— O que você quer, Douglas? — perguntou, puxando o braço com um gesto brusco.
Naquele momento, a irritação de Samantha transbordava. O confronto na cozinha a deixou sem paciência, e ela não tinha vontade nem disposição para conversar com ele, ainda mais naquele estado.
— Não nos falamos mais, Samantha. Só queria saber se você está bem. Você está linda, e me impressionou como agiu lá dentro. Era essa a Samantha que eu sempre quis ver — disse Douglas, com um tom que misturava nostalgia e provocação.
Samantha entreabriu os lábios, erguendo as sobrancelhas, incrédula. Não podia acreditar no que ouvia. Então era assim que ele a queria, como condição para ficarem juntos? A pergunta ecoou em sua mente. Momentos antes, ela poderia ter sido agredida na cozinha, mas, em vez de se preocupar com sua segurança, Douglas incentivava sua atitude impulsiva.
Ela abriu a boca para responder com firmeza, mas parou ao ouvir uma voz feminina vindo do outro lado do corredor.
— Algum problema por aqui? — perguntou a mulher, parada, com os braços cruzados.
— Nenhum. Eu já estava de saída. Boa noite para vocês dois — respondeu Samantha, com frieza, vestindo a jaqueta e passando pela mulher.
Após a saída de Samantha, a namorada de Douglas continuou a interrogá-lo.
— Agora vai me dizer o que vocês estavam fazendo aqui, juntos? — perguntou Cibele, a voz carregada de ciúmes.
— Não exagera, Cibele. Você fala como se estivéssemos fazendo algo errado — retrucou Douglas, tentando manter a calma.
— E não estavam? Ela é sua ex, Douglas. Você sumiu do meu lado, e te encontro aqui com ela. O que quer que eu pense? — insistiu ela, visivelmente irritada.
— Exatamente, ela é minha ex. Você é minha namorada agora. Pedro e Ivan estavam com problemas, foi só isso. Somos todos amigos, só tentamos ajudar, nada mais — explicou Douglas, esforçando-se para soar convincente.
Douglas aproximou-se de Cibele e deu-lhe um beijo suave.
— Não precisa disso, amor. Eu gosto de você e de mais ninguém — disse ele, com um tom carinhoso, tentando acalmar a tensão.
Abraçou-a, e juntos caminharam em direção ao jardim, onde a festa continuava. Douglas sabia que precisava se comportar pelo resto da noite. Apesar de Cibele parecer mais calma, ele percebia que ela não esqueceria o incidente tão facilmente.
Enquanto isso, na cozinha, Pedro e Ivan continuavam a discussão.
— Viu a cena ridícula que você fez na frente dos nossos amigos? — acusou Ivan, com a voz carregada de desprezo.
— Eu te pego quase beijando outra pessoa na cozinha, durante minha festa de aniversário, e ainda diz que foi uma cena? — perguntou Pedro, com a voz embargada, quase chorando.
— Você está exagerando. Eu não estava quase o beijando. Além do mais, já deixei claro como sou, e você me aceitou assim. Não venha reclamar agora — retrucou Ivan, virando-se para pegar o bolo.
— Vamos cantar logo esse parabéns. Pra mim, essa festa já deu. Como sempre, você conseguiu estragá-la — disse Ivan, mais uma vez jogando a culpa em Pedro.
Ivan saiu da cozinha com o bolo, e Pedro se recompôs rapidamente. Ele o seguiu, exibindo o mesmo sorriso de sempre — um sorriso forçado, de fingimento, como fazia para esconder a dor e fingir estar bem.
Enquanto isso, Samantha, ao sair da casa, foi direto para o carro de Pedro. Sabia onde ele estava estacionado, pois foi ele quem a levou para a festa. Furiosa, entrou no carro e bateu no volante várias vezes, tentando aliviar a raiva e a indignação. Queria esmurrar a cara de Douglas e Ivan — dois babacas que, não por acaso, eram tão amigos.
Enquanto dirigia, Samantha se perguntava o que passava pela cabeça de Douglas para agir daquela forma. Ele a traiu com Cibele, justificando, em seu discurso, que ela era o tipo de mulher que precisava ao seu lado. Então, por que tentava se aproximar dela novamente? Essas perguntas martelavam em sua mente, mas, sem respostas naquele momento, ela decidiu focar no trânsito. Um descuido poderia causar um acidente ou até atropelar alguém.
Samantha se forçou a focar no trânsito, mas uma movimentação de viaturas policiais e uma ambulância passando em alta velocidade chamou sua atenção. Seu coração apertou, imaginando o pior.
No apartamento de Sabrina, após a fuga de Adam, Oliver deu ordens aos seus homens:
— Levem ela para o lugar de sempre, onde tratamos os feridos — comandou, com a voz firme.
— Oliver, você não vem comigo? — perguntou Sabrina, segurando o ferimento, a voz fraca de dor.
— Não ouviu? Preciso ir atrás do Adam. Ele está ferido e não pode ter ido longe. Além disso, a polícia logo estará aqui — retrucou ele, impaciente.
Fez um sinal para que seus homens obedecessem e deixou o apartamento. Desceu rapidamente e saiu às ruas, procurando Adam. Como ele estava ferido, não poderia ter ido muito longe. Oliver vasculhou alguns becos, mas não encontrou seu rival. A frustração o consumia.
— Merda! Desgraçado sortudo! — rosnou, furioso. — Vamos ver até onde vai sua sorte.
Fez um gesto para seus homens, indicando que era hora de sair. As sirenes já ecoavam ao longe, sinal de que o tempo deles havia acabado.
Enquanto isso, Samantha dirigia até se aproximar do local onde as viaturas haviam parado. Cautelosa, fez uma curva para evitar o tumulto. Não sabia o que aconteceu e não queria se envolver. Parou em um sinaleiro, aguardando o sinal abrir. As ruas daquele bairro estavam desertas na madrugada, provavelmente por ser tão tarde.
Quando o sinal estava prestes a mudar, um barulho alto no vidro do lado do passageiro a fez estremecer. Ao olhar, viu um homem armado, com sangue nas mãos. O medo a paralisou, e ela não sabia o que fazer.
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Atualizado até capítulo 149
Comments
ana
☺️☺️☺️
2024-11-21
1
Maria De Fatima Carvalho
suas histórias são maravilhosas vamos ver esta
2024-10-21
0
Ariel.mmk.90
É o seu amor batendo, abra logo 😉
2024-07-08
0