Ao acordar, percebi que estava em um lugar completamente desconhecido. Olhei ao redor e pude constatar que estava em uma aldeia. A confusão se misturava com a curiosidade enquanto eu tentava entender como tinha parado ali e o que me aguardava nesse local desconhecido. O meu corpo estava recuperado, haviam algumas coisas estranhas em minha cabeça e meu braço. Estavam machucados, e agora, estavam curados.
À medida que me levantava, a realidade da situação começava a se desenrolar diante de mim. A aldeia era pitoresca, com casas de adobe e telhados de palha, cercada por uma paisagem exuberante e montanhosa. O ar fresco da manhã acariciava meu rosto, trazendo consigo o cheiro de vegetação e terra úmida.
Caminhei pelas ruas estreitas, observando os moradores locais em suas atividades cotidianas. Havia crianças brincando, idosos trocando histórias na praça central e mulheres trabalhando nos campos. Cada rosto era desconhecido para mim, e eu me sentia como uma estranha em uma terra distante.
Decidi me aproximar de uma mulher idosa que estava cuidando de um jardim repleto de flores coloridas. Ela ergueu os olhos para me cumprimentar com um sorriso caloroso e acolhedor.
— Bem-vinda à nossa aldeia, estranha. Sou Isabella. Posso ajudar você de alguma forma? — perguntou, com gentileza.
Expliquei brevemente minha situação, mencionando que havia acordado ali sem lembrar como tinha chegado. Isabella ouviu atentamente, e então franziu a testa, mas ela não parecia surpresa.
— Isso é estranho, de fato. Mas fique tranquila, aqui somos uma comunidade unida e faremos o possível para ajudá-la a se situar. Venha, vou apresentá-la ao nosso líder, Miguel. Ele talvez possa oferecer mais informações.
Acompanhei Isabella até a casa do líder da aldeia. Miguel era um homem de meia-idade, com um olhar sábio e tranquilizador. Ele ouviu minha história com interesse, mas não pôde oferecer muitos esclarecimentos sobre como eu havia parado ali.
— Às vezes, a vida nos reserva surpresas inesperadas. Você é bem-vinda em nossa aldeia, e faremos o possível para ajudá-la a se sentir em casa. Enquanto isso, pode ficar conosco o tempo que precisar — Miguel ofereceu, com generosidade.
Com o passar dos dias, comecei a me envolver na vida da aldeia. Ajudei nos trabalhos comunitários, participei das celebrações locais e aprendi sobre suas tradições e cultura. Aos poucos, os rostos desconhecidos se tornaram familiares, e a aldeia começou a sentir como um lar.
No entanto, uma pergunta persistia em minha mente: como eu havia parado ali? As memórias continuavam alusivas, como se um véu estivesse sobre elas. Decidi explorar os arredores, na esperança de encontrar alguma pista que pudesse desvendar o mistério.
Ao caminhar pelas trilhas que serpenteavam pelas colinas, deparei-me com uma antiga ruína, meio escondida pela vegetação. A estrutura parecia ter uma aura de importância e mistério. Ao entrar, me deparei com inscrições antigas e símbolos enigmáticos nas paredes.
As lembranças inundaram minha mente rapidamente, como um turbilhão de imagens e sensações. Vi claramente a figura de meu pai, seus olhos carregados de preocupação, a chave que ele me entregara e os tiros ecoando no ar. Lembrei-me dos homens vestidos de preto, seus carros velozes cortando a estrada.
Aquelas imagens eram como peças de um quebra-cabeça que começavam a se encaixar. A aldeia e minha inexplicável chegada àquele lugar pareciam estar de alguma forma entrelaçadas com o que havia acontecido naquele dia fatídico. Será o que era tudo isso? O que meu pai fez a aqueles homens?
Decidi que era hora de compartilhar minhas descobertas com os moradores da aldeia. Reuni todos na praça central e relatei as lembranças que haviam ressurgido em minha mente. Vi a expressão de surpresa e preocupação nos rostos das pessoas.
A preocupação com a segurança da aldeia pesava em meu coração. Eu sabia que não podia arriscar a vida dos moradores caso os homens de preto decidissem retornar para me matar. Com essa convicção, compartilhei com todos os detalhes do que havia acontecido e minha decisão de partir para a Itália.
Enquanto expunha minha decisão, uma senhora apareceu, dirigindo-me a palavra com gentileza.
— Vejo que está bem, e que se recuperou muito rapidamente durante esses dias que passou aqui. — ela disse, seus olhos transmitindo sabedoria e compaixão.
— Quem é você? — perguntei, curioso sobre a presença dela.
— Ela é nossa curandeira. — um homem idoso explicou, com um olhar de respeito em direção à mulher.
A curandeira era uma figura notável na aldeia, conhecida por sua habilidade em tratar ferimentos e doenças. Senti-me grato por sua presença e expertise, sabendo que ela havia desempenhado um papel crucial em minha recuperação.
Apesar do carinho e apoio da aldeia, eu sabia que minha jornada estava longe de terminar. Havia um chamado que eu não podia ignorar, uma missão que me levava para a Itália, eu prometi isso ao meu pai.
Despedir-me da aldeia foi um momento agridoce. A gratidão que sentia pela acolhida calorosa e pelo apoio que recebi era imensa, mas também sabia que era hora de seguir em frente. Prometi que um dia voltaria para agradecer e talvez, quem sabe, compartilhar os frutos da minha jornada com aquelas pessoas especiais que cruzaram meu caminho naqueles dias inesquecíveis.
Na manhã seguinte, com o coração decidido e os preparativos feitos, iniciei minha viagem rumo à Itália. Deixei para trás a aldeia e seus moradores, levando comigo as lembranças e os ensinamentos valiosos que havia adquirido durante minha estadia.
Enquanto percorria estradas e trilhas, o cenário ao redor mudava gradualmente. As paisagens da aldeia deram lugar a novos horizontes, com montanhas majestosas e vales exuberantes. Cada quilômetro percorrido era uma jornada em direção ao desconhecido, uma promessa de desafios e descobertas que me aguardavam na Itália.
A expectativa e a ansiedade se misturavam dentro de mim, alimentando minha determinação. Eu sabia que essa viagem não seria fácil, mas era o caminho que precisava seguir em frente.
Ao chegar à Itália, a familiaridade da terra natal acolheu-me de volta. As ruas de paralelepípedos, os edifícios históricos e a atmosfera vibrante das cidades italianas eram um lembrete constante de minhas raízes.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Maria Lima De Souza
Não me apego muito em detalhes, quando a história me interessa, fui ver e já li o primeiro livro, não lembro do segundo que são os pais de Vicente, depois vou ler, apesar de estar em andamento.fiquei curiosa.
2025-04-10
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Maria Sena
Nossa, se no inicio da história a coitada já tá passando perrengue, imagino no decorrer. E se o destino dela é o Vicente, aí que a porca torce o rabo mesmo.
2024-11-16
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Simone Silva
parabéns autora pelo seu livro ❤️
2024-10-17
1