Adam apenas sorriu e começou a acariciá-la. Quando ia beijá-la, notou um reflexo no vidro de uma cristaleira na sala. Interrompeu o gesto e gritou:
— Se abaixe!
Sabrina foi empurrada para o lado e ele sacou a arma, mas os disparos já haviam começado. Balas acertaram Sabrina e ele. Adam revidou os tiros e se escondeu atrás de uma poltrona. Tentou ver como estava sua namorada, mas, para sua surpresa, ela rastejava em direção aos atiradores.
Os tiros cessaram, e Adam examinou seu ferimento. Pela posição onde foi atingido, acreditava que poderia aguentar mais um pouco, pelo menos até conseguir escapar dali.
— Adam, por que não sai daí e conversamos? — disse uma voz que ele reconheceu como sendo de Oliver Duncan.
Adam ouviu o gemido de Sabrina, mas não sabia como poderia ajudá-la.
— Deixe a Sabrina ir, Oliver. Sou eu quem você quer. Ela está ferida — pediu Adam.
Uma gargalhada foi a resposta ao seu apelo.
— Você ainda não entendeu, Adam. Ela está comigo. Quanto ao ferimento dela, não se preocupe. Depois que eu lidar com você, vou levá-la para ser tratada adequadamente — retrucou Oliver.
Adam mal podia acreditar no que ouvia. Recusava-se a aceitar que Sabrina o traiu e a questionou:
— O que você quer dizer com “ela está comigo”?
— Somos amantes, Adam. Se quer que eu fale com todas as letras, então escute bem: ela usou a desculpa do aniversário de vocês para te atrair até aqui, e você caiu como um pato. Como sempre, confia demais nas suas habilidades e quase não anda com seus homens. Mas hoje, você vai se dar mal.
A revelação da traição de Sabrina o deixou louco de raiva. Adam não tolerava traições, nem de seus homens, nem da mulher com quem estivesse. Desde o início, ele foi claro com Sabrina sobre as regras e as consequências de qualquer tipo de traição. Ele não costumava machucar mulheres, mas, com ela, não deixaria aquilo passar.
— Oliver, está doendo — resmungou Sabrina, com a voz fraca.
— Não posso fazer nada agora. Espere até eu cuidar dele. Só então poderei te ajudar — respondeu Oliver, em um tom ríspido, sem nenhuma gentileza.
Adam escutou tudo e refletiu. Foi por aquele tipo de tratamento que Sabrina o traiu?
— Se você sobreviver, Sabrina, tome cuidado para não cruzar meu caminho novamente — avisou Adam, com a voz carregada de ameaça.
Ele estava próximo à porta. Por sorte, não avançou muito para dentro do apartamento, mas suas chances de escapar eram mínimas. Precisaria se levantar rapidamente e abrir a porta, mesmo que a munição acabasse. Sairia dali ou morreria tentando.
Adam conferiu a arma e a munição mais uma vez. A dor o atravessava a cada movimento, mas ele precisava agir, mesmo que isso intensificasse o sangramento. Respirou fundo e se lançou à ação, atirando na direção de onde Oliver estava. Mesmo que não o acertasse, os disparos forçariam Oliver a se esconder, dando-lhe tempo para alcançar a porta.
Abaixado, Adam continuou atirando. Ao abrir a porta, praticamente se jogou para fora. Naquele instante, os tiros de resposta começaram. Apesar da dor, ele se levantou rapidamente e correu em direção ao elevador, olhando para trás a cada passo. Por sorte, quando se aproximou, a porta do elevador se abriu, e um casal saiu.
A mulher, ao vê-lo armado e ensanguentado, gritou apavorada. Adam tentou alertá-los:
— Saiam do corredor! — exclamou, entrando no elevador e apertando o botão para fechar a porta.
Os disparos ecoaram novamente. O casal se jogou ao chão, enquanto Adam pressionava o botão com urgência. Podia ouvir os passos se aproximando pelo corredor, e sua munição não duraria muito. Quando a porta finalmente se fechou, ele sentiu um leve alívio. Pressionou o ferimento com força, tentando conter o sangue, e pegou o celular para ligar para um de seus homens. Mas o aparelho estava descarregado. Naquele momento, Adam sabia que dependeria apenas da própria sorte e precisava torcer para não ser alcançado no saguão do prédio.
Enquanto Adam enfrentava aqueles perigos no apartamento, em outro ponto da cidade, Samantha Navarro vivia uma situação não tão perigosa, mas profundamente constrangedora.
Samantha, de vinte e oito anos, trabalhava como recepcionista em um hotel cinco estrelas em Seattle. Filha de uma mexicana e um americano, herdou do pai sua altura de um metro e setenta e, da mãe, a beleza e as curvas latinas que chamavam atenção.
Morava sozinha em uma pequena casa no subúrbio. Desde os dezoito anos, aprendeu a se virar sozinha. Seu pai, após um acidente de carro que lhe deixou sequelas, perdeu o emprego e se entregou à bebida. Mesmo com Samantha e sua mãe trabalhando arduamente para sustentar a casa, a situação era difícil. Os medicamentos do pai eram caros, e o preconceito contra elas, por serem latinas, dificultava encontrar bons empregos na região.
Para piorar, o pai de Samantha se endividou com o dono de um cassino, um agiota perigoso. Certo dia, ao chegar em casa, ela ouviu dois tiros e viu homens saindo de sua residência. Quando entrou, a cena que encontrou jamais saiu de sua memória: seus pais estavam mortos na sala. Por sorte, escapou de ser morta ou levada por aqueles homens, graças a um amigo que a impediu de entrar antes que os criminosos fossem embora.
Esse amigo era Pedro, companheiro desde os tempos de escola. O primeiro beijo de Samantha foi com ele, mas Pedro, rindo, sempre dizia que aquele beijo só serviu para confirmar que era gay.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 149
Comments
Jane Silva
rsrs coitada, não foi você
2024-11-22
1
ana
☺️☺️☺️☺️
2024-11-21
0
Maria De Fatima Carvalho
💖💖💖💯💯💯👏🤔
2024-10-20
0