O Mar e a escuridão

Julia e eu decidimos ir viajar, vamos passar 3 dias na praia, fazia muito tempo que não fazíamos algo assim, vamos aproveitar para descansar e curtir um pouco.

Estou com a mala pronta esperando Julia, que virá me buscar, são 19:00 horas, o tempo que leva para chegar ao local é de aproximadamente 2 horas. Recebo uma mensagem de Julia avisando que chegou, pego minhas coisas e saio, mas para minha surpresa, é Brian quem dirige e Ravi está ao lado dele no banco do passageiro, queria matar a Julia nesse momento, achei que seríamos somente nós duas, ela nem avisou que seria uma viajem em grupo.

Julia: Vem logo Emy, temos que nos apressar para não chegarmos muito tarde.

Entro no carro e a ideia de desistir passa pela minha cabeça, mas decido seguir em frente. Finalmente, chegamos a casa onde vamos nos hospedar e é absolutamente deslumbrante. A casa possui três quartos, incluindo uma suíte que será ocupada por Julia e Brian, e outros dois quartos menores que se abrem para uma varanda com vista para o mar - uma visão verdadeiramente acolhedora.

Decidimos jantar em um restaurante nas proximidades da casa, seguido por um passeio à beira-mar onde ficamos até tarde e por fim fomos descansar. 

Acordo no meio da noite, tive aquele pesadelo recorrente e perco o sono por completo. Me levanto e vou até o sofá na varanda, onde me acomodo. De repente, o ruído de uma porta sendo aberta interrompe o silêncio. Vejo Ravi saindo do seu quarto.

Ravi: Oh, desculpa, não fazia ideia de que você estava acordada, posso me juntar a você?

Emily: Não se preocupe com isso. Você está tendo dificuldades para dormir? Claro, pode sim.

Ravi: Uhum, e você? – Ele se senta ao meu lado.

Emily: Sim, eu também.

Deixamos um breve silêncio pairar no ar enquanto admiramos a paisagem noturna e o som das ondas diante de nós.

Ravi: Sabe, acho que o mar à noite tem algo mágico. É como se estivéssemos à beira de um mundo completamente diferente.

Emily: Concordo. Parece que a escuridão e o som suave das ondas criam um espaço onde podemos pensar sobre qualquer coisa.

Ravi: É exatamente isso. Às vezes, a tranquilidade da noite nos permite pensar de algumas formas que o dia não permite.

Emily: Uhum, é como se o mundo inteiro estivesse calmo.

Continuamos olhando a paisagem desfrutando da serenidade e da companhia um do outro.

Emily: Acho que finalmente estou começando a sentir o sono voltando.

Ravi: Eu também. Acho que o silêncio e a brisa do mar estão começando a surtir efeito.

Após poucos minutos, cada um vai para seu quarto dormir.

O dia estava lindo, acordei cedo e fui caminhar pelo bairro, fiquei impressionada com a beleza das ruas, um bairro muito aconchegante. Almoçamos em um restaurante super legal e passamos a tarde na praia aproveitando o sol, o dia estava realmente ótimo, o céu totalmente azul, o ar fresco, o mar calmo, fazia tempo que não me sentia tão relaxada.

À noite Julia e eu decidimos preparar o jantar, estamos fazendo spaguetti a carbonara, é um de nossos pratos favoritos, então adoramos cozinhar. 

Após o jantar saio para caminhar na beira da praia novamente, o mar está mais agitado e o som das ondas mais alto, caminho até sentir que meus pés doem, então volto para casa para dormir.

…

O som do meu nome ecoa no meu ouvido enquanto acordo lentamente, estava tendo aquele pesadelo. Aos poucos, minha visão se aclara e vejo Ravi ao meu lado, chamando meu nome com preocupação.

Ravi: Emily! Emily, acorda! Você está bem?

Movida pelo impulso, o abraço com força, enquanto choro. Ele não diz nada, apenas me envolve em um abraço reconfortante, e faz um afago em meu cabelo. Quando finalmente percebo o que fiz, me afasto, envergonhada.

Emily: Oh, desculpa...

Ravi: Você está bem? Ouvi você chorando, bati na porta, mas você não respondeu, então entrei.

Emily: Estou bem, devo ter acordado você, sinto muito. Tive apenas um pesadelo.

Ravi: Não me acordou, fique tranquila, está tudo bem. Tente voltar a dormir, se precisar, é só gritar, estou aqui ao lado. – Ele sai do meu quarto.

Observo-o sair, incrédula com a minha própria reação. Devo ter enlouquecido de vez para abraçá-lo daquela forma. O que ele deve estar pensando?

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