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Apareço na porta do jatinho particular e abro um sorriso vendo André, meu motorista e guarda costas particular, me esperando. Coloco meu óculos aviador espelhado e dou uma última olhada na aeromoça ajeitando a roupa. Os serviços dela foram muito além de uma água e um salgadinho.
A moça de cabelos loiros me olha dizendo sem palavras, só com a expressão no rosto, que foi uma delícia ser f*dida por mim na cama do fundo do avião.
Jogo um beijo pra ela e desço as escadas com minha bagagem de mão.
André abre a porta do Jaguar pra mim.
- E então, feliz por estar de volta ao Brasil?
Jogo a bolsa dentro do porta malas que já estava aberto e antes de me acomodar no banco de trás eu respondo.
- É, acho que não vai ser tão ruim assim voltar pra esse calor dos infernos.
Passei dois anos me especializando fora do país. Estava precisando dar uma fugida disso aqui, respirar outros ares, e ir pra Bélgica foi uma boa.
Quando André se acomoda no banco do motorista ele me diz antes de dar partida:
- Seus pais estão esperando por você.
Reviro meus olhos por trás das lentes, mas abro um sorriso. Estou com saudade daqueles velhos e do carinho exagerado da minha mãe.
- Como andam as coisas por aqui? Tudo bem na indústria e no centro de distribuição?
Ele me olha através do retrovisor central e faz um gesto de cabeça confirmando.
- As coisas estão maiores agora.
É claro que estão. Quando meu avô chegou aqui nessa terra há décadas atrás, ele tinha um sonho de conquistar muitas coisas. Começou com um loja pequena no bairro e quando se deu conta já tinha um bom supermercado. Meu pai cresceu e assumiu a direção dos negócios e fez tudo explodir de vez, doze anos atrás teve ideia de fazer um atacado e aí a coisa toda aumentou mais ainda. A cada ano que se passa o patrimônio da família Barsamian aumenta, são muitas pessoas que dependem de nós.
- Imagino...
**********
- Bruno! Que bom te ver de novo!
Tenho uma irmã de vinte e quatro anos e por mais que seja seis anos mais nova que eu, Bianca é minha melhor amiga. Ela vem correndo na minha direção e se joga nos meus braços.
- Que saudade que eu tava de você garota!
Ela abre um sorriso e eu vejo as covinhas. Minha irmã tem bem as características fisicas das mulheres armênias. Cabelos castanhos longos e ondulados em um rosto delicado e olhos amendoados. Somos bem parecidos, a diferença está na minha mandíbula quadrada e coberta por uma barba cerrada.
Ouço a voz inconfundível do meu pai.
- O bom filho a casa torna.
Ele abre os braços pra mim e me dá um abraço.
- Volta sim, pai. E faminto!
Mamãe aparece já retorcendo um lencinho.
- Sem choros dona Erika.
Ela bate no meu peito sem vontade quando a envolvo pela cintura.
- Ah, seu chato, será que uma mãe não pode ficar emocionada e feliz por ver seu filho voltando pra casa?
Entro na casa abraçado com ela e a medida que andamos até a cozinha, eu sinto o cheiro bom que está vindo do cômodo.
Imediatamente avisto um prato repleto de Mante. Minha mãe aprendeu todos os pratos típicos do povo do meu pai e se tornou uma especialista desde que casou com ele trinta e cinco anos atrás.
Jogo um na minha boca depois de mergulhar em um molho de iogurte e suspiro vendo minha mãe tirar um cordeiro bem assado do forno.
Eu realmente estou com fome. Acho que foi toda a atividade física dentro do avião.
- Diz pra mim que vai ficar aqui.
Retorço uma careta pra Bianca ouvindo isso.
- Eu tenho minha casa, pra quê vou ficar aqui?
Ela faz um bico de todo tamanho.
- Pra ficar perto de mim!
Reviro meus olhos.
- Deus que me livre.
Mamãe me serve um prato generoso cheio de carne, salada e arroz.
Estava com saudade de ser mimado por ela.
Meu pai me encara do outro lado da mesa.
- Quando você vai começar a frequentar aquilo lá?
Dou um gemido de desgosto por dentro com a empolgação dele. Eu nunca quis fazer parte dos negócios antes, não me sentia preparado e tenho que confessar que perdi muito do meu tempo me dedicando ao que não valia a pena. Mas isso não é assunto pra agora, depois eu conto.
Deve ter tanta coisa pra me inteirar, tanto na indústria quanto no centro de distribuição. Aquilo lá parece uma cidade, e são vários CNPJ's. São pelo menos cinco empresas diferentes em um único espaço.
- Deixa eu me acostumar com o fuso horário daqui outra vez e me organizar pai, aí eu vou pra lá.
Meu pai faz um gesto de cabeça apenas e eu me concentro de novo na comida da minha mãe.
*********
- Passou dois anos fora e amoleceu desse jeito. Andou fazendo o quê por lá, Barsamian?
Analiso meu instrutor de MMA.
- Ah, você sabe Kauê...
Ele ri alto pra mim.
- Espero que você não seja responsável por metade da nova geração da Bélgica.
Faço um sinal da cruz no meu peito enquanto analiso os movimentos dele procurando por uma brecha.
- Credo! Não gosto nem de pensar nisso.
********
Mexo no meu celular no banco de trás do Jaguar. Estou dando uma olhada nas redes sociais e reviro meus olhos vendo uma foto de Kim. Ela é de família armênia como eu e uns anos atrás eu tive um romance com ela, até a infeliz me trair e me trocar por um babaca qualquer. Mas de certa forma eu até sou grato a ela, eu era um imbecil sentimental e que era facilmente manipulado, Kim passar por minha vida me transformou em um homem de verdade. Quase fiz a cagada de pedir ela em casamento no auge dos meus vinte e três anos, pensa só no terror que teria sido eu me amarrando cedo assim.
Hoje ela não passa de uma conquista da minha cama. Um lembrete a mim mesmo que não sou mais tão vulnerável assim, e um lembrete pra ela também, que quem saiu por cima fui eu, e que ela é um joguete do meu p*u. Ainda não sabe que eu voltei, se soubesse já teria me procurado, implorando pra ser c*mida nem que seja numa rapidinha.
Deixo o telefone de lado quando André para na porta do centro de distribuição. Quero olhar primeiro o lugar onde as mercadorias de fora ficam, depois eu desço e vejo o lugar onde os produtos artesanais são feitos.
Assim que salto do carro uma mulher séria e extremamente bem arrumada aparece. Ela usa um conjunto justo de blazer e saia lápis cinza. Tem os cabelos pretos presos em um rabo de cavalo baixo e usa um par de óculos de grau quadrados e pequenos.
- Senhor Barsamian, eu sou Sheila Maldonado. Sou a sua assistente.
Dou uma boa analisada nela. É bonita e tem um par de pernas bem convidativas.
Mas juro que vou ficar distante, não quero uma dor de cabeça aqui no trabalho. Eu me canso fácil e depois vou ter que mandar ela embora quando ficar pegajosa demais. E eu sei que ela vai ficar, todas elas ficam.
Sheila anda na minha frente pra me mostrar onde minha sala fica.
A sigo pela empresa prestando atenção nas coisas e pensando no melhor jeito de saber de tudo. Quando ela para e abre uma porta pra mim eu dou de cara com um ambiente aconchegante e decorado em tons de marrom. Tem um tapete felpudo no centro e um sofá confortável de couro lustroso nessa mesma cor.
Me acomodo na cadeira de rodinhas confortável atrás da mesa enquanto minha assistente mexe no tablet.
- Bom, por hoje nós só temos a visita programada ao centro de distribuição. Os responsáveis pelos setores estão esperando pelo senhor.
Ligo o computador e conecto meu email enquanto respondo a ela.
- Tudo bem. Já está com minha lista de contatos?
Sheila me diz que sim.
- Ótimo! Me coloque em contato com Pedro Almodovar. Preciso conversar com ele.
Estou com saudade daquele filho da mãe e também preciso resolver umas questões com meu advogado e amigo.
Antes que minha assistente vá fazer o que pedi, eu digo:
- Saímos em quinze minutos.
*********
Ando pelos corredores grandes e largos do centro de distribuição, o lugar é alto e eu levanto minha cabeça pra prestar atenção no estoque de coisas na infinitas prateleiras. Avisto alguns funcionários conferindo o estoque ou então manobrando empilhadeiras.
Um rapaz jovem e com um cavanhaque bem feito me acompanha enquanto me explica como as coisas funcionam aqui no CD.
- Nós temos um sistema que se chama PQE/PQS. Significa primeiro que entra/primeiro que sai, e nada mais é que o controle do que sai primeiro daqui baseado na data de fabricação e vencimento dos alimentos. Lá em baixo, na indústria, as coisas são feitas em um dia e despachadas no máximo no outro, e tudo feito com o mínimo possível de conservantes, mas aqui não, são só produtos industrializados e que geralmente aguentam mais. Justamente por isso a atenção tem que ser redobrada com as datas, não podemos mandar nada vencido para as lojas.
Nós andamos mais um pouco, até que eu questiono.
- Como são feitos os controles de pesagem das mercadorias?
O rapaz passa a os dedos pela barba e me responde.
- Nós pegamos um palete desses de plástico, que pode ser higienizado de maneira satisfatória, e pesamos os produtos em cima dele. Depois nós carregamos o caminhão e o motorista passa em cima de uma balança próxima a saída da centro de distribuição.
Caminhamos juntos e enquanto falamos eu noto a atenção das funcionárias voltada pra mim. Elas provavelmente sabem quem eu sou e não vão perder a chance de chamar minha atenção, quando desci do escritório fui recepcionado de maneira efusiva e isso me deu uma idéia que esse pessoal se preparou demais pra mim. Estão acostumados com meu pai por aqui mas o senhor Fuad não vai mais vir pra cá, então vão ter que se acostumar comigo.
Depois de conhecer cada lugar do centro de distribuição, eu decido encerrar o dia mais cedo. Marquei um encontro com Pedro e nós vamos tomar alguma coisa por aí.
**********
Chego no barzinho e avisto meu amigo sentado em um canto, ele se levanta pra me cumprimentar com um abraço.
- Fala comigo, turco!
Reviro os olhos pra ele. Pedro adora me provocar me chamando de turco, ele sabe que não existe ofensa maior pra um armênio do que ser comparado com esse povo do cão.
Mostro o dedo do meio da mão direita pra ele.
- *Turco é meu r*bo*!
Pedro solta uma gargalhada e eu me sento no estofado de luxo já me servindo da garrafa de John Walker que ele está bebendo. É o nosso preferido, King George V, e está com o gosto certo.
Papo vai, papo vem e eu viro minha cabeça pra direção oposta. Avisto minha assistente usando um vestido branco, brilhante e costas nuas. Está em uma roda de amigos, todos homens, e só com mais uma mulher.
Pedro me percebe olhando demais.
- Já achou uma vítima?
Dou um sorriso de canto enquanto levo o copo de whisky até a boca.
- É a minha assistente. Tinha dito a mim mesmo que ia ficar longe dela pra não ter dor de cabeça no trabalho, mas é coincidência demais encontrar ela aqui. Acho que isso é um sinal, não acha?
Meu amigo tem que segurar pra não cuspir longe o whisky.
- Você parece aqueles gordos furando dieta. Qualquer coisa é desculpa pra comer.
Seco meu copo e me levanto.
- Anda Almodovar, eu pego ela e você pega a amiga. Vamos espantar aqueles idiotas de perto.
Ele se levanta pegando a garrafa e me segue até o balcão. Antes de parar ao lado de Sheila eu já coloco minha mão esquerda nas costas dela, um pequeno susto e a mulher se vira pra mim.
- Senhor Barsamian, que coincidência.
A encaro de madeira ostensiva e logo Sheila percebe minha intenção. Sua postura muda sutilmente e sei que está receptiva pra mim.
- Uma excelente coincidência, não acha?
Ela confirma com a cabeça enquanto umedece os lábios com a língua.
Logo os outros homens vão embora e não demora muito Pedro vai também levando a amiga dela, acho que se chama Renata. Assim que ficamos sozinhos eu aproveito pra chegar perto do ouvido direito dela e dizer:
- Quer ir embora comigo também?
Sheila dá uma risada sensual, do tipo que eu estou bem acostumado a receber quando as mulheres querem me dar, mas não perde a chance de tentar se fazer de difícil.
- Não é uma boa idéia. Trabalhamos juntos, te conheci hoje e você é meu chefe.
Coloco minha mão esquerda por cima da dela no balcão escuro e lustrado.
- Sou seu chefe de oito às dezoito, agora são quase onze da noite. Portanto, o horário comercial já se foi há muito. Mas se você quiser eu também posso mandar em você em cima da minha cama, se tiver sorte eu te deixo mandar um pouquinho em mim também.
Não demora muito e nós já estamos na minha casa, com ela me cavalgando e completamente suada.
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Atualizado até capítulo 81
Comments
Ales ✨️
atitude de merda do Bruno
2024-11-23
1
Fatima Gonçalves
ué ele deu o bote ela aceitou porque quis era só dizer não e pronto
2024-10-04
2
Renascida das cinzas
nojento!!!
2024-08-28
3