Olho para cima, talvez aquela seja a última vez que observo a lua. Me ferrei bonito. Por algum motivo pareço sentir a energia dela. Sinto o meu corpo doer, caio no chão.
— Vai implorar para viver? — Corre, sai daqui. — Levanta. — Não posso.
Não tenho como evitar, a transformação ela está acontecendo. Olho na direção dele, posso escutar as batidas do seu coração, sinto cheiro, cheiro de medo. Isso é muito interessante.
— O que é isso?
Ele faz disparos na minha direção, no momento caio no chão. Ele chega perto e confere se estou viva. Vira o meu corpo e deixa-me ali. Ele sai com o outro policial. Abro os meus olhos. Sinto o meu corpo reagindo, eu não posso controlar o que está dentro de mim. A vontade de caçar é grande. Eu posso ver melhor que antes. Saio correndo na direção deles. Passo correndo por eles.
— Ouviu isso? — Deve ser algum animal, vamos sair daqui antes que alguém veja o nosso carro.
Paro na frente deles, o cheiro do medo aumentou. Ele era... é muito bom. Isso faz com que a fera que existe em mim, sinta mais vontade. O policial sacou a arma e atirou, mas sai correndo.
— Você viu aquilo? — Sim, vamos ficar de olhos abertos.
Arremessei o primeiro policial longe. Faltava apenas ele, ele corre desesperado quando não encontra o amigo. Estou gostando dessa caçada. Quanto mais desesperado ele corre, mais quero devorá-lo. É mais forte do que eu. Antes que ele alcance a porta do carro, pego ele pela perna e jogo contra uma árvore. Não posso provar a carne dele, mas quero estraçalhar. Um uivo desperta a minha atenção. Corro pela floresta atrás dele. O cheiro era forte. Não é o cheiro dele, esse cheiro é diferente. Preciso sair da floresta. Mas o meu monstro interior não quer. Ele quer voltar para a sua presa. Preciso lutar contra isso. Penso nele, preciso de algo que me traga de volta. Apenas penso em todas as vezes que estivemos juntos. Lentamente consigo voltar ao normal. Estou nu, na floresta, com dois corpos. Vou até o policial e pego a calça dele e a jaqueta. O cheiro do sangue, e a carne exposta, faz com que eu tenha vontade de come-lo. Outro uivo, esse não era dele, isso significa que tem alguém na floresta. Vou até à viatura da polícia, procuro limpar as minhas mãos sujas de sangue, e pego o documento da casa. Se soubesse dirigir iria para casa. Começo a andar, tento afastar-me o mais rápido possível daquele local. Se conseguisse me transformar, e levar aquele papel comigo. Preciso chegar em casa, mas acredito que são horas de caminhada, ninguém dará carona a uma pessoa igual a mim.
Dane-se casa, eu preciso voltar para a minha casa, preciso entender que lá é o meu lugar. Mesmo depois de tudo o que passei com o senhor Grayson. Não vai mudar o fato de que preciso dele. Sinto a sua falta, é tudo o que tenho.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Star
Enfim resolveu fazer o certo ...pra começo de conversa nem deveria ter ido embora
2024-04-26
4
Angela Valentim Amv
Que bom tomara que vc volte mesmo .
2023-12-30
2
Valda Martins
Eita agora resolveu pensar
2023-11-17
3