Na casa dos Martin, Barbara Martin está sentada elegantemente com uma xícara de café nas mãos, reunida com sua nora.
— Sábado é o aniversário de Peter, já tem o presente dele? — perguntou Barbara a Marián.
— Já preparei algo e tenho certeza de que ele vai gostar — a expressão de Marián não revelava nada dos sentimentos que tinha naquele momento.
— Recomendo que aproveite esta oportunidade, talvez consiga engravidar finalmente depois da festa de aniversário — Barbara deu um sorriso suave e tomou um pouco de café.
— É possível — sua voz soava tranquila, embora tivesse um monte de dúvidas em sua mente.
O dia da celebração do aniversário de Peter chegou e a tão esperada senhora Martin não compareceu à festa na casa da família, então os convidados começaram a falar em voz baixa, todos se perguntavam se o recente casamento estaria chegando ao fim.
A noite toda a expressão de Peter foi terrível, esteve sério o tempo todo e assim que os convidados foram embora voltou para casa diretamente, ao chegar foi recebido pelo mordomo da casa.
— Onde está Marián? — foi a única coisa que ele respondeu.
— A senhora está com dor de cabeça e está em seu quarto descansando — o homem estava tão sério quanto seu chefe.
Enquanto subia as escadas para o segundo andar, ia tirando a gravata, se perguntava com que novo engano essa terrível mulher viria, então quando chegou ao quarto dela quase se chocaram, Marián estava saindo e parou abruptamente.
— Pode saber o que você esteve fazendo? Por que não foi à celebração na casa dos meus pais? — o homem estava bastante irritado, detestava tê-la perto.
— Feliz aniversário, Peter — pegou sua aliança de casamento que estava em uma caixa preta e entregou a ele.
Ela tinha um sorriso suave, como se realmente estivesse contente em vê-lo, deixando-o totalmente desconcertado, ele pegou a pequena caixa e sabia o que continha.
— Estava te esperando para te entregar seu presente de aniversário, aqui estão os papéis do nosso divórcio, já os assinei, só falta você assiná-los e entregá-los ao advogado, você é totalmente livre — essas palavras deixaram Peter em total silêncio.
Não entendia nada, era suposto que ela tivesse se casado com ele por seu dinheiro e agora lhe dava o divórcio sem sequer lutar, algo devia ter em mãos.
— Não vou te dar um único centavo do dinheiro da minha família — ela virou para vê-lo pela primeira vez em toda a noite.
— Esse assunto já foi falado com seu pai, não quero nada da sua família, nem mesmo você — ela soltou uma risada suave.
Agora menos entendia o que estava acontecendo, para ele ela tinha envolvido seu pai para que o obrigasse a se casar com ela, se não o fizesse toda a riqueza familiar seria doada a obras de caridade, então era impossível que uma mulher tão egoísta desistisse e renunciasse ao seu casamento de forma voluntária.
— Você está falando sério? — continuava sem acreditar em suas palavras.
Ela não o olhou, ao ouvir sua voz um monte de imagens passaram por sua mente e entre essas estava o momento em que ele jogou as pílulas na cama, sua atitude a havia levado a tomar essa decisão.
Três anos de decepções haviam passado e havia perdido toda esperança de que ele a olhasse com carinho, enquanto ela o havia amado desde o momento em que o havia visto pela primeira vez, mas ele nunca sentiu o mesmo por ela.
Sentia que seu amor havia sido só de sua parte e que talvez tivesse tomado a decisão errada, em algum lugar estava o homem que a ia querer tanto que esqueceria todos esses anos de tristeza e desesperação.
Marián seguiu seu caminho sem olhar para trás, buscaria sua felicidade sem importar nada, sentia que havia perdido dez anos de sua vida atrás de um amor não correspondido e era o momento de recomeçar.
*******
Quatro anos se passaram, o avião sobrevoa a cidade enquanto Marián observa pela janela a paisagem, pode notar que houve mudanças, agora se veem alguns arranha-céus, mas para ela é só o lugar que a viu nascer e crescer.
Quando o avião aterrissou a tirou de seu devaneio e virou para ver a pequena ao seu lado, era uma menina linda com um cabelo preto azeviche e suaves cachos nas pontas, seus olhos eram azuis e grandes, os quais mostravam curiosidade pelo mundo.
— Estamos em casa, Abi, quando chegarmos à casa da tia Alexa comeremos algo — estava desabotoando o cinto de segurança.
Ao sair do aeroporto pegaram um táxi até a casa de sua melhor amiga, quando chegaram Alexa as estava esperando na porta do edifício onde vivia, ao vê-las pegou a pequena Abigail e a abraçou para dar um monte de beijos em suas bochechas.
— Até que conheço pessoalmente esta pequena!, você é mais linda pessoalmente do que nos vídeos e se parece muito com você — Abigail era uma pequena versão de Marián.
Ela sentia que ter tido Abigail era a melhor decisão que havia tomado na vida, ao subir ao apartamento a comida já estava pronta e comeram as três juntas, esse reencontro enchia de felicidade as duas mulheres.
A pequena estava um pouco cansada por causa do voo, então adormeceu no sofá enquanto Marián e Alexa conversavam.
— Abigail tem mesmo três anos?, parece mais pequena — Alexa a via com preocupação.
Era verdade, Abigail sempre tinha sido menor do que as outras crianças, o que tinha sido a maior preocupação de Marián desde que a menina nasceu, a gravidez tinha sido difícil e nasceu antes da data prevista, ao mesmo tempo que falava pouco e não se relacionava bem com outras crianças.
— Talvez não seja tão mau, assim quando a virem pensarão que tem menos idade — parecia pensativa.
Dois dias se passaram e Marián encontrou um jardim de infância para a pequena Abigail e começou a trabalhar em um escritório de advogados, enquanto tinha estado fora do país tinha terminado sua licenciatura em direito e poderia trabalhar para dar à sua filha tudo o que precisasse.
Enquanto tinha estado fora tinha se dedicado aos seus estudos ao mesmo tempo que tinha realizado quantos cursos tinha podido, então seu currículo era excelente.
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Atualizado até capítulo 75
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