de volta ao mar

Quando o sol começa a despontar no horizonte, Sebastian desperta ao lado de Prince, que ainda repousava na cama, despido. As costas de Prince estavam visivelmente marcadas, repletas de cicatrizes e adornadas com tatuagens tribais. Com cautela, Sebastian se levanta, veste-se sem perturbar o sono de Prince, já que a noite anterior foi intensa e repleta de prazeres. Ao deixar o quarto, ele se depara com a dona do bar, que ainda lutava para afastar os homens adormecidos pelo chão e pelos bancos. Ao avistar Sebastian, ela exclamou, animada, embora a fadiga fosse evidente em sua voz:

— Parece que você aproveitou bastante a última noite em terra, não é, Sebastian?

Com suas roupas arrumadas e o chapéu de capitão na cabeça, Sebastian soltou uma risada e, em tom brincalhão, respondeu:

— Apenas me despedi de um velho amigo, nada mais, Morena.

Ela riu, colocando as canecas sobre a mesa, e comentou com um toque de sarcasmo:

— Essa despedida parece ter sido mais do que simples beijos e toques.

Sebastian, pegando seu casaco, saiu do bar rindo, com um sorriso estampado no rosto. Caminhando pela cidade, observou as pessoas montando suas barracas e organizando seus produtos para a venda, preparando-se para expor suas mercadorias. Após algum tempo, chegou ao local onde seu navio estava ancorado e se aproximou de Namu, que discutia sobre os itens a serem carregados. Ao ver os barris sendo embarcados, uma memória aflorou em sua mente: lembrou-se de Adeline, que anos atrás, havia se escondido dentro de um barril para embarcar clandestinamente em seu navio.

Sebastian recorda como aquela pequena menina demonstrava coragem, mesmo com seus homens e ele ao seu redor. Ela os ameaçava com uma adaga pequena, que parecia ter o fio cego, mas não evidenciava medo ou desistência. Essa atitude fez com que ele se encantasse por aquela menina que, mesmo sendo apenas uma criança, possuía garra e bravura. Enquanto Sebastian se perdia em suas memórias, Namu lhe deu um soco no braço e exclamou:

— Capitão, estou te chamando há tempos e você está longe, terra chamando, capitão!

Sebastian despertou de seus devaneios, balançou a cabeça e tentou esconder a tristeza que o invadia. Então, falou com um tom brincalhão:

— Nossa, você bate como uma criança! Isso foi um soco!?

Sebastian riu e se acomodou no banco, pendurando-se nas redes.

— Me diz, está tudo pronto para zarpar?

Namu balançou a cabeça e adentrou, falando alto para todos:

— É melhor que todos os medrosos estejam aqui, pois não voltaremos para buscar ninguém. Se alguém ficar, terá que nadar até o barco!

Namu deu um tapa nas pernas de um dos homens que estavam apoiadas nos barris e bradou:

— Está querendo explodir o navio? Coloque esse barril lá embaixo, c@r@lh0!

Sebastian, entusiasmado, ordena a seus homens que içem a âncora e soltem as velas, dando início à sua nova aventura pelos mares. Ele chama Namu para assumir o leme e tirar o navio da cidade, pois estão prestes a embarcar em mais uma jornada pelo oceano. Com agilidade, Sebastian se dirige à proa, mancando levemente por causa de sua perna esquerda, e segura firmemente no corvo que adorna seu navio negro, cujas velas brancas se soltam ao vento. Seus cabelos verdes dançam ao sabor da brisa forte que sopra a bombordo, enquanto ele suspira e retorna a dar ordens a seus homens.

Após algum tempo, já em alto-mar, o Namu sob o comando de Sebastian, ele se dirige à sua cabine, um refúgio relaxante após a limpeza realizada pela equipe responsável pelo navio enquanto estão ancorados. Como de costume, seu espaço particular abriga alguns livros, não muitos, mas o suficiente: alguns sobre navegação e outros sobre tesouros perdidos. Em sua mesa, um grande mapa se destaca, enquanto do outro lado da cabine, espadas reluzentes adornam a parede, verdadeiros troféus de sua primeira conquista. Sebastian possui diversos troféus de suas aventuras, acompanhados de cicatrizes que, embora dolorosas, são lembranças marcantes que o preencham de orgulho. Assim, ele se senta, mergulhando em pensamentos enquanto observa o mapa, buscando determinar o próximo destino de sua jornada.

Namu adentra na cabine de Sebastian, que estava absorto em um mapa, e lê atentamente para se certificar dos planos. Como irmãos de coração, apesar de não serem de sangue, Namu sente-se à vontade para se dirigir a Sebastian de maneira informal e se acomoda à mesa.

— E aí, vamos nos aventurar em algo tranquilo ou em uma situação mais arriscada?

Sebastian levanta a cabeça, solta uma risada e responde:

— Estou pensando em uma ideia insana, mas somente se você estiver disposto a isso, meu amigo.

Namu passa a mão pelos cabelos, rindo, e com seu habitual tom brincalhão e descontraído, mas demonstrando firmeza, diz:

— Onde meu irmão for, eu estarei junto. Então, o que você tem em mente para a nossa jornada?

Sebastian aponta no mapa o local que pretendiam explorar. Ele estava em busca de um tesouro que avistou anos atrás, mas que perdeu para outros piratas em sua juventude. Até hoje, ele nutre o desejo de recuperá-lo, embora o local do desaparecimento seja a famosa terra das sereias. Mesmo que ninguém tenha comprovado a existência das sereias, eles sabem que o canto delas é extremamente sedutor e perigoso, pois quando começam a cantar, geralmente é para atrair incautos para o mar.

Namu balança a cabeça, repousa-se sobre a mesa onde está o mapa e diz:

— É insano, lá não é perigoso apenas por ser conhecido pela presença das sereias, mas antes de chegarmos, muitos perigos nos aguardam. Há monstros marinhos e essas águas são traiçoeiras; poucos sobreviveram para contar suas histórias. O Prince se salvou por ser quase tão louco quanto você.

Sebastian se levanta de sua cadeira, dirige-se até a prateleira de seus livros e, com um semblante sério, mas ainda calmo, responde:

— Não é como se não fôssemos suficientemente insanos para nos aventurarmos. Já enfrentamos muitas tempestades e desafios até aqui, amigo.

Namu desce da mesa onde está o mapa, coloca-se de pé e, em tom brincalhão, diz:

— Passamos por tantas coisas, até mesmo você demonstra no seu jeito de andar o que enfrentamos. Sua perna é a prova viva de que você é um maluco, mas eu não sou normal, visto que cada um carrega suas cicatrizes. A sua é física e sei que você não a esquece.

Sebastian sente uma pontada no coração ao lembrar de Adeline e, um pouco desanimado, comenta:

— Eu poderia tê-la salvado, eu acho.

Namu se aproxima, coloca a mão em seu ombro e fala:

— Mas a que preço você conseguiria isso? — Namu desvia o olhar — Infelizmente, não havia muito a ser feito, e sabemos que, neste mundo, perdemos pessoas.

Sebastian esboça um sorriso e, animado, diz:

— Então, vamos logo para onde desejamos, pois nos dará trabalho.

Namu sai da cabine, vibrante, gritando animadamente com todos e perguntando para onde cada um vai, já que ele é o que melhor sabe navegar, muito mais do que Sebastian, que sempre apreciou a arte de navegar, mas de forma diferente.

Sebastian saindo do cabine e avista Namu no leme, já conduzindo o navio com destreza. Ao levantar os olhos, percebe que o céu está repleto de estrelas, e a lua brilha intensamente, iluminando o mar de forma encantadora e enigmática ao mesmo tempo. Ele se dirige à proa, onde permanece a contemplar as águas, imerso em reflexões sobre como será a viagem e como enfrentarão os desafios que estão por vir. Com a mão, acaricia sua perna esquerda, relembrando os eventos passados. O que mais ecoa em sua mente é a imagem de Adeline, lutando para se salvar, e tempos depois ele se recorda daqueles olhos magníficos, cor de mel, que sempre exalavam determinação e coragem, agora sem vida e sem o ânimo habitual, o que intensifica seu sofrimento. Nesse momento, um de seus homens, carinhosamente chamado de Berry, interrompe seus pensamentos, convidando-o para se juntar aos demais para comer e beber um pouco.

***Continua***....(⁠ㆁ⁠ω⁠ㆁ⁠)

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