Carlos Luís Davis
— Ele mandou mensagem há dois meses atrás — Coço a cabeça.
— É nesse sábado — Minha mãe suspira — Vou dizer para ele que você não viu há tempo e que não vai poder vir.
Sei que ela está chateada por não me ver e mesmo assim entende os motivos por eu ser tão ausente da família.
— Mãe, se eu for ao casamento, não vou poder dormir aí — A linha fica muda — Sabe que as vezes eles precisam de mim aqui, então desculpa.
— Filho Eu entendo, só pelo fato de você vir, isso ja é o bastante para nós — Ela está feliz — Planeja vir que horas?
— Quero chegar aí de manhã e ficar até o casamento terminar
— O casamento começa as 15h e depois vem a festa, não pode ficar pelo menos um pouco?
— Posso, mamãe — Sorrio quando ouço seus gritinhos.
— Seus irmãos vai ficar muito feliz quando eu dizer que você vem sábado — Só de pensar fico com saudade deles.
— Vou dizer mais o certo na sexta feira — Desligo o abajur — Mãe, agora eu tenho que dormir.
— Filho, eu esqueci que na Alemanha é 6 horas na frente, desculpa a mamãe — Me despeço deles e desligo a ligação.
Tenho que me organizar antes de sexta feira.
/_
Saio da sala do diretor do hospital, com um peso — que deveria ser de alegria — por pedir uma folga no sábado. Ele liberou quando eu disse que seria o resto da noite de sexta e sábado, que voltaria no domingo, para compensar o sábado. Ele me deu sem pensar muito, o Sr. Will argumentou que é raro eu pedir folga, e as férias que fico (quase nunca) em casa, não conta.
Quando dou um passo para ir na direção da lousa, onde eu saberia como estava as coisas da programação. Julia aparece no corredor fingindo distração, ela esbarra em mim e arregala os olhos.
— O que você faz aqui? — Pergunta em surpresa falsa.
— Você sabe muito bem — Ela murcha os ombros.
— Verdade, o hospital todo sabe que você veio pedir folgar — Refiro os olhos e volto a andar com Julia tentando me acompanhar.
— Tenho um compromisso — Não preciso me explicar, mas todos que conhecem a Julia, sabe que ela é muito curiosa.
Julia puxa meu braço fazendo eu parar, tenho que olhar para baixo, porque sua altura 1,50 é triste, para ela é uma irritação por ser chamada de pitica por todos no hospital, e com isto, ela acha que atrapalha sua profissão.
— Isso envolve alguma... Mulher? — Coloca as mãos juntas abaixo do queixo, arregalando mais ainda aqueles olhos grandes.
— Sim, a noiva do meu primo irá casar com ele — Seu sorriso morre na hora.
Saio do corredor com Julia ainda no meu pé.
Paramos perto da lousa — na recepção onde habita alguns enfermeiros no balcão para pegar paciente — Sinto algo queimar as minhas costas, preciso nem virar para saber quem me come vivo.
— Ah, pelo menos você vai ver sua família e isso que importar — Julia volta a falar. Mesmo ela sendo muito curiosa e um pouco fofoqueira, eu confio nela mais do que confio na Amanda.
Ela toca no meu braço, fazendo eu abaixar meu corpo para o lado para ela contar uma coisa no meu ouvido, mesmo sendo os únicos perto da lousa.
— Não tem nenhuma mulher mesmo? — Sussurro que não — Amanda pensava que incluía alguma mulher, e mandou eu perguntar.
É claro que ela fez isso. Já tivemos uma conversa sobre um relacionamento futuro, onde eu cortava nosso envolvimento. Não quero trair minha futura namorada, e não quero ser amante de ninguém.
— Porque ela não veio perguntar pessoalmente?
— Sabe como a doutora é, ela sabe que isso não é mais da conta dela — Olho para trás não suportando a queimação, pego o enfermeiro Charlie me fuzilando com os olhos.
Esse cara é apaixonado pela petica já faz um tempo, mas nunca a chama para sair — E quando eu estou perto dela, ele parece querer me matar.
— A doutora sabe muito bem o que ela pode ou não perguntar, mas ela mandou você, porque ela sabe que você ama uma fofoca.
— Nossa Carlinhos, isso magoa meu pobre coração — Dou um tapinha em seu ombro.
— Você ainda continua sendo minha enfermeira preferida.
— Obrigada. Agora deixa eu procurar alguma cirurgia para entrar — Esse é seu hobby; ficar dentro de sala de cirurgia.
— Boa sorte — Vou em direção ao Charlie que na hora procura uma prancheta — Você tem algo para me dizer?
— Não, doutor Davis — respiro fundo.
— Só chama ela para sair, tenho certeza que ela vai aceitar — Ele me encara — Eu só sou um amigo e nunca tocaria um fio de cabelo dela. Não sinta ódio gratuito por mim, porque eu não fiz nada para você, e também, Você não é nada para ela para ter algum direito sobre ela.
Sou um hipócrita falando as mesmas lições que eu deveria aprender, mas nem o tempo me tirou o desejo de Possi de uma pessoa.
Eu deveria arder no fogo do inferno, por ainda pensar nisso há anos.
Autora: Não vão dormir, tem mais um vindo 👀
Julia, enfermeira
Amanda, médica geral
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 50
Comments
Anonymous
Não queria que ele voltasse com a Isa
2025-08-11
0
Fatima Gonçalves
pelo jeito não
2024-05-27
1
Andreia Cristina
vc ainda não superou a Isa
2023-03-04
2