capítulo 5

Escuto um som forte de buzina.Olho para ver quem é. A luz do farol está muito alta. O caminhão para no acostamento. Um homem desce.

— Moça está tudo bem? Precisa de ajuda?

Na hora invento uma história.

— Eu fui assaltada, levaram as minhas coisas, estou cansada. -Vou leva-lá até um posto policial. — Por favor não faça isso, os meus pais vão-me matar se souberem, sai escondida de casa. -Onde deixo você? -Pode largar-me na cidade por favor, eu vou para a casa de uma amiga, e invento que passei a noite lá. — Vem eu levo você.

Foi tão fácil assim. Subi no caminhão, e tem uma mulher com um bebê no colo.

— Você está bem? — Ela foi assaltada, vou levá-la até a entrada da cidade. — Deveríamos deixá-la num posto policial. — Ela saiu escondida dos pais. Quer ficar na casa de uma amiga. — Então vamos deixar ela na casa da amiga, assim temos certeza de que vai ficar bem. — Você tem razão. Onde é a casa da sua amiga? — Vai mudar a sua rota, não precisa, pode largar-me na entrada da cidade, já está bom.

Não sei, mas ele parecia determinado a fazer algo. A mulher olhava para ele, aquilo parecia um código. Quando ele chegou na entrada da cidade e dobrou, eu percebi que ele não ia deixar-me ir.

— Pode parar aqui por favor, eu vou a pé. — Você deveria ir até um posto policial. — Eles não se importam comigo aqui nessa cidade. Pode parar por favor. — Eu vou fazer o que é certo.

Não vejo alternativa, abro a porta do caminhão e pulo. Depois sai correndo sem olhar para trás. Consegui entrar na floresta e esconder-me, assim ninguém me veria. Depois de um longo tempo de caminhada, cheguei finalmente em casa. Observo se não há ninguém observando pela janela. Vou para casa, abro a porta e entro. Vou direto para o banho, esfrego-me bem para tirar o sangue no meu corpo, e no meu cabelo. Vejo uma roupa, e visto-me. Arrumei algumas coisas minhas. Peguei a roupa do guarda e coloquei na lareira. Coloquei fogo, assim ninguém poderia-me incriminar de nada. Depois de tudo isso, olhei para o relógio. Peguei a minha mochila, e sai. Cheguei cedo no lugar combinado, assim que eles chegaram, pedi para ser atendida, pois, precisava ir embora. Pediram para esperar só mais um pouquinho, pois eles precisavam da presença do dono da empresa. Fiquei a esperar, até agora ninguém havia chegado. Depois de um tempo, algumas pessoas começaram a chegar. Quando me viram ali esperando, não quiseram entrar. Quase duas horas depois finalmente o tal homem chega.Observando as pessoas do lado de fora. Ele disse a todos que entrassem. Mas eles recusaram-se, ainda apontavam o dedo dizendo que eu era uma bruxa.

— Bom dia! penso que as pessoas dessa cidade são um pouco malucas. — Bom dia! o senhor poderia atender-me por favor. — Pode esperar somente mais um pouco?

Reviro os olhos. Ele acha graça e vai para uma das salas. Ele não demora muito e acaba-me mandando entrar.

— Gostaria de pedir desculpas pelo meu atraso, mas tive um problema com o meu carro. — Tudo bem, só vamos terminar isso de uma vez, preciso ir embora. — Tudo bem, trouxe o que pedi? — Sim, está aqui. — Porque aquelas pessoas chamam você de bruxa? — Não sei. — Eles sempre chamaram você assim? — Por favor eu preciso ir embora. — Desculpa, apenas fiquei curioso. — Se não quiser que eles tentem colocar fogo aqui, termina isso logo. — Essas pessoas vivem em que século? — Isso não importa, mas acredite a polícia não vai fazer nada. — Poderia passar-me o número da sua conta bancária? — Não tenho conta em banco. Eu preciso desse dinheiro nas minhas mãos. — Você está brincando, eu não tenho esse dinheiro aqui. — Olha a minha vida por aqui não é nada fácil, e ela tem sido muito pior nos últimos meses, eu realmente preciso desse dinheiro, e não tenho conta num banco porque eles não abririam nenhuma conta para mim. Eu não posso sair para comprar comida, as pessoas aqui não gostam de mim. Eles já tentaram-me matar, eu sou ameaçada constantemente e nem sei o motivo. Eu vim cedo para evitar tudo isso, agora preciso desse dinheiro em mãos, não há nada que eu possa fazer em relação a isso. — Acredito que deve ser difícil, mas existem leis, as pessoas não podem fazer o que querem. — Ninguém se importa comigo aqui, e quando digo ninguém, significa que a polícia não vai fazer nada caso algum deles me mate. Então por favor, só me dá o dinheiro e o senhor fica com a casa, e eu vou embora, e todos vivem felizes para sempre. — Posso dar um pouco desse dinheiro a você agora, e depois combinamos um lugar para você pegar o restante. — Eu vou sair da cidade, e preciso desse dinheiro para ir embora. — Pode dar-me até amanhã? Você espera na sua casa, e amanhã eu dou esse dinheiro a você. — Não, sem dinheiro, sem acordo. — Espera, o banco da cidade não deve ter a quantia que preciso, se quiser eu consigo esse dinheiro, mas vai precisar esperar, eu ligo para o banco, e um dos meus funcionários retira essa quantia e traz até aqui. Mas vai demorar. — Dá-me o que você conseguir, mas eu preciso que seja ainda hoje. — Eu só vou atender os outros... — Não, eu preciso disso agora. — Eu vou ligar para o banco, e vou mandar a minha funcionária ir pegar. — Tudo bem, vou esperar aqui. — Eu preciso atender os outros. — Eles não vão entrar enquanto eu não sair. — Eu já volto.

Ele levantou e saiu. Precisava sair de lá o mais rápido possível. Ele voltou alguns minutos depois.

— Pronto agora é só esperar. Já que temos tempo, pode contar-me a sua história. — Não tenho nada para contar. — Duvido muito, então como começou tudo isso? — Desde que me entendo por gente as pessoas sempre agiram dessa forma comigo. Se saio na rua ficam olhando, se entro em algum lugar eles se afastam, me chamam de bruxa, pincham a minha casa, jogam pedras, não tenho nenhuma história boa para contar. — E a polícia não faz nada? — Não, eles me dizem para ir embora da cidade, ficam-me ameaçando, como disse, ninguém aqui se importa comigo. — Não tem família? — A única pessoa que eu tinha aqui morreu. E quando saí da cidade, e fui atrás da minha avó, descobri que ela também havia falecido. Mas na cidade onde ela morava, eles receberam-me de uma forma melhor, tirando alguns problemas que tive. — Os problemas acompanham você? — Parece que sim. — Para aonde vai? — Vou voltar para Wolf City. — Que nome, é a cidade dos lobos? — Ela tem esse nome pela quantidade de lobos que viviam naquele local. — E agora tem lobos? — Não vi nenhum quando estive lá. — Bom, espero que tenha sorte. — Eu também espero.

Algo nele era estranho, não sabia bem o que era. Depois de um tempo de espera a mulher chega com um pacote. Entrega-lhe e sai.

— Aqui tem tudo o que conseguimos do banco. Mas vamos fazer o seguinte, eu vou entrar em contato com você, e assim que terminar aqui, eu vou retirar o restante do dinheiro e entregarei a você. Se soubesse teria trazido o valor. Sinto muito pelo que passou nessa cidade. — Obrigada, eu preciso ir. — Não vai conferir? — Não.

Apenas guardei o dinheiro na mochila e sai.

As pessoas do lado de fora começaram a gritar.

— Fora bruxa, fora bruxa, fora bruxa...

Aquilo era idiota de mais, deveria devorar uma a uma. Afasto aquele pensamento. Escuto alguém gritar.

— Já chega! deixem a garota em paz, em que século vocês vivem. Bruxas nunca existiram, são mitos, lendas, contos inventados para crianças, já deu.

Eles calaram-se. Apenas continuei a andar. A essa altura já havia perdido o primeiro ônibus. Paguei um táxi para me levar até a outra cidade. A maioria deles se recusou, apenas um aceitou levar-me, cobrando o dobro do valor. Eu não pretendia esperar nenhum minuto a mais.

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Comments

Angela Valentim Amv

Angela Valentim Amv

Caramba que povo mais ignorante aff.

2023-12-31

5

Ruth Morais

Ruth Morais

muito bom gostaria de ler o primeiro

2023-11-28

3

Valda Martins

Valda Martins

Gostando

2023-11-17

1

Ver todos

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