Cuidados

Uma nova semana se inicia e eu volto à minha rotina habitual. Na saída do trabalho, me deparo com John.

John; Emily! Quer uma carona para casa? Eu te levo.

Emily: Não é necessário, mas obrigada.

John: Porque você nunca aceita nada vindo de mim?

Emily: Não é isso, a questão é que não é apropriado, você é meu chefe.

Sua expressão demonstra insatisfação, ele se despede e se afasta, indo embora.

Ao longo do mês, tivemos diversas reuniões com a BC Marketing e em várias ocasiões, enquanto discutia questões com Ravi, John se aproximou e sugeriu encerrar a reunião, oferecendo-se para me levar para casa, cada vez, recusei educadamente. Parecia quase intencional da parte dele, especialmente porque fazia isso na presença de Ravi, o que aumentava meu desconforto.

Felizmente, hoje à noite vou me encontrar com Julia no bar do Henry. Será um momento para desabafar e relaxar um pouco.

…

Ao chegar lá, avisto Julia, Brian, Henry e Ravi sentados em uma mesa. Como ainda é cedo, o bar está praticamente vazio. Cumprimento a todos, peço uma bebida e me sento junto a eles. (Ravi e eu estamos estabelecendo uma ótima relação, ele tem sido bastante atencioso comigo.)

Emily: (Suspiro) Sabe, eu não aguento mais. Estou pensando seriamente em pedir demissão.

Julia: O John está te deixando louca de novo?

Emily: Ai, nem me fale. Sinto que ele vai me enlouquecer a qualquer momento.

Julia: Ravi, você que conhece o chefe da Emy, ele é assim como todo mundo, ou só com ela?

Ravi: Ele é um babaca, tenho vontade de bater nele toda vez que o vejo.

Henry: Emy, se quiser, eu vou ter uma conversinha com ele, só me falar.

Brian: É Emily, eu e o Ravi também vamos, só nos avisar. Ele não pode ficar azucrinando nossa amiga assim.

Emily: (Rio) Obrigada meninos, qualquer coisa eu aviso vocês.

A noite continua com histórias engraçadas do trabalho de todos e muitas risadas, à medida que as horas passam, os assuntos variam. Ravi e eu trocamos olhares e sorrisos algumas vezes.

O bar, que antes estava meio vazio, agora está cheio de pessoas rindo e se divertindo.  O mundo lá fora parece ter desaparecido por um momento, e o que resta é uma simples noite divertida com meus amigos.

Brian e Julia decidem encerrar a noite e se despedem, Ravi percebe que a bebida já fez efeito em mim e se oferece para me acompanhar, como moro próximo ao bar, vamos caminhando, assim ajuda com que eu fique sóbria.

Caminhamos pelas ruas tranquilas, o ar fresco da noite é revigorante. Ravi parece confortável, e sua presença me faz sentir protegida.

No entanto, enquanto continuamos nosso caminho, ouço um som estrondoso, meus sentidos ficam confusos em um instante. Minha visão fica turva e um zumbido invade meus ouvidos, minhas pernas enfraquecem e caio no chão, não consigo me mexer.  Vejo Ravi tentando me levantar e me apoiar em seu ombro. Ouço a voz dele bem distante me chamando.

Ravi: Emily, você está bem? Fique comigo, por favor.

Minhas tentativas de resposta são em vão. Ele pega minha bolsa a procura do medicamento, pega o frasco, mas está vazio.

Ravi: (Preocupado) Droga, o frasco está vazio. Emily, me ouça, vai ficar tudo bem. Você tem outro em casa?

Apenas aceno que sim, com a cabeça.

Ele me pega no colo e me carrega até em casa, por sorte estávamos bem perto..

Chegando à minha casa, ele encontra as chaves em minha bolsa e me leva para dentro, procura o remédio e me ajuda a tomar. Após isso, ele me auxilia a chegar até a cama;

Emily: Sabe, tem muitos fogos de artifício na cidade essa época do ano - falo sem graça.

Ravi: (Me olha de forma carinhosa) Fique deitada, vou fazer um chá para você.

Ele me trás um chá de camomila e verifica se estou bem, mas percebe que estou um pouco quente e então mede minha temperatura - estou com febre;

Ravi: Levanta, vamos ao hospital.

Emily: É só uma febre, não precisa.

Ravi: Não podemos ignorar isso. Além disso, você teve um ataque de pânico há pouco. Precisamos ter certeza de que você está bem.

Emily: Eu estou bem, é sério.

Ravi: (Suspira) Você é muito teimosa! Tudo bem, mas vou ficar aqui até sua febre baixar.

Emily: Não é necessário Ravi, por favor, pode ir. Já o incomodei demais hoje.

Ravi: Não quero, vou ficar bem aqui até sua febre baixar, você gostando ou não.

Ravi gentilmente coloca uma compressa de água fria em minha testa, enquanto tento dormir um pouco, o gesto atencioso e cuidadoso me surpreende.

Acordo com a  suave luz do sol entrando pela janela. Minha visão se ajusta lentamente, e é então que percebo que Ravi está dormindo na poltrona ao lado da minha cama. Um sorriso involuntário surge em meus lábios, mas logo penso que ele pode acordar todo dolorido. Observo cada detalhe do seu rosto e como fica bonito dormindo. Percebo o que estou fazendo e afasto os pensamentos. Vou preparar um café para acordá-lo e agradecer sua ajuda.

Enquanto estou arrumando a mesa, Ravi aparece em minha frente, ele parece sonolento, mas ao mesmo tempo atento.

Ravi: Bom dia, como você está se sentindo?

Emily: (Com um sorriso tímido) Estou melhor. E você, como está? Dormiu nessa poltrona a noite toda.

Ravi: (Esfregando a nuca com um olhar envergonhado) Ah, não se preocupe com isso. Eu queria estar aqui caso você precisasse de alguma coisa. - Apenas sorrio em resposta.

Emily: Você não vai perguntar nada? Na última vez, também não perguntou.

Ravi: Eu sei que você vai me contar quando estiver pronta. - Ele sorri de maneira calorosa.

Emily: (Olho para ele intrigada) E como você tem tanta certeza de que vou contar algum dia?

Ravi: Eu apenas sei. - Ele responde com confiança.

Depois do café da manhã, ele se despede, garantindo que estou ciente de que posso chamá-lo se precisar de qualquer coisa.

Suas palavras demonstram preocupação sincera, o ato gentil parece mostrar o tipo de pessoa que Ravi é: alguém que está disposto a estar presente e oferecer apoio, não importa a situação.

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