...Alexsander...
A garota à minha frente começa a despertar. Eu a coloquei deitada no sofá — não sabia o que fazer, ela tinha me pedido para não chamar ajuda. Observo quando ela abre os olhos. Parece confusa. Ela me encara e pergunta:
— Onde estou?
Ela permanece deitada. Ofereço minha mão para ajudá-la a se levantar.
— Está no meu quarto. Você me pediu para não chamar a ambulância e deixá-la deitada. Achei que não seria uma boa ideia deixá-la no meio do hall.
Ela confirma com a cabeça.
— Então... está bem? Você desmaiou do nada. Foi por causa do esbarrão? Machucou a cabeça ou outra parte?
— Estou bem, obrigada! — diz, desviando o olhar. Claramente está mentindo, mas decido não pressionar.
— Quer comer alguma coisa? — pergunto, tentando mudar de assunto. — Disse que não se alimentou direito... posso preparar algo, se quiser.
Ela parece um pouco desconfiada. Tiro o clima do ar:
— Estou falando sério. Tudo bem... deixa eu me apresentar. Sou o Alex. E você?
Estendo a mão. Depois de alguns segundos me avaliando, ela finalmente aperta a minha e responde:
— Becca.
Ela dá um pequeno suspiro e continua:
— Vou aceitar o que você disse que ia preparar. Estou mesmo há horas sem comer.
Faço um “ok” com a mão e vou até a pequena cozinha conjugada com a sala.
💭 Só tem porcaria nesse armário 💭
Pego dois macarrões instantâneos e quatro ovos na mini geladeira. Coloco água numa panela, deixo ferver com os ovos dentro. Depois de cozidos, retiro-os e preparo o macarrão. Descascando os ovos, misturo os temperos e sirvo.
— Obrigada — ela me dá um sorrisinho tímido e começa a comer.
Trocamos algumas palavras e depois a convido para assistir a um filme.
— Não assisto muitos filmes. Prefiro livros.
— Sério? Eu não tenho paciência para ler. Minha mente não é lá muito criativa... os filmes são mais fáceis de entender.
— Talvez você só não tenha encontrado os livros certos. Cada pessoa tem uma personalidade, um jeito diferente de raciocinar e criar. Você precisa achar autores com quem se identifique, personagens que despertem seu interesse.
Ela fala com uma paixão que quase me convence.
— Pode ser... mas ainda assim não consigo imaginar e ler ao mesmo tempo. Séries são mais práticas.
— Tudo bem. Mas tenta depois. Tem muitas indicações boas na internet. Vai que você encontra um e se apaixona?
— Tá bom. Vou pensar. Agora vamos ver o filme, ok?
Ela concorda com a cabeça. Ficamos assistindo até tarde. Quando o sol estava prestes a nascer, ela resolveu ir para o seu quarto — que, ironicamente, descobri ser ao lado do meu.
A acompanhei até a porta. Combinamos de andar na praia mais tarde.
Quando deu 14h, me arrumei e saí. Ela já me esperava na porta, usando um conjunto rosa de short e blusa, com o cabelo solto. Agora percebo como ele é longo, quase na altura do quadril. Liso na raiz, com leves ondas nas pontas, preto como a noite, em contraste com a pele clara. Seus olhos azuis acinzentados lembram o céu de uma noite estrelada.
Caminhamos pela praia, jogando conversa fora. Paramos num quiosque para comer. Enquanto esperávamos a comida, puxei assunto:
— Você veio passar o fim de ano com sua família?
— Não... eles estão ocupados demais para comemorar comigo — respondeu, visivelmente desconfortável. — E você? Veio com a sua?
— Infelizmente não. Meus pais tiveram que fazer uma viagem de trabalho de última hora. Meu irmão foi com eles. Mas disseram que, se der, voltam a tempo da virada. Você pode passar conosco, se quiser. Eles não vão se importar. O pirralho é meio atentado, mas é um garoto legal.
Sorri para ela, e ela retribuiu. Acho que não sorri muito com frequência.
A comida chegou. Conversamos mais. Na verdade, eu falo. Ela diz algumas coisas: livros, músicas, comidas favoritas. Eu conto sobre meus pais e meu irmão. Ela parece entretida.
Depois do almoço, fizemos uma caminhada à beira-mar, esperando a comida assentar. Brincamos na água, na areia. Em certo momento, ela empalideceu. Me aproximei — ela desmaiou nos meus braços. A deitei na areia, sem saber o que fazer. Ela respirava normalmente, mas o coração batia em um ritmo estranho. Em menos de dois minutos, voltou à consciência.
— O que aconteceu? Está se sentindo bem?
— Estou sim... não foi nada. Isso é normal. Não precisa se preocupar. Vamos tomar um açaí? Fiquei com vontade.
Ela muda de assunto. Sei que tem algo errado, mas se ela não quer contar, não vou forçar. Nos conhecemos há menos de um dia.
Tomamos o açaí. Ela parecia um pouco aérea. Já estava ficando tarde, então voltamos para o hotel. Depois do banho, ela veio assistir uma série comigo.
...----------------...
Passamos os três dias seguintes praticamente juntos. É incrível como criamos uma conexão tão especial em tão pouco tempo.
Hoje é 31 de dezembro. Vamos passar a virada juntos.
Saio do meu quarto e caminho até o dela. Bato, mas ninguém atende.
Onde será que ela está?
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 29
Comments
Elaine Maria
Oq será que aconteceu?
2025-01-21
1
Maris
Viciei total!
2025-01-02
1