Capítulo 2

O casal contratou um detetive para seguir os passos de Eloá durante o fim da gestação, iriam separar seu filho dela custe o que custar. Fernando sempre frequentava um haras, adorava cavalgar por horas e costumava levar a futura mãe de seu filho, para vê-lo, pois com a gravidez tão adiantada ela não podia fazer atividades como aquela.

Mas a família dele não estava disposta a ceder, usaram todas as armas possíveis para criar intrigas entre eles e finalmente, Loren havia conseguido fazer com que os dois se separassem usando uma ex-namorada do filho, bastou que Eloá flagrasse uma situação comprometedora entre eles para que tudo acabasse.

Eloá sofreu muito e devolveu aquele anel de esmeralda para ele, Fernando esperou que ela entendesse o quanto estava sendo injusta e pudessem voltar a se amar.

— Por favor, acredite em mim!

— Sinto muito Fernando, mas não posso. — Ela estava muito frágil e emotiva pela gravidez, não usou a razão para tentar compreender que tudo aquilo havia sido uma grande armadilha.

Dois dias depois...

Fernando estava montando um belo cavalo Apaloosa no haras como sempre fazia, sentia falta de Eloá e usava aquele anel de compromisso como pingente em seu colar e sempre que o tocava era como se sentisse os beijos dela outra vez.

O levou até a boca, beijou e seguiu, o cavalo se assustou com uma serpente no chão e ele acabou por cair de mal jeito e todos se desesperaram pedindo socorro, aquele anel de compromisso acabou ficando no lugar da queda ofuscado entre algumas pedras.

Fernando chegou a ser atendido, mas nada podiam fazer, pois aquela queda lhe causou um sério traumatismo craniano.

Foi o que disseram a Eloá naquele grande hospital para onde ele foi levado às pressas, ela chorou sentada naquele banco de espera.

— Você não pode ter nos deixado Fernando... não pode! — Ela clamava alisando a barriga e Loren se aproximou.

— Mas deixou menina, por sua culpa ele se afastou de nós e agora o perdemos, está satisfeita?

— Por favor senhora, não me torture mais... sinto muito pelo seu filho!

Eloá foi impedida pela família dele de ir ao velório, apenas se despediu através de oração e chorava sempre que se lembrava dele e dos momentos lindos que compartilharam. Tinha total certeza de que nunca mais seria capaz de amar novamente.

O detetive ainda seguia seus passos conforme o desejo de Loren e o marido, Eloá foi levada ao hospital sentindo as dores do parto. Havia chegado a hora e ela estava emocionada por trazer um pedacinho dele ao mundo, deu à luz a uma linda menina de olhos verdes, assim como o pai e decidiu chamá-la de Cristina...

Apesar de tudo, Eloá estava feliz e aquela criança preenchia seu coração, olhar para ela era como olhar para Fernando de uma forma diferente. Ainda precisava trabalhar e para cuidar da criança, ela e Any trabalhavam em horários diferentes para poder tomar conta da menina.

Certo dia, Any estava cuidando de Cristina que dormia em seu berço e ouviu um barulho no quarto, entrou deixando a bebê na sala. A porta do quarto foi trancada por fora de repente, a jovem se desesperou e começou a gritar... algum tempo depois, arrombaram a porta, Any e Eloá se deram conta de que Cristina havia sido levada do quarto.

Um ano depois...

Eloá jamais se conformou com o rapto de sua pequena filha, encontrar aquela criança movia sua vida, havia perdido o homem que amava e depois, o seu único motivo para viver. Continuava morando no mesmo lugar, pois dentro do seu coração desejava mais do que tudo que alguém a devolvesse.

Bateram na porta de sua casa, o coração dela quase saltou pela boca e suas pernas falharam...

— Como isso é possível?

— Eu voltei para você... — A resposta de Fernando a deixou em prantos.

Os dois se abraçaram e se beijaram, havia muito a dizer.

— Mas me disseram que você estava morto!

— Isso quase aconteceu meu amor, fui mandado para a Rússia depois do acidente e estava em estado muito crítico e com certeza, minha família quis te afastar de mim se aproveitando disso! Passei por uma recuperação lenta e dolorosa.

— Eu sofri muito, muito e você não faz ideia.

— E nosso filho?

Ela começou a chorar desesperadamente e o abraçou.

— Levaram minha bonequinha de mim e já faz um ano que estou morta em vida!

— Claro que foi a minha mãe, não posso acreditar que ela tenha sido capaz de algo tão sórdido.

Ele cerrou os punhos.

— Acha que foi ela que levou nossa pequena?

— Ela seria capaz!

— Então basta implorar a ela que nos diga a verdade de uma vez, agora que você está aqui sei que não vai negar.

— Infelizmente agora isso é impossível, meu amor!

— Por que?

— Minha mãe teve um aneurisma a onze meses atrás e faleceu.

— Maldição, perdoe-me por essa reação Nando, mas nossa filha está perdida por esse mundo passando por tantas coisas que nem podemos imaginar e seu pai, ele pode saber?

— Vamos tentar, faremos de tudo para achar nossa filha e te juro que vou coloca-la nos seus braços de novo, eu te amo muito!

Eles se casaram um tempo depois, Joe não soube dizer com quem a esposa havia tramado aquele sequestro, por que ela era sempre muito discreta quando se tratava de manipular e fazer mal as pessoas. Fernando e Eloá seguiram e seguem juntos nessa busca tão sofrida por trazer de volta sua amada filha, mas conforme os anos vão passando esse sonho parece mais e mais distante...

Aquela inocente criança graças a maldade de sua avó paterna, havia sido mandada para outro país, onde jamais voltaria para os braços da mãe a quem Loren odiou desde o primeiro dia de sua vida ao último.

A bebê recebida por um orfanato daquele país e recebeu o nome de Ana Brenda dado pelas freiras, que logo se apaixonaram por aquela criança linda de olhos verdes.

Ao mesmo tempo, em Dallas...

Guilherme era um garoto bondoso e compreensivo de oito anos de idade, diferente de seu irmão gêmeo Alexandre que tinha um gênio possessivo e dominador.

Ambos brincavam sob a supervisão de sua mãe Pilar e seu pai Thomas, era um domingo ensolarado e estavam em um haras curtindo um passeio em família.

Guilherme correu e se abaixou bem curioso para pegar algo que viu e brilhava entre algumas pedras.

— Olha o que eu encontrei! — O garoto exclamou admirado.

Alexandre observou aquele anel com uma linda pedra verde e logo puxou da mão de seu irmão bruscamente.

— Isso é meu!

— Mas eu encontrei, isso não vale Alexandre!

— Nada disso interessa, é meu e fim de papo.

Os dois começam a brigar e a se agredir de repente, Pilar corre para separar aquela confusão entre os filhos e isso quase sempre acontecia.

— Meu Deus, mas o que está acontecendo aqui? — Ela questionou irritada.

— Alexandre me tomou uma coisa que achei!

— Guilherme está mentindo...eu vi primeiro!!

— Alexandre sempre quer tudo o que é meu.

— Já chega de confusão, Alexandre pegue o que achou, seja o que for e guarde! Quanto a você Guilherme, pare de implicar com seu irmão por tudo!

Já em casa, Guilherme se sentia sempre preterido e tendo que ceder a todos os caprichos do irmão protegido pela mãe.

Ele estava triste em seu quarto, sempre sofria por sentir que não era o bastante para ela e seu pai Thomas entrou de repente...

— Filho, por que não quis descer para jantar conosco?

Ele se sentou na cama.

— É que eu sinto que a mamãe não me ama do mesmo jeito como ama meu irmão.

— Não diga isso Guilherme, você sabe que amamos os dois igualmente!

— Tudo o que é meu Alexandre quer...e ela dá a ele, até quando as coisas serão desse jeito papai?

— Quando os dois crescerem serão grandes companheiros e vão entender que não precisam tirar nada um do outro! Agora vamos descer para jantar e juntinhos.

Em seu quarto, Alexandre olhava aquele anel e admirava sua beleza.

— Não importa o que pense, irmão tem que entender que eu sempre terei tudo o que eu quiser nesse mundo!

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