Capítulo 4

Minutos depois…

— Eu te ajudo a lavar a louça, Roberta!

— Não precisa, Aisha. Eu lavo rapidinho, não se preocupe.

— Tem certeza?

— Tenho sim!

Júnior se aproxima.

— Quer que eu te ajude, amor?

— Não precisa, rapidinho eu acabo.

— Então vou subir pro quarto, tá?

— Tá bom.

Ele me olha e sorri.

— Fica à vontade, viu, Aisha.

— Obrigada, Júnior.

Júnior dá um beijo na bochecha de Roberta e sobe.

— O Júnior é tão fofo com você! — comento.

— Ah, ele é um amor! Depois que as crianças dormirem, a gente pode ficar na sala, conversar e tomar um vinho. O que acha?

— Ah, topo! Estou precisando.

— Combinado, então!

— Precisamos marcar de sair nós três: eu, você e a Elisa!

— Ih, a Elisa é super caseira. Fazer ela sair é uma luta!

— Verdade! — rimos juntas.

Quando Roberta termina de arrumar a cozinha, voltamos para a sala.

— Filha, bora dormir já? — ela chama.

— Ah não, mãe! Tô brincando com eles!

— Então leva todo mundo lá pra cima. Depois eu subo.

— Tá bom! Vamos, gente!

— Gabriel, Stella, sem bagunça, estão ouvindo? — digo firme.

— Tá bom, mãe!

Eles sobem correndo.

— Vou pegar um vinho pra gente, amiga!

— Tá bom.

Roberta aparece com uma garrafa e duas taças. Coloca um filme qualquer na TV, serve o vinho e nos sentamos.

— Bom, agora me fala. O que aconteceu que não foram jantar?

— O idiota do Murilo foi pro bar encher a cara e voltou bêbado. E ainda agiu como se não fosse nada! Fiquei esperando ele mais de uma hora, me arrumei toda… Roberta, eu tô cansada disso!

— Ah, amiga… sinto muito.

— Eu já não sei mais o que fazer. Na cama ele nem me procura mais. Na maioria das vezes sou eu quem toma a iniciativa, e quando acontece, é coisa rápida. Ele se vira pro canto e dorme.

— Nossa, sério?

— Ultimamente eu mesma tenho que me satisfazer sozinha. Fora que, quando chamo ele pra sairmos só nós dois, ou em família, quase sempre inventa uma desculpa. Hoje mesmo, só Deus sabe como aceitou ir ao parque. Achei um milagre!

— Olha, se ele continuar assim, vai acabar te perdendo pra outro.

— Outro? E quem ia me querer com dois filhos?

— Ah, para, né! Amiga, você é linda, tem um corpo de dar inveja. Podia escolher até no uni-duni-tê se quisesse.

— Só você mesmo, Roberta…

— Eu tô falando sério!

Minutos depois, Júnior desce as escadas.

— Opa! Bebendo um vinho aí?

— Hum-rum. Quer uma taça, amor? — Roberta pergunta.

— Não, obrigado. E as crianças, estão onde?

— No quarto da Luíza. Daqui a pouco coloco ela pra dormir e ajeito pro Gabriel e a Stella.

— Pode deixar que eu arrumo lá. Fica tranquila.

— Então tá bom, obrigada, amor.

Ele se aproxima, dá um beijo em Roberta e cochicha algo no ouvido dela. Ela sorri de leve, meio tímida, e ele pisca pra ela antes de subir.

— Huum… o que foi que ele falou, ein? Eu vi a sua carinha! — cutuco.

— Disse que vai me esperar no quarto… e que não é porque temos visita que vai pegar leve comigo.

— Acho que eu não devia ter vindo hoje— rio.

— Deixa de ser boba!

...MURILO:...

Aisha faz um drama e vai pra casa da amiga. Ultimamente anda extremamente dramática… Mas tudo bem. Se quer dormir lá, que vá.

Assim que ela sai, tomo um banho, desço e ligo para o Adam, que mora aqui na mesma rua.

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— Adam? Já chegou em casa?

— Ainda não. E você? Não ia pro restaurante?

— Fui nada. A Aisha fez um drama do caramba e foi dormir na casa da amiga.

— O que você aprontou, Murilo?

— Nada! Ela ficou cheia de raivinha porque deixei ela esperando e cheguei cheirando a bebida.

— E ela ficou com raiva com razão, né, cara? Você é complicado, hein!

— Vai ficar do lado dela, é?

— Não tô do lado de ninguém. Mas por que perguntou se tô em casa?

— Ia te chamar pra vir aqui beber comigo.

— Pode ser. Daqui a pouco chego aí.

— Beleza, vou te esperar.

Desligo. Pretendo virar a noite bebendo com ele, já que estou sozinho.

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