Capítulo 5

Alana não teve tempo para hesitar. O grito estridente de uma aldeã ecoou pela vila, interrompendo o breve momento de aliança que acabara de formar com Kael. O caos estava se desenrolando rapidamente, e a sensação de urgência a pressionava a agir. Ela olhou para Kael, cujos olhos estavam focados na direção do barulho, prontos para a ação.

— Precisamos ir! — disse ele, já se movendo em direção ao centro da vila. Alana o seguiu, a espada empunhada, seu coração batendo acelerado. O cenário de destruição que havia encontrado antes agora se intensificava, com fumaça subindo dos telhados em chamas e sombras se movendo rapidamente entre as casas.

Ao chegarem à praça central, Alana parou, estupefata. Um grupo de aldeões estava reunido em pânico, cercado por figuras sombrias que pareciam se contorcer e distorcer na luz fraca. Os gritos eram abafados, como se a própria escuridão estivesse tentando silenciá-los.

— Aquela criatura... — murmurou Kael, seus olhos se estreitando. — Ela se alimenta do medo.

Antes que Alana pudesse responder, uma das sombras avançou em direção a um menino que tentava se esconder atrás de um barril. O instinto de caçadora de Alana tomou conta, e ela se lançou para frente, seu coração acelerando.

— Afaste-se dele! — gritou, e com um movimento preciso, cortou a sombra que ameaçava o garoto. A criatura se desfez em uma nuvem de fumaça negra, mas isso apenas a deixou mais determinada.

Kael também se lançou ao combate, usando sua agilidade sobrenatural para desviar dos ataques, sua presença em combate surpreendentemente fluida. Alana não pôde deixar de notar como ele se movia com facilidade, como se estivesse dançando entre as sombras.

— Precisamos separá-los! — disse Kael, ofegante. — Se eles se unirem, a criatura se tornará ainda mais forte!

Alana assentiu, a adrenalina correndo em suas veias. Em um movimento rápido, ela se aproximou de um grupo de aldeões, guiando-os para longe da batalha, mas a voz de Kael a interrompeu.

— Alana! Atrás de você!

A advertência foi rápida, e ela se virou apenas a tempo de ver uma sombra se materializar em sua direção. Sem pensar, levantou a espada, mas Kael já estava ao seu lado. Com um golpe preciso, ele cortou a sombra, sua expressão determinada.

— Você está bem? — perguntou ele, um fio de preocupação na voz.

Ela respirou fundo, mas não tinha tempo para se perder em pensamentos sobre o que significava ele se preocupar com ela. O foco tinha que ser na luta.

— Vamos! Temos que encontrar a fonte disso! — gritou Alana, e juntos eles avançaram, cortando sombras e guiando os aldeões para a segurança.

Com cada movimento, Alana começou a perceber que a força de Kael não vinha apenas de suas habilidades de combate, mas de sua capacidade de manter a calma sob pressão. Cada vez que um aldeão caía, ele estava lá para puxá-los de volta para cima, enquanto ela lidava com as ameaças que surgiam. Aquela parceria improvável começou a formar uma base de respeito, mesmo que Alana hesitasse em aceitá-la.

Enquanto lutavam, Alana sentiu a presença da criatura. Não era apenas a escuridão que a cercava; era uma sensação palpável, um peso no ar que parecia escavar fundo em suas emoções. Ela precisava resistir, e Kael estava certo. A única maneira de derrotar aquilo era enfrentá-la diretamente.

— Onde você acha que ela está? — perguntou Alana, desviando de um ataque.

— O coração da vila, — respondeu Kael, lutando ao lado dela. — É onde a dor e o medo se acumulam. Precisamos chegar lá antes que seja tarde.

Quando finalmente chegaram ao centro da praça, a criatura se revelou. Era uma forma colossal, uma mistura de sombras e gritos, distorcendo-se continuamente, como se tentasse escapar de algo que a prendia. A visão era tão aterrorizante que Alana hesitou, sua mente girando.

— Lute! — gritou Kael, cortando a escuridão que ameaçava envolvê-los. — Você é mais forte do que pensa!

As palavras dele foram um bálsamo para sua alma. Alana sentiu a raiva e a dor de sua infância, a memória de seus pais, e como essas experiências a moldaram. Era hora de usar essa dor como combustível.

— Você não vai nos controlar! — gritou Alana, avançando com a espada erguida, o medo transformando-se em determinação.

E então, ela se lançou contra a criatura, unindo forças com Kael. Eles eram a luz na escuridão, uma força combinada que se ergueu contra o verdadeiro inimigo. Juntos, iriam enfrentar o que a criatura representava: não apenas a escuridão no mundo, mas a que habitava em seus próprios corações.

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