Natália acordou com seu telefone tocando, levantou desnorteada tropeçando em tudo, até perceber que era apenas o alarme. Olhar para o telefone aumentou ainda mais a dor de cabeça que ela sentia por conta da ressaca, a luz estava incomodando como nunca na vida.
— Aí Meu Deus! Estou atrasada para entrevista! — Natália gritou ao ver a hora.
Sem piscar, correu para o banheiro, tomou um banho mega rápido. Colocou uma calça jeans, uma blusa de renda branca, jogou jaqueta de couro preta por cima e saiu correndo de casa. Queria pedir um Uber, mas só tinha dois reais na carteira e uma conta do banco zerada.
Por sorte, não houve engarrafamento. Na hora que estava entrando na cafeteria que a tia havia indicado para ela, Natália acaba dando de frente com três crianças brigando na área kids do lugar. Eram dois meninos e uma menina, a garota chorava muito, a ponto de ecoar na cafeteria, enquanto os outros dois se batiam como se estivessem em um ringue. A monitora tentava intervir, mas era totalmente ignorada. O caos estava reinando.
— Eu entendo a frustração de vocês , mas assim nenhum de vocês vai conseguir se divertir. — Natália disse se agachado próximo as crianças, tentando acalmar os ânimos — Sabia que é bem mais divertido a brincadeira se todos participarem? Vocês conhecem a brincadeira pedra, papel e tesoura?
— Não! — As três crianças responderam juntas curiosas como funcionava a brincadeira.
— É fácil. Assim é o papel, o papel ganha da pedra e perde da tesoura. Já a tesoura ganha do papel e perde para pedra. Entenderam? Então, cada um coloca uma dessas formas e quem ganhar é o próximo. — Natália explicou mostrando com a mão como fazia cada um dos elementos.
— Muito difícil. — A menina disse fazendo os formatos ensinados por Natália com a mão.
— Então, que tal isso? — Natália disse tirando um dado de dentro da bolsa. — Cada um joga, quem for tirando o número maior ganha.. Vamos tentar?
— Certo! — Um dos meninos disse jogando o dado.
Rapidamente eles entenderam como funcionava a brincadeira, em vez de brincar com o escorrego ou voltar para guerra, começaram a brincar com o dado.
— Você é uma encantadora de crianças? Esses três só vivem para brigar e destruir tudo. Não sei como você conseguiu isso, mas agradeço. — A monitora que cuidava do espaço kids agradeceu.
— Não mesmo, mas acho que cuidar dos meus irmãos mais novos me fizeram aprender alguns macetes para conseguir ligar com o furacão que pode ser uma criança. — Natália explicou.
— Leila, obrigado por ficar com eles, mas acabei de receber uma mensagem urgente do trabalho, tenho que levar eles comigo. — Ulisses, pai das crianças disse se aproximando da área kids — Que surpreende. Eles estão quietos brincando sem destruir nada, será que preciso levar eles para o médico? Eles tossiram?
— Ah! sobre isso, também fiquei surpresa. Nunca tinha visto eles tão calmos, mas não fui eu que consegui essa façanha, foi essa garota aqui. Ela viu o caos se formando e decidiu interferir. Pensei que eles atacariam ela, mas pelo contrário, ouviram e até brincaram. — Leila, a monitora explicou.
— Meus filhos? — Ulisses estava surpreso. As crianças não costumavam sequer retribuir qualquer contato que alguém fizesse. Nenhuma babá aguentava na casa deles dois, por os três sempre ignorarem totalmente a existência de quem fosse.
— Foi o que mais me deixou surpreso, normalmente eles não respondem ninguém, mas na hora que ela chegou, eles prestaram atenção nela. Deve ser intervenção divina! Não tem outra explicação. — Leila brincou. Nunca tinham conseguido acabar com uma briga daqueles três.
— Fico lisonjeada, mas foi apenas sorte. Não tenho nada disso, na verdade, as crianças pareceram bem comunicativas na verdade. — Natália explicou um pouco envergonhada com os elogios.
— Não, você não conhece esses três, eles sequer me ouvem, quanto mais uma desconhecida. De qualquer forma, qual seu nome? — Ulisses perguntou.
— Ah! Entendi. Eu me chamo Natália. — Natália respondeu um pouco confusa com a situação. Só então olhou para o relógio da cateria e percebeu que já está a atrasada uma hora. Depois do que a tia dela havia dito, era certo que ela tinha perdido aquela oportunidade pela falta de pontualidade.
— Você tem mais de dezoito anos? — Ulisses questionou, tanto a monitora como Natália olharam confusas para o homem.
— Sim, eu tenho 18 anos. Se me der licença, estou um pouco atrasada. Tenho um compromisso. Pode ficar com o dado para vocês. Espero que não briguem mais. — Natália alertou os garotos que sorriram para ela animados com a carícia que receberam na cabeça.
Natália acenou para todos e estava se afastando quando Ulisses segurou a mão dela, fazendo ela voltar o olhar para ele novamente.
— Algo mais, senhor? — Natalia perguntou confusa. Toda a cafeteira estava olhando para eles dois.
— Não posso te deixar ir. Seria inaceitável para mim não te levar para minha casa. — Ulisses gritou. A cafeteria inteira voltou a atenção para eles dois.
— Quê!!! Tem crianças aqui, sabia? Como você fala algo assim dessa forma! E o que o senhor pensa que eu sou para ter esse tipo de intimidade. Quer que eu chame a polícia? — Natália não podia acreditar no que estava ouvindo. Que tipo de pessoa age dessa forma na frente de seus filhos?
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Sueli Fatima Ribeiro
Natália vc está com a mente poluída, Ulisses será seu patrão /Facepalm//Facepalm//Facepalm//Facepalm/
2025-03-05
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Angela Moreira
Coitada de Natália está pensando quê o homem quer fazer algo desrespeitoso com ela🤔
2024-11-22
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Tânia Pitta Cardoso
quem merece esse mal entendido 🤣🤣🤣
2024-12-01
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