Um Encontro de Esperança

Em um reino onde a luz dos céus e as sombras do inferno disputavam o mesmo horizonte, vivia um anjo chamado Muriel — não livre, mas aprisionado em mais de um sentido. A prisão não era apenas feita de ferro, mas de lembranças, marcas, e um silêncio que gritava por dentro. Seus olhos — que mal distinguiam formas à distância — viam o mundo como um borrão de luzes e sombras. Mas ali, entre grades e lembranças amargas, ele aprendeu a reconhecer o toque do vento, o peso da saudade e o calor da esperança, mesmo que tênue.

Certa tarde, quando as lágrimas quentes escorriam por seu rosto silencioso, a porta da sala rangeu suavemente. Renato Valieres, filho do rei, surgiu como um raio de sol rompendo uma tempestade antiga. Vestia uma camisa branca, simples, mas justa ao corpo, revelando a firmeza de quem carrega fardos... e também promessas. Seus passos firmes ressoaram no chão de pedra até pararem diante de Muriel, e mesmo com a visão turva, o anjo enxergou algo ali — não só um vulto, mas uma presença. Uma alma.

Renato se abaixou diante da gaiola, o olhar fixo no rosto de Muriel. Os olhos dele — de um azul intenso e vulnerável — eram claros como águas profundas e traziam uma dor familiar, como quem também conhecia o cativeiro, mesmo fora de grades.

— Por que você chora? — sua voz veio baixa, mas firme, como uma canção antiga tentando curar.

Antes que Muriel respondesse, uma mão quente tocou seu rosto e, com delicadeza quase impossível, limpou suas lágrimas. Aquilo... aquilo não era apenas um gesto. Era um sopro de vida, um lembrete de que ainda existia um mundo além da dor.

A cada visita, Renato trazia mais que palavras. Ele trazia presença. Firme. Constante. Sincera. Muriel esperava por ele como se esperasse por sol depois de longos invernos — com o coração apertado e o peito cheio de esperanças que doíam. Não podia falar.

O sangue demoníaco injetado em seu corpo lhe roubava forças e voz. Mas seus olhos diziam. Seus silêncios gritavam. E Renato... ouvia.

Em uma manhã clara, Renato apareceu com roupas festivas e um sorriso atrevido no rosto, carregando pães escondidos e frutas frescas embaixo do casaco. Era uma cena quase cômica, se não fosse tão ternamente desesperada por fazer Muriel sorrir.

— Se não pode falar, escreva pra mim — disse, oferecendo um pequeno caderno e uma pena.

Muriel escreveu devagar. Sua mão tremia. Quando terminou a primeira palavra — "Muriel" — o nome brilhou como se tivesse vida. Renato sorriu, e nesse sorriso havia tudo: admiração, dor, carinho e uma promessa silenciosa. Ali, naquele instante, Muriel se deu conta: alguém finalmente o via. Não como um troféu. Não como um objeto quebrado. Mas como alguém digno de ser amado.

As palavras começaram a jorrar em forma de tinta.

Contou sua história. Sobre a prisão. Sobre a marca que queimava em sua pele e o impedia de voar. Sobre a luz que ele havia perdido. Renato leu cada linha como se fossem versos sagrados. E, com um olhar sério e suave, disse:

— Eu vou te tirar daqui. Você não nasceu pra viver atrás dessas grades.

Muriel sentiu algo inflamar dentro dele. Não era só desejo. Era fome de liberdade. Era sede de toque, de calor humano, de vida real. Sonhava em encostar os dedos no rosto de Renato, entender o desenho daquelas feições. Queria saber como era seu perfume, o som da sua risada de perto. Cada pequeno detalhe importava. Cada aproximação era um milagre.

E Renato… também tremia. Queria tocá-lo mais, envolvê-lo, protegê-lo de todo o mal que o mundo ousasse trazer. Mas se continha. Havia respeito no meio do desejo. E amor… mesmo sem ainda ser dito.

Muriel sabia que o caminho à frente era tortuoso. Mas agora, ele não andaria mais sozinho. Havia um nome ecoando em seu coração, uma promessa feita sob a luz e a sombra.

Renato.

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Olá gente, essa história é dentro do mundo da minha outra novel espero que goste pós estou me esforçando

O protagonista, cujo é Muriel , possui 1.70 de altura e é um antepassado do personagem Midgar de outra obra. Ele é um anjo com uma aparência delicada, sempre demonstrando sensibilidade, mesmo vivendo como um prisioneiro. Acredita que nem tudo é negativo, apesar de suas limitações. Sua visão não é muito boa e sua audição está comprometida em 50% devido ao sangue demoníaco em seu corpo, o que lhe causou problemas.

Renato Valieres, com 1.89 de altura, é conhecido por sua elegância e calma. Ele aprecia observar o mundo ao seu redor e se preocupa com a liberdade das pessoas. Renato não gosta de ver alguém privado de sua liberdade e acredita que todos merecem ser livres, evitando usar as pessoas como prêmio. Ele tem muitos problemas com a ideia de alguém ser privado de sua liberdade, o que o incomoda profundamente.

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