capítulo 4

A Malu entrou com a Lívia. Levantei e esperei ela ir até mim.

— Cheguei pai, o que aconteceu? — Diz-me você. — Como vou saber. — O que falou para a sua mãe? — Nada. O que ela disse? — Como sempre a sua mãe não falou nada. Mas eu sei que fez algo, ou falou. — A mãe é cheia de mi-mi-mi. — A sua mãe é o amor em forma de pessoa, ela sempre esteve do seu lado, sempre cuidou de você, te deu amor, carinho, sempre fez tudo por você. Você tem tudo Malu, por que ignora a sua mãe dessa forma? — Não ignoro ela. Ela só prefere ficar pintando. — Você está falando bobagens e sabe disso. Você não convida ela para nada. Não fica perto dela, não conversa com ela. Você não faz nada para agradar ela. Tem noção do quanto deixa ela magoada. — Sério pai, vamos brigar por causa dela? Ela vai morrer e você não vai ter mais ela. — É bem capaz mesmo que ela morra, de desgosto por ter gerado uma criatura como você. — Devia ter casado com a Lívia. Ela merecia muito mais, já viu tudo o que você faz por ela? — Cala essa boca... — Deixa ela falar. — Meu amor sobe, eu resolvo isso aqui. — Depois do que ouvi, já percebi que não tenho nada para fazer aqui . Você quer outro tipo de família, sabe o que mais me dói, é saber que apesar de tudo eu escolhi gerar você. Se soubesse que seria uma pessoa assim, não teria dedicado todo o tempo que tinha para você. — Luna a Malu não quis dizer isso. — Ela quis sim, ela só falou o que realmente quer. Eu já entendi que não me encaixo na família que você considera. Mas está tudo bem, você não é obrigada a aceitar-me como a sua mãe. Mas eu vou fazer algo por mim mesma, a partir de hoje eu não vou ter nenhuma consideração com você também. A partir de hoje, você vai contar somente com a sua mãe Lívia e o se pai. Só não vai se arrepender depois, pois não vai ter nenhum afeto da minha parte. Eu sempre me mantive em silêncio sobre todas as vezes que ouvi você dizendo que a Lívia era a sua mãe, que gostava mais dela, que esperava que o seu pai olhasse para ela, que não precisava de uma pessoa como eu, que não serve para nada e só vive dependendo do seu pai. Que não trabalho, que não sou descolada, não tenho a mesma sofisticação que a Lívia para escolher roupas. E que você nunca pode contar comigo. Realmente eu vivo do dinheiro do seu pai, não tenho a mesma experiência de vida que a Lívia, ela é um mulherão que homem não ficaria com ela. Mas eu não trabalho, pois queria ter todo o tempo do mundo para ficar aqui sempre a disposição, para quando você quisesse conversar, quando quisesse contar algo que aconteceu, falar sobre algo que você gosta muito, para levar você ao shopping, a sorveteria, ao cinema, eu dei preferência por ser presente, para uma filha ausente. Um dia você vai precisar de mim, e nesse dia quem não vai estar mais disponível para você serei eu. — Você não pertence a minha família mesmo, você não é como o meu pai e a... — Cala a boca Malu. — Não, eu cansei de você ser manipulado por ela. É uma humana, não precisamos dela. — Do que você está falando? — Malu Cala essa boca. Meu amor sobe. — Eu estou falando disso.

A Malu acabou de estragar a minha vida. Ela transformou-se na frente da mãe. O pior era que ainda havia empregados na casa.

— Você não é como meu pai e a minha mãe Lívia. Você nem deveria ser a minha mãe. Eu posso acabar com você. — Não se atreva a chegar perto da sua mãe. — Eu não acredito Jasper... — Meu amor... — Amor? Foram quinze anos ao lado de alguém que eu não conheço. — Meu amor você conhece-me. Não mudou nada, eu sou o seu Jasper. — Só me diz que você não é ele, diz-me que o Joy estava errado, diz-me que aquele cheiro realmente é do perfume. — Meu amor era eu, apenas eu. Eu sou o cara pelo qual você se apaixonou. O mesmo que está sempre do seu lado. — Você enganou-me Jasper, você mentiu, você traiu-me, eu confiei em você, acreditei segamente em você. O pior é que me culpei todo esse tempo por não ter dado a você um filho, mas, na verdade, você já tinha uma filha de verdade. Não sei como se manteve intacto todos esses milhares de anos, mas eu ouvi a sua história, você teve o que queria, deveria ter-me matado quando essa menina nasceu. E quanto a você, é uma garota estúpida. Pensa que pode intimidar alguém como eu, só porque virou lobo. Você deve conhecer somente um lado dessa história. Faz o seguinte vamos acabar de uma vez por todas com essa palhaçada, pois isso não é uma família. Quando eu der as costas para você, mata-me. Não queria apenas lobos da sua espécie na família? Aproveita, a hora é agora de você se livrar de mim.

Luna deu as costas para ela.

— Não se atreva a atacar a sua mãe. Se fizer isso eu juro que mato você. — Mataria a sua própria filha? — Se fizer qualquer coisa contra a sua mãe Sim. — Que espécie de pai é você? — Do tipo que esperou por milhares de anos a mulher certa para me dar filhos. — Você apaixonou-se por uma humana. — A sua mãe não é humana, você só conhece um lado da história, e nem conhece toda. Volta ao seu estado normal, pois acabou de destruir a minha vida. Leva ela para o seu quarto Lívia, ela não sai até eu falar que pode sair. — Jasper eu sinto muito.

Sentir muito não adiantaria nada, nem resolveria o meu problema agora. Subo as escadas com o coração na mão. O meu maior desafio estava atrás daquela última porta.

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