, com um toque de brincadeira.
Satoshi cruzou os braços, mantendo uma expressão séria.
— Hmm, você tem algo contra isso? — indagou, com calma.
— Eu? É claro que não. Nikogda! Quer dizer... droga, às vezes acabo falando em russo sem pensar — respondeu Alexander, rindo de si mesmo.
O jovem vampiro sorriu, divertindo-se com a confusão do amigo.
— Você deve falar russo frequentemente, pelo jeito — Satoshi comentou, observando Alexander com interesse.
— Bom, minha família é russa. Assim como a sua é japonesa, a família Moretti é europeia e a família Akabane é britânica — explicou Alexander, com um tom de orgulho.
Satoshi assentiu, refletindo sobre as origens distintas dos clãs e como isso refletia suas habilidades únicas.
— É, eu sei. Somos diferentes em muitos aspectos — disse ele, pensativo.
Por um momento, Satoshi franziu o cenho, mergulhando em suas reflexões. Então, levantou os olhos para Alexander, sua expressão mais séria.
— Ei, Alexander... eu queria perguntar uma coisa.
— Pergunte o que quiser — respondeu o puro-sangue, curioso.
— Hmm, você acha que eu sou fraco? — Satoshi soltou a pergunta, sua insegurança transparecendo.
— Por que diabos eu acharia você fraco? — Alexander questionou, sem entender a lógica do jovem.
— Porque... eu não me sinto tão poderoso quanto meu pai. Nem minha mãe. Minhas habilidades parecem insignificantes em comparação com elas e com a maior parte da família. Eu... sou o único da família com essa habilidade genética. Sinto que sou o estranho da família... — Satoshi respondeu, a frustração evidente em sua voz.
Alexander permaneceu em silêncio, ouvindo o garoto expor suas inseguranças. Após um longo suspiro, ele falou:
— Por que yebat' você acha que é mais fraco do que seu pai?
Satoshi refletiu sobre a pergunta, sustentando um olhar pensativo.
— Porque eu não me sinto tão poderoso quanto eles. Eu queria ter a habilidade de criação de ilusões da minha mãe ou o controle mental do meu pai. Mas acabei ficando com essa estranha habilidade genética. Eu só queria ser tão poderoso quanto eles, ou pelo menos um pouco mais... — Satoshi confessou, a tristeza em suas palavras.
— A criação de ilusões e o controle mental também são habilidades adicionais. Pelo menos para os Kyūketsuki — esclareceu Alexander.
Satoshi ouviu atentamente, começando a entender melhor a estrutura das habilidades em sua família.
— Sim, eu sei. Por isso eu disse que sou... o estranho da família... — respondeu ele, pensativo.
— Só para você saber, todos da sua família também podem controlar animais — Alexander acrescentou, olhando diretamente para Satoshi.
— S... sério? Eu... não sabia disso... — Satoshi respondeu, surpreso.
— Se é uma habilidade genética, é claro que todos do clã a terão. Você realmente leu o livro de regras das famílias vampíricas em geral? As habilidades genéticas são inerentes e começam a se manifestar aos 50 anos — explicou Alexander, com um ar de exasperação.
— Err... sim, eu lembrei. Meu poder genético se manifestou aos meus 50 anos... — Satoshi disse, a compreensão começando a surgir.
— Ótimo. Agora, deixa eu ir porque Я очень опаздываю... — disse Alexander, começando a se afastar, como se quisesse evitar prolongar a conversa.
— Hmm, até mais, Alexander. Vá com cuidado... — Satoshi desejou, com um sorriso leve.
Alexander se afastou, olhando para trás e dando um sorrisinho, antes de desaparecer na névoa da floresta. Satoshi ficou em silêncio, observando a figura do amigo se afastar. Um suspiro escapou de seus lábios enquanto ele refletia sobre a conversa.
— Habilidades genéticas... é claro... — murmurou para si mesmo, enquanto se apoiava na árvore, refletindo sobre seu lugar na família e a jornada que ainda tinha pela frente.
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A Sra. Kwon, uma professora de culinária coreana na universidade de Kiyomi, era muito querida por seus alunos. No entanto, por trás da imagem respeitável, escondia um vício: a bebida. Após mais um dia intenso de trabalho, ela caminhava por uma rua deserta. A noite já havia caído, mas havia um lugar que ela precisava visitar antes de ir para casa. A tatuagem vermelha no seu pescoço começou a brilhar.
...Uma foto da Sra.kwon...
Finalmente, chegou a um portão imponente. Com um leve empurrar, as grades se abriram, e ela se dirigiu até a porta. Após tocar a campainha, uma empregada abriu a porta, encarando a professora com um olhar de desaprovação.
— O líder já está esperando na sala — informou a empregada, fazendo uma mesura e abrindo passagem para que a professora entrasse.
A Sra. Kwon murmurou um agradecimento e seguiu a empregada em silêncio até chegarem à grande porta de mogno. Assim que a empregada a abriu, a professora entrou, fazendo uma leve mesura em direção ao líder.
— Boa noite, sire — saudou a professora, curvando-se levemente. Assim que a mesura foi feita, a porta se fechou, e a empregada se retirou, deixando-a a sós com o líder vampiresco.
O líder, que acariciava um gato laranja e estava sentado numa poltrona antiga. As suas roupas eram uma mistura de antigo e moderno, lembrando um traje de um senhor britânico. Ao abrir os olhos, revelou uma íris vermelha intensa, sinalizando estar faminto. A Sra. Kwon permaneceu em silêncio, aguardando que o líder falasse.
Uma foto do Sr.akabane
— Você está atrasada — disse eleno seua acariciando o gato em seu colo, com uma voz grave e suave.
Ela mordeu o lábio inferior, nervosa, mas logo se recompôs. Sabia que não agradaria o líder ao se atrasar para suas obrigações.
— Meus sinceros perdões pelo atraso, sire. Hoje as aulas foram mais demoradas do que o habitual — respondeu a professora, mantendo a voz calma.
O nariz aguçado do patriarca detectou um cheiro estranho no ar.
— Você sabe que eu não gosto de sangue com álcool.
Um arrepio percorreu o corpo da Sra. Kwon. Ela sabia muito bem como o líder detestava o cheiro de álcool misturado ao seu sangue, e por isso nunca bebia em dias em que precisava ir até a casa dele.
— Me perdoe, sire. Prometo que não acontecerá novamente — respondeu, tentando manter um tom de voz firme.
O líder levantou-se da poltrona, colocando o gato de volta no chão. Começou a andar lentamente ao redor dela, observando com cuidado. Com um gesto de mão, ele abaixou a gola da camisa dela, revelando a marca em seu pescoço.
O cheiro de álcool em seu sangue agora era nítido. Nervosa, ela mordeu o lábio novamente, procurando disfarçar a expressão de desespero. O líder se aproximou, ficando muito próximo de seu rosto, e ergueu o queixo dela, fazendo seus olhares se encontrarem.
— Você me desobedeceu, não foi? — perguntou ele, com a voz baixa. Ela podia sentir a respiração fria dele em seu rosto. O líder afastou-se levemente, dando a volta ao redor da professora.
— Eu já havia dado ordens bem claras para não beber álcool antes de vir até aqui.
Ela permaneceu em silêncio por alguns instantes, escolhendo as palavras com cuidado.
— Peço perdão, sire. Prometo que não acontecerá novamente — respondeu, tentando manter a voz neutra. A marca em seu pescoço brilhava novamente, agora com um tom mais intenso.
O líder voltou a se aproximar, encarando-a de frente. Encostou levemente o indicador em seu pescoço, acariciando a pele enquanto observava a marca vermelha. Olhando nos olhos dela, disse:
— Eu não gosto de me repetir, minha querida. Você sabe que é uma questão de respeito não beber álcool, né?
Ela mordeu o lábio, desviando o olhar por um momento. Não poderia fugir da conversa. Finalmente encarou o líder novamente.
— Eu prometo novamente que não acontecerá... mais uma vez — respondeu, deixando as palavras morrerem no final da frase.
Ele suspirou, como se estivesse desapontado, e começou a andar pela sala.
— Eu esperava mais de você, minha doce. Prometeu duas vezes, e mesmo assim quebrou a palavra. Não acha isso frustrante, saber que você me desobedeceu e está me fazendo perder o tempo que poderia usar para outras coisas mais importantes?
Um arrepio percorreu seu corpo com as palavras dele. Conhecia bem aquele tom de decepção na voz dele. A frustração era evidente, e a professora odiava saber que ele estava desapontado por causa de uma falha sua.
— Sim... Sim, é frustrante. Sinto muito ter causado essa situação — respondeu, tentando conter o nervosismo na voz.
O patriarca parou de andar, voltando-se para ela e observando-a em silêncio. Ele andou novamente ao redor dela, como se estivesse analisando a situação, e então parou de frente, inclinando-se levemente para perto.
— Você foi uma boa companheira de sangue por todo este tempo, eu não posso deixar isso de lado. Até hoje você cumpriu bem o seu dever.
Ele ficou em silêncio por alguns instantes, encarando o rosto dela. A tensão era palpável. A professora não se mexia, mantendo-se imóvel. A marca em seu pescoço brilhou novamente, desta vez com um tom alaranjado intenso.
— Ele está me chamando, não está?
A professora assentiu levemente, sustentando o olhar do líder enquanto a marca brilhava intensamente. Era difícil para ela manter a calma sabendo qual seria o propósito da convocação dele.
— Parece que eu não terei escolha.
Um nó se formou na garganta da professora. Ela não podia fazer nada para impedir o que estava por vir. Sabia que cederia ao pedido dele, mas não estava certa de estar preparada para isso. Olhando nos olhos dele, tentou transmitir um pedido silencioso para que ele não a fizesse de refeição naquela noite.
Ele encarou seu rosto, percebendo a súplica em seu olhar. Ignorando-a, voltou a observar a marca avermelhada em seu pescoço. Encostou seu rosto na pele dela, respirando fundo.
— Relaxe. Eu vou tentar ser o mais gentil possível, como sempre.
Um arrepio percorreu seu corpo ao ouvir aquelas palavras. Ele se aproximou do pescoço dela e começou a lamber.
Ela mordeu o lábio rapidamente, tentando conter um gemido involuntário. Sentiu os dentes dele arranhando levemente a pele, como se estivesse esperando um sinal para prosseguir. Sua respiração tornava-se cada vez mais pesada. O nó em sua garganta parecia apertar a cada passada da língua dele.
O líder fechou os olhos enquanto ainda beijava o pescoço dela. Sua respiração tornava-se mais rouca à medida que sentia o cheiro doce do sangue dela. Com um suave movimento, ele se afastou um pouco e mordeu seu pescoço com delicadeza. A dor da mordida era mínima — mais parecia uma pinicação.
Ela deixou escapar um suspiro. A dor era mais leve do que o esperado, mas a posição dele sugando seu sangue era desconfortável. Tentou se mover um pouco, mas foi impedida pelo abraço forte ao redor de seu corpo. Seus olhos começaram a escurecer lentamente enquanto o líder continuava a beber seu doce sangue.
O líder segurava-a com firmeza enquanto se deliciava com a essência dela. Sua respiração tornava-se cada vez mais rouca, e ele segurou a cabeça dela com cuidado, beijando levemente ao redor da mordida.
Ela sentia-se cada vez mais fraca, a respiração entrecortada. Fechou os olhos por um momento, sentindo a cabeça leve. O líder finalmente se desprendeu de seu pescoço, lambendo o excesso de sangue.
Ela soltou um suspiro, suas forças se esvaindo. Os olhos estavam escuros, e suas pernas pareciam pesadas. Não tinha energia para se mover e ficou apoiada nos braços do líder.
Ele continuou lambendo a pele ao redor da mordida até finalmente parar e erguer a cabeça. Observou o rosto dela, percebendo que sua visão estava turva. Ela estava quase desmaiando enquanto permanecia presa em seus braços.
— Não se preocupe, você ainda não vai desmaiar. Mas acho que seria melhor se você se sentasse — disse ele, movimentando-se e guiando a professora até o sofá, sem soltar o abraço.
Ela sentiu um alívio ao ser levada até o sofá. Ele a ajudou a se sentar e permaneceu de frente para ela, observando-a com um olhar cuidadoso. A respiração dela era pesada, e ela fechou os olhos por um momento, tentando recuperar os sentidos. Quando abriu os olhos novamente, conseguiu focar o rosto do líder, que continuava à sua frente.
Ele deu um leve sorriso, satisfeito com a visão da professora.
— É sempre um prazer me alimentar de você. Você sempre tem o melhor sangue.
Sentindo-se um pouco mais forte, ela se encaixou em seu colo. A respiração dele estava próxima do seu pescoço, e ele apoiou a mão no lado do rosto dela, acariciando-a delicadamente.
— Você ainda está tonta, né? — perguntou ele, observando-a atentamente.
— Ainda estou um pouco tonta... Mas estou me sentindo melhor — respondeu a professora, tentando manter a voz clara e confiante.
Ele soltou uma risadinha anasalada enquanto continuava a acariciá-la.
— Que bom. Você sempre fica muito linda depois de eu mordê-la.
Com o elogio dele, um leve rubor surgiu em suas bochechas. Instintivamente, levou uma das mãos até o pescoço, tocando a marca fresca que ele havia feito. Sentiu um espasmo de dor ao pressionar o local da mordida.
— Não toque nela, minha doce. Deixe que eu cure enquanto você se recupera — disse ele, segurando seu queixo e forçando-a a olhar para ele. Após soltar seu queixo, colocou a mão que acariciava seu rosto sobre a marca.
— A dor passou, querida? — perguntou, observando-a com atenção.
Ela assentiu levemente enquanto fechava os olhos, sentindo as carícias. A dor havia desaparecido, restando apenas um formigamento. Quando abriu os olhos novamente, encontrou o olhar dele fixo em seu rosto.
— Você parece estar mais forte agora.
— Sim, estou me sentindo um pouco melhor agora — respondeu, mais confiante.
Ele acariciou sua cintura, observando-a de perto, e suspirou.
— Ótimo. E espero que você não se esqueça do que a gente conversou, minha doce.
Apoiada no peito dele, a senhora Kwon assentiu levemente, lembrando-se das conversas que tiveram.
— Eu lembro, não se preocupe — respondeu, olhando-o nos olhos.
Um mordomo vampírico entrou na sala com uma bandeja, trazendo uma generosa quantia de dinheiro. A professora voltou o olhar para o mordomo enquanto ele colocava a quantia sobre a mesa ao lado do sofá. Impressionada com a quantidade, ela sabia que ser acompanhante de sangue trazia benefícios financeiros, mas aquele valor sempre a surpreendia.
O mordomo se despediu com uma leve reverência, e a professora voltou a olhar para o líder vampiresco.
— Sempre acho impressionante a quantidade de dinheiro que recebo por cada mordida...
Ele riu suavemente, apreciando suas palavras.
— É claro, você é a melhor. O sangue que você tem é o mais doce que já provei. Além disso, é difícil encontrar alguém como você, que aceita ser parte do meu harém.
Ela suspirou, sentindo um arrepio ao ouvir isso. Nunca havia pensado em si mesma dessa forma, mas as palavras dele a deixavam lisonjeada.
— Bom, eu... eu me sinto honrada em ser sua acompanhante de sangue, eu acho.
— Você sabe disso, não é? Estou muito satisfeito com você. Todos os outros estão com ciúmes por eu te escolher tantas vezes para me alimentar.
Um súbito rubor cobriu o rosto dela. A maioria das acompanhantes de sangue desejava ser a favorita do líder, mas ela nunca imaginou que conseguiria tal posição. As palavras dele sempre a deixavam vulnerável, e ver a satisfação dele a preenchia de uma forma inexplicável.
— Bem, receio que seja tarde.
Arrancada de seus pensamentos, a professora lembrou-se da hora. Era realmente tarde.
— Sim, está tarde. Acho que preciso ir embora, não é? — perguntou, enquanto se preparava para se levantar.
Ele assentiu, acariciando suavemente seu rosto.
— Sim, você precisa ir para casa. Não quero te manter mais, minha doce. Mas espero ver você novamente em breve.
Sentindo o coração acelerar, a Sra. Kwon confirmou, assentindo.
— Sim, é claro. Até... até a próxima.
Pegou o dinheiro em cima da mesa e fez uma saudação asiática antes de partir.
Ele observou enquanto ela pegava o dinheiro e fazia a saudação, um leve sorriso surgindo em seu rosto. Com um aceno de mão, despediu-se enquanto ela se afastava, deixando-o sozinho na sala com seus pensamentos. Em um momento de reflexão, se apoiou no sofá, já sentindo falta dela.
Enquanto o patriarca ainda pensava na professora, Henry Akabane, seu filho, entrou no cômodo.
O som da porta se abrindo o trouxe de volta à realidade. Ele olhou para a entrada e viu Henry se aproximando.
— Ah, Henry. O que foi? — perguntou o patriarca, curioso.
— Você não sabe quem eu encontrei na universidade hoje — respondeu Henry, com um olhar intrigado.
O patriarca levantou uma sobrancelha, interessado.
— Não, não sei. Quem foi?
— Um Moretti. Um maldito Moretti.
O rosto do patriarca se contraiu ao ouvir o sobrenome. Os Morettis eram seus rivais de longa data, sempre causando problemas para sua família.
— Um Moretti, você disse? E o que ele estava fazendo na universidade? — indagou o patriarca, mantendo a compostura.
— Eu não sei. Ele ficou fazendo joguinhos infantis e não me respondeu — Henry respondeu, desanimado.
O patriarca soltou um suspiro irritado. Os jogos infantis e a insubmissão dos Morettis eram realmente exasperantes.
— Ah, esses desgraçados dos Morettis... Sempre provocando problemas para nós... Mas você não machucou ele, não é?
— Eu teria feito isso se o sinal não tivesse tocado — disse Henry, com um tom de frustração.
O patriarca se recostou no sofá, tentando manter a calma.
— É melhor assim. A última coisa que precisamos é uma guerra desnecessária com a família Moretti. Mas mantenha um olho nele, sim? Não queremos surpresas desagradáveis.
— Chega a ser irônico. Nós só punimos um empalador sanguinário e ganhamos uma rivalidade familiar para a vida inteira. E daí que Vlad Tepes ficava na Europa e era dever apenas dos Moretti punir esse miserável? Eles não são menos culpados por terem unido forças com a família Kyūketsuki e terem matado minha mãe em terreno neutro, na Coreia do Sul — desabafou Henry, o ressentimento evidente em sua voz.
O patriarca escutou as palavras do filho, reconhecendo a dor que estava por trás delas. Era verdade: os Morettis tinham sua parcela de culpa. A morte da mulher do patriarca foi uma ferida que nunca cicatrizaria.
— Eu sei, filho. Eu sei que eles não são inocentes. E eu não vou perdoá-los pelo que fizeram com nossa família. Mas precisamos ser estratégicos. Não podemos agir com impulso, senão vamos piorar as coisas.
Henry xingou em inglês britânico, um traço de temperamento que ele herdara do pai.
O patriarca suspirou com a frustração do filho. Ele sabia que Henry não era a pessoa mais paciente do mundo.
— Calma, Henry. Eu sei que você está irritado. Mas precisamos manter a calma. Deixe-me cuidar dos Morettis. Você só precisa focar na sua vida na universidade, sim?
Henry soltou um suspiro, mas assentiu, sabendo que o pai tinha razão.
— Sim, eu entendo, pai.
O patriarca observou o filho, sabendo que Henry provavelmente não ficaria quieto por muito tempo. Ele se recostou novamente no sofá, pensando na acompanhante de sangue que havia estado ali momentos atrás.
— Bom, isso é tudo por hoje. Pode ir agora, Henry.
Henry assentiu e se virou para sair do cômodo. Deteve-se na porta por um momento, voltando-se para o pai.
— Pai, posso te perguntar uma coisa?
O patriarca ergueu a cabeça, curioso.
— Claro, Henry. O que é?
Henry hesitou, reunindo coragem.
— Por acaso aquela professora de culinária é… você sabe, uma acompanhante de sangue?
O patriarca ficou surpreso com a pergunta direta, mas rapidamente se recuperou.
— Sim, ela é. Por quê? Você tem interesse nela?
Henry soltou um suspiro frustrado.
— Não, é só que... eu notei que você tem pedido muito sangue dela recentemente. É por isso que ela tem aparecido aqui com tanta frequência. Você... tem interesse nela?
Um silêncio pairou entre eles, e o patriarca hesitou em responder, escolhendo cuidadosamente suas palavras.
— Bem, digamos que a considero uma acompanhante valiosa. Ela tem um sangue doce, depois de tudo.
Henry observou o pai com um olhar penetrante, tentando discernir suas verdadeiras intenções.
— Entendo. Só por curiosidade, quantas vezes ela já veio aqui nos últimos dias?
O patriarca hesitou, relutante em dar muitos detalhes.
— Ela veio... algumas vezes. Não é incomum que eu peça sangue de uma acompanhante que me agrada.
Henry soltou outro suspiro, evidente insatisfeito com a falta de detalhes.
— Certo. Só perguntando mesmo.
O patriarca assentiu, aliviado por Henry não insistir mais. Após um momento de silêncio, ele se voltou novamente para o filho.
— Agora vá. Está tarde. Tenho certeza de que você tem coisas para fazer amanhã.
Henry assentiu, frustrado, mas sabendo que não conseguiria mais nada do pai naquela noite. Ele rapidamente se despediu e saiu do cômodo, fechando a porta atrás de si.
O patriarca observou a porta se fechar, suspirando aliviado. Não queria ter essa conversa com Henry, especialmente sobre sua relação com a professora. Ele a apreciava, é claro, mas tinha seus motivos para manter a discrição. Recostou-se no sofá, pensando nela enquanto se preparava para a noite.
Fechou os olhos, permitindo que seus pensamentos divagassem, imaginando como seria ter a professora inteiramente para si. Contudo, sabia que precisava ser paciente. Havia tempos e lugares para tudo, e agora não era o momento certo. Com isso em mente, permitiu-se relaxar e descansar pela noite.
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Atualizado até capítulo 55
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