A noite estava envolta em uma escuridão profunda, e o casarão dos Vilaris parecia ainda mais majestoso e sombrio sob a luz da lua. Isabella e Adrian se encontraram no meio das ruínas, onde o silêncio parecia quase palpável. A atmosfera carregava uma sensação de expectativa e mistério, como se o casarão estivesse esperando para revelar seus segredos.
“Eu tenho estado esperando por este momento há muito tempo,” disse Adrian, sua voz ecoando pelas paredes de pedra desgastadas. “A presença de alguém como você, alguém que pode ver além da superfície das coisas.”
Isabella franziu a testa, tentando processar o que ele estava dizendo. “Como você pode saber disso? E por que eu?”
Ele deu um breve sorriso, mas o olhar nos seus olhos estava cheio de uma melancolia que Isabella ainda não compreendia. “Algumas coisas não são explicadas facilmente, Isabella. Mas há conexões entre nós que transcendem o tempo e o espaço. Você sente isso, não sente?”
Isabella assentiu lentamente, sentindo a verdade nas palavras dele. Havia algo inexplicavelmente profundo em sua conexão com Adrian, algo que não conseguia explicar, mas que sentia com uma clareza perturbadora.
“Por favor, entre,” disse Adrian, abrindo a porta principal do casarão com um gesto suave. “Há muito o que mostrar a você.”
O interior do casarão estava tão imponente quanto o exterior. As paredes eram adornadas com tapeçarias antigas e os móveis, embora cobertos por um manto de poeira, ainda exibiam uma elegância perdida no tempo. Isabella caminhou cautelosamente pelos corredores, sentindo uma sensação de déjà vu, como se já tivesse estado ali antes, em um tempo muito distante.
Adrian a conduziu até uma sala ampla, onde uma grande lareira estava apagada, mas ainda exalava um calor residual. Em uma das paredes, um retrato emoldurado chamava a atenção de Isabella. Era uma pintura antiga de um homem com um olhar penetrante – o mesmo homem que ela havia conhecido como Adrian.
“Este sou eu, há muitos anos,” disse Adrian, sua voz cheia de uma tristeza contida. “Antes da maldição.”
Isabella se aproximou do retrato, examinando os detalhes. O homem na pintura parecia imponente e nobre, com uma aura de dignidade que ainda emanava da imagem. “O que aconteceu com você? E o que é essa maldição de que você fala?”
Adrian suspirou, parecendo pesar as palavras. “Há séculos, eu era um guardião, um protetor das fronteiras entre o mundo dos vivos e dos mortos. Mas fui traído por aqueles em quem mais confiava, e por isso fui amaldiçoado a vagar entre os dois mundos, sem poder descansar em paz.”
Isabella sentiu um calafrio percorrer sua espinha. “E como isso está ligado a mim?”
Adrian deu um passo mais perto, seus olhos fixos nos dela com uma intensidade que parecia penetrar sua alma. “Você é a reencarnação de alguém que foi importante para mim em minha vida passada. Alguém que, de alguma forma, está conectada ao meu destino e à solução para minha maldição.”
Isabella engoliu em seco, a revelação a atingindo com a força de uma onda. “Mas como eu poderia...?”
“Há memórias, sentimentos e forças que transcendem o tempo,” interrompeu Adrian. “Eu sinto que você é a chave para resolver este enigma. Juntos, precisamos explorar o passado para descobrir a verdade sobre o que aconteceu e como podemos quebrar a maldição.”
A perspectiva de enfrentar um passado distante e a responsabilidade que isso acarretava eram esmagadoras, mas Isabella sentiu uma determinação crescente. Se sua conexão com Adrian era realmente tão profunda quanto ele dizia, então ela tinha que tentar ajudá-lo a encontrar a paz que ele buscava.
“Então, o que devemos fazer?” perguntou Isabella, com uma mistura de receio e resolução.
Adrian se dirigiu a uma antiga escrivaninha, onde retirou um caderno antigo e amarelado. “Este é o diário de um dos meus ancestrais, um guardião também. Ele pode conter pistas sobre a maldição e como ela pode ser quebrada. Há relatos, anotações e talvez até mesmo um caminho para a resolução.”
Isabella pegou o diário com cuidado, folheando as páginas com uma sensação de reverência. As palavras escritas ali eram de um passado distante, repletas de referências a rituais, encantamentos e histórias de traição. Cada página parecia contar uma parte da história que Adrian estava tentando resolver.
“Vamos precisar investigar mais a fundo,” disse Adrian. “Explorar lugares e pessoas que possam ter sido importantes na época. Você pode me ajudar a descobrir essas pistas e a entender o que está escrito aqui?”
Isabella assentiu, sentindo que estava dando o primeiro passo em uma jornada que a levaria a descobertas pessoais e sobrenaturais. “Sim, eu vou ajudar. Mas precisamos saber exatamente o que procurar.”
“Concordo,” respondeu Adrian. “Começaremos com a investigação do cemitério e dos registros históricos da cidade. Eles podem ter mais informações sobre o que aconteceu há tanto tempo.”
Enquanto a noite avançava, Isabella e Adrian continuaram a explorar o casarão, procurando pistas e fazendo anotações. A atmosfera estava carregada de um sentimento de urgência e de esperança, como se cada descoberta os aproximasse um pouco mais da resolução de um enigma que havia perdurado por séculos.
Isabella sabia que a jornada seria desafiadora e cheia de perigos. Mas, ao olhar para Adrian, ela sentiu uma determinação renovada. Estava disposta a enfrentar qualquer obstáculo, qualquer verdade dolorosa, para ajudar a libertar aquela alma que, de alguma forma, havia se entrelaçado com a sua. E assim, a busca pela verdade e pela libertação começou, envolta em mistério e na promessa de um destino que ainda estava por ser revelado.
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Atualizado até capítulo 75
Comments
Regiane Pimenta
Nossa que treta é eu boba achando que era um vampiro
2024-09-02
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