Capítulo 3

Marián foi até à empresa e, como o caso não era muito difícil, conseguiu resolvê-lo rapidamente após uma conversa no departamento de recursos humanos. Ao terminar, guardou todas as suas coisas e foi para o elevador.

Ao sair do elevador, viu um monte de gente rodeando um homem. Ficou um pouco curiosa para ver quem era essa pessoa que contava com um comitê de recepção tão grande. Ao se aproximar, viu um homem alto, elegante e com um aspecto bastante orgulhoso. Era nada mais nada menos que Peter Martin.

Fisicamente estava igual ao homem que tinha deixado há quatro anos, alto, cabelos castanhos claros, olhos azuis e uma tez bastante clara. Parecia tão orgulhoso e arrogante como da última vez que o viu e sentiu um arrepio que lhe percorreu toda a espinha.

Pôde ver um dos homens que o acompanhava explicando alguns detalhes sobre diversas remodelações realizadas na estrutura da entrada e explicando os benefícios de investir em sua empresa.

Justamente por onde ela ia passando estava a multidão de pessoas. A expressão de Peter era fria quando a viu. Pensou em seguir caminhando, mas sem saber por que seus pés simplesmente pararam e seus olhares se cruzaram.

Nos últimos anos, havia fantasiado com voltar a ver Peter um milhão de vezes, mas não era o mesmo que tê-lo ali frente a frente. Sentiu que seu coração parou por um segundo, teve que lembrar que devia respirar. Aquele dia esperava que lhe acontecesse qualquer coisa menos voltar a ver aquele homem.

Quatro anos era muito tempo, mas não havia apagado em nada as lembranças que ela tinha dele.

– Marián? – disse ele depois de se aproximar dela e olhá-la de cima a baixo. Sentia que essa mulher frente a ele era outra pessoa totalmente diferente.

– Tanto tempo sem te ver, Peter – disse ela com um sorriso cortês.

O homem não respondeu, seu rosto ficou sério de imediato.

– Como estão seus pais? – perguntou ela tentando dirigir a atenção a outra coisa.

– Estão bem – a voz de Peter soava fria.

– Que bom, diga a eles que um dia desses os visitarei, foi um prazer te ver – deu-lhe um sorriso leve e se foi.

Ela sentia que as mãos lhe tremiam e suavam horrivelmente, mas tentou parecer segura e confiante diante dele caminhando tranquilamente, enquanto ele ficou vendo-a ir embora daquele lugar da mesma maneira que havia feito três anos atrás.

– Senhor Martin? – falou o dono da empresa.

Peter seguiu com a visita que estava fazendo, embora em seus pensamentos só estivesse Marián e seu abandono há três anos.

Naquele dia ao sair do trabalho Marián foi buscar sua pequena filha no jardim de infância, era a última no lugar e quando a menina viu sua mãe um grande sorriso apareceu em seu rosto, ao mesmo tempo que saiu correndo para abraçá-la.

A professora estava muito contente com o comportamento de Abigail, a menina se comportava muito bem e era muito obediente.

Um par de dias depois já Marián se sentia mais segura em seu trabalho e gostava do que fazia. À tarde chegou a chamada que tanto estava esperando, era Oscar Spencer.

Era primo de Peter e um bom amigo dela e de Alexa, estudaram juntos por muitos anos e sempre tiveram uma relação próxima.

– Já está pronto o assunto da minha casa nova? – perguntou assim que atendeu o telefone.

– Não consegui, há algo que você deve saber e espero que não se irrite – ela aceitou, pensava que não havia conseguido a casa que ela havia escolhido.

– Não é recomendável que você compre uma casa já que ainda não se divorciou – a voz de Oscar era cuidadosa.

– Quê?!, deve haver um erro!, isso é impossível – não podia acreditar.

Faziam quatro anos que havia deixado ao advogado de Peter os papéis de divórcio assinados, sempre pensou que ele iria correndo para introduzi-los para ser livre e não ter nada a ver com ela. Do outro lado da linha se escutou um suspiro de Oscar, sabia que a notícia não agradaria nada a Marián.

Estava tão irritada que pediu a tarde e foi ao cartório de registro civil onde lhe confirmaram que ainda estava casada com Peter, não entendia nada, esse homem a odiava e todo o tempo lhe dizia que queria se afastar dela, então por que não aceitou a liberdade que ela lhe estava entregando sem nenhum problema.

Pensou melhor as coisas e pegou todos os documentos para se dirigir ao edifício Galaxy. Ao chegar, a recepcionista não a deixou entrar já que devia ter uma consulta para poder passar, assim que pegou seu telefone e apesar de não ter o número gravado no telefone, sabia de cor.

Esse número era daquelas coisas que apesar de que o tempo passe sempre se recorda, é como se o tivesse tatuado na memória e era daquelas coisas que ela não admitiria nunca, de fato recordava cada coisa que a relacionasse com Peter.

Escutou o telefone repicar uma, duas, três vezes e por fim foi atendido.

– Peter, sou eu Marián – escutou um silêncio do outro lado da linha.

Nesse momento olhou para a entrada e viu Ethan Wright entrar no edifício, ele a viu e sua cara de espanto era evidente, pelo que ela desligou a chamada e se aproximou para cumprimentá-lo.

– Quando você voltou? – perguntou ao vê-la.

– Há alguns dias – respondeu ela com tranquilidade.

– Está procurando Peter? – ela assentiu e ele a fez entrar.

Ao chegar ao escritório puderam ver que estava ocupado revisando uns documentos, ele olhou para Ethan e não se deu conta de que atrás vinha entrando Marián.

– Peter, aqui está Marián e precisa falar com você – despediu-se dela e saiu do escritório.

– Você foi quem me ligou há um tempo? – perguntou com fastio.

– Por que não estamos divorciados?, supunha-se que devíamos estar divorciados neste momento – ela lhe entregou os documentos que lhe haviam entregado no cartório de registro civil.

– Não quero que volte a me ligar – foi sua resposta enquanto via os documentos que ela lhe mostrava.

– Me dê os documentos e eu os apresentarei no cartório de registro civil – ela estava furiosa com seu comportamento.

– Acho que sempre quer que se faça o que você quer – respondeu ele.

Ela fez todo o possível para que se casassem e anos depois o deixou indo embora sem dizer para onde, de verdade ela acreditava que as coisas se fariam a sua maneira?

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Atualizado até capítulo 75

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