Natália teve grande dificuldade para se acostumar à rotina de sua tia, que era totalmente diferente daquela que conviveu por anos com sua mãe, mas não tinha escolha, não podia causar problema. Não apenas isso, até mesmo o modo de vida da capital era diferente do que era habituada.
— Hoje é seu primeiro dia de aula, né? Cuidado com o horário. Lembre dos engarrafamentos. Devo dormir na casa do boy hoje. Feche bem as portas e me ligue se precisar. Tenho certeza que estarei acordada. — Júlia, tia de Natália, disse tomando só um café e saindo porta fora.
— Se minha mãe sonha que estou dormindo sozinha, capaz dela vir tirar casa pedaço de pele da tia Júlia. — Natalia falou em voz alta antes de começar a cuidar da casa. Como não haviam aparecido vagas na empresa da tia, Natália estava responsável por cuidar da casa.
Levou quase o dia todo para arrumar a casa. Por fim, chegou a hora de ir para aula. Natália saiu de casa quase duas horas antes, mas acabou pegando o engarrafamento enorme. Com medo de chegar atrasado na aula, desceu para ir a pé o resto do trajeto. O que ela não esperava era esbarrar em um senhor ao virar a esquina.
— Me desculpe! Você está bem? — O senhor perguntou estendendo a mão.
— Ah! É... Estou — Natália olhava confusa. Ao se levantar, sente o tornozelo.
— Tem certeza? Parece ter machucado o joelho. Posso te deixar em casa se quiser. — O homem usava terno, tinha cabelos pretos e um sorriso de tirar o fôlego.
— Papai! — Uma crianças gritou vindo de longe puxando uma bela mulher.
— Estou bem. Obrigada pela preocupação. — Natália disse sem graça ao perceber que o marido de outra pessoa chamou sua atenção. Já estava pensando como poderia se confessar.
— Senhorita! — O homem gritou segurando um caderno que havia caído da bolsa de Natália, mas já era tarde, ela já havia sumido de vista.
Depois de todos os contratempos daquele dia, Natália ainda conseguiu chegar no horário na faculdade. Teve alguns problemas para voltar para casa por conta do horário, mas assim que chegou se jogou na cama e enviou uma mensagem para sua mãe.
Natália: "Foi incrível, mãe. Não parece real! Eu sou mesmo uma estudante de moda! Te amo. Estou com saudades."
Maria: "Comeu alguma coisa? Tomou banho para dormir? Não esqueça de escovar os dentes e não durma de janela aberta. Se cuide, minha menina. Estou orando por você."
Natália estava tão cansada, que apenas comeu uma banana, tomou banho e se jogou na cama depois de trocar algumas mensagens com sua mãe. Era uma das regras. Contato diário. Nem que fosse apenas uma mensagem. Natália preferia contar como foi seu dia e descobrir o da sua mãe. Era sua forma de matar a saudade, além de manter ela por perto.
Os dias de Natália passaram voando. Quando se deu conta já estava no final do semestre. Totalmente habituada com a rotina da capital e de sua tia. Além de ter feito diversos amigos na faculdade e está desfrutando como pode da sua graduação.
— Natália, espera! Preciso falar com você. — Júlia disse ao ver Natália sair do banho.
— Oi, tia. Aconteceu alguma coisa? — Natália perguntou preocupada. Às vezes até esquecia que morava com a tia, a maior parte do tempo estava sozinha.
— Surgiu uma vaga na empresa para cuidar de três crianças. É um viúvo gatíssimo e super rico. As crianças são umas pestes, mas paga super bem. Precisamos de alguém jovem para eles. Vamos dizer que as babás mais velhas não conseguem ter pique para cuidar daqueles três. O que acha? Quer tentar? — Julia explicou a sobrinha.
— Sério? Não terá problema eu não ter experiência? Um homem tão rico não deve querer deixar seus filhos nas mãos de uma inexperiente como eu. — Natália disse fazendo careta.
— Você? Inexperiente? Natália, mulher, tu criou praticamente os seus irmãos enquanto sua mãe trabalhava para manter a casa. E também eram três. Você tem experiência como ninguém. Tenho certeza que dará conta. E esse cliente não é do tipo que pergunta muito, também não pede experiência. Ele exige apenas que tenham ensino médio, consigam ajudar nas atividades das crianças, tenha noção básica de primeiros socorros e seja boa em seguir regras. Ou seja, você é perfeita. A única adolescente que não mora com a mãe, mas segue todas as regras dela, mesmo sabendo que ela não vai saber nunca se quebrar. Essa vaga nasceu para você. — Julia explicou respondeu.
— Se você diz, vou adorar tentar, tia. Onde eu preciso ir? — Natália estava animada. Sentia falta de ter algum dinheiro para conseguir sair com seus amigos.
— Vou mandar as informações para seu celular. A entrevista é amanhã a tarde. Não se atrase. Ele não permite atrasos. — Julia frisou.
— Combinado. Vou chegar cedo para não ter nem risco. E tia, sobre seguir as regras da minha mãe, eu faço isso não por medo dela descobrir, mas por ela confiar em mim. Só tenho essa confiança, se eu fizer por onde. Além do mais, ela tem muitos problemas para eu me tornar nessa idade mais um. Já basta os meninos tirando o juízo dela. — Natália respondeu com um sorriso. Sua tia vinha alfinetando em relação às regras há algum tempo.
— A função dos pais é se preocuparem. Apenas acho que você deveria aproveitar um poucos mais sua vida e não ser tão certinha. Quando estiver mais velha, não poderá aprontar. — Júlia disse batendo na cabeça da sua sobrinha devagar com o jornal — É só uma dica. Exija menos de você. Ninguém é perfeito.
— Obrigada, tia! Pensarei com cuidado no que disse. — Natália falou e Julia teve uma crise de riso.
— Acho que você é um caso perdido, minha irmã te criou muito bem. Que tal uma caipirinha para comemorar sua primeira entrevista? — Júlia sugeriu.
— Mas... — Natália ia negar, mas a tia foi mais rápida.
— Sem desculpas. Vai beber comigo! Vamos. — Júlia disse puxando Natália para a cozinha.
Não demorou muito, em poucos copos, Natália que nunca havia bebido antes, já estava completamente bêbada.
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Atualizado até capítulo 106
Comments
Angela Moreira
Autoraaaaaaaaa como é quê uma tia sabendo como a sobrinha é criada oferece bebida pra ela?😡🤔
2024-11-22
1
Alessandra Almeida
Quanto cuidado🥰🥰pareceu minha mãe agora❤❤
2024-12-19
1
Edna César
🤣🤣🤣🤣🤣🤣
começando do começo
2024-12-23
1