O céu cinzento cobria a pequena cidade encravada entre as montanhas, como se já pressentir os acontecimentos daquele dia. Hellen caminhava pelas ruas estreitas após uma trilha leve fora do roteiro turístico. Estava distraída com os sons das folhas e o cheiro de terra úmida quando tudo mudou.
Uma mulher surgiu, desesperada, tropeçando em direção a ela.
— Moça, por favor, ajude-me! Tem um homem me seguindo. Eu não o conheço... estou com muito medo — suplicou, ofegante.
O olhar de Hellen percorreu os arredores com rapidez. Um homem de expressão tensa se aproximava, olhando fixamente para as duas.
— Fique calma — disse ela, firme, tomando o controle da situação. — Vamos nos afastar. Rápido!
Apontou para uma loja adiante e puxou a mulher pela mão. Assim que entraram, se encolheram entre os corredores.
— Se ficarmos aqui por um tempo, ele deve ir embora. Mas precisamos ser discretas — sussurrou Hellen.
Alguns minutos depois, a mulher pediu que Hellen a acompanhasse até sua casa, ali perto. Relutante, ela concordou. Olhou discretamente por cima do ombro — não havia sinal do perseguidor.
— Acho que ele desistiu… Mas se ele continuar te seguindo, chame a polícia. Você precisa denunciar isso — aconselhou.
Contudo, mal haviam deixado a loja quando o homem ressurgiu, desta vez andando com passos largos e decididos.
— Ele não desiste! — murmurou Hellen, puxando a mulher. — Vamos por aquele beco!
Atravessaram uma viela estreita, mas era tarde. Alguém agarrou Hellen por trás, com força. O instinto falou mais alto: ela girou o corpo e desferiu um chute preciso na perna do agressor.
— Você não vai me pegar tão fácil! — rosnou.
— Calma… não vou machucar você, só faça o que mandamos — disse o homem, com um sorriso sombrio.
Quando ele avançou, Hellen o atingiu nas partes íntimas, fazendo-o cambalear. Um segundo homem surgiu, a agarrando pelo pescoço. Mas ela se desvencilhou com agilidade, derrubando-o no chão e fraturando-lhe o braço com a queda.
Sem perder tempo, fugiu, escondendo-se em um canto escuro. Quando os dois homens passaram por perto, distraídos, ela aproveitou. Silenciosa, como uma sombra, atacou um deles com um golpe letal no pescoço. O corpo caiu sem ruído.
Mas a aparente vitória teve fim abrupto.
Uma nova presença surgiu da escuridão — uma mulher coberta inteiramente de preto, com movimentos felinos e frios como gelo. Sem aviso, ela atacou. A luta foi brutal. Hellen resistiu, mas não por muito tempo. Um golpe preciso na cabeça a derrubou.
O mundo mergulhou em trevas.
Quando recobrou os sentidos, estava sendo carregada nos braços de um homem desconhecido. A visão ainda embaçada, a cabeça latejando.
— O que aconteceu...? E aquelas pessoas...? — murmurou.
— Fugiram — disse ele, colocando-a no chão. — Você está segura agora.
Antes que ela pudesse questionar mais, o homem desapareceu tão misteriosamente quanto havia aparecido.
Confusa e exausta, Hellen reuniu forças para voltar para casa. Sua tia a esperava, inconsciente do que acabara de acontecer.
No caminho, um pensamento insistente a assombrava:
— Espero que aquela mulher que ajudei esteja bem…
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Na manhã seguinte, Hellen tentava se recompor. Precisava se concentrar — tinha uma entrevista de emprego. Vestiu-se com cuidado, lutando contra o peso do medo e do cansaço.
Mas a entrevista, que deveria ser um recomeço, transformou-se em outra provação. A entrevistadora levantou acusações inesperadas, trazendo à tona segredos do passado que Hellen lutava para esquecer.
Mesmo com uma promessa de reconsideração, ela saiu de lá ainda mais pesada do que quando entrou.
E enquanto caminhava pelas ruas, silenciosa e inquieta, uma certeza crescia em seu peito:
Nada mais seria como antes
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Tae Kook
Já estou ansiosa para ler o próximo livro desse autor, nunca vou me cansar de histórias assim. 😍
2023-10-06
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