Acordei a alguns minutos com o despertador berrando em meus ouvidos, mas hoje é sábado, estava na minha janela olhando a floresta e lembrava-me da noite passada, tinha um curativo em minha cabeça e me pergunto se foi eu quem o fez e não lembro, não seria a primeira vez. Lembro também dos outros lobos, haviam 5 lobos, os quais nunca havia visto antes, mas eram lindos, enormes assim como olhos de fogo, o que havia me chamado mais atenção era o de pelagem alaranjada, um ruivo bem marcante, era impossível não se encantar. Pena que não pude olhar mais de perto, acho que perderia uma perna se tentasse.
Pensei em ir na floresta mas deixei para lá, estava com preguiça e minha cabeça ainda doía um pouco apesar das 3 aspirinas que tomei.
Depois de duas horas Deitada em minha cama com as luzes apagadas e janelas fechadas a dor em minha cabeça havia diminuído e quase não se fazia presente, então decidi que vou sair, já que meu livro novo já foi devorado rapidamente nos últimos 3 dias, não teria opção a não ser sair ou, me dopar. E eu escolho sair, por incrível que pareça. Hoje é aniversário dele, e eu quero tentar não estragar tudo, por isso preciso me distrair.
Já pronta escuto buzinas e no mesmo momento reconheço ser a caminhonete da minha tia, faz 3 anos que não vejo ela. Desço as escadas tropeçando até chegar a porta e abri-lá vendo minha tia, os cabelos acinzentados me lembram meu pai, eles eram muito parecidos, não se negava que era irmãos.
— Tia, o que faz aqui?
— Oi, querida. Tenho conversado com sua mãe nos últimos três dias, ela me passou o endereço. - ela se explicava enquanto me analisava.
— Como você tá linda, muito parecida com seu pai. - ela vem até mim e me abraça, fico sem reação por dois segundos e então a abraço também, me sentindo bem, lembro de muitos momentos bons com ela, quando meu pai ainda era vivo nós passávamos muito tempo juntas, foi ela quem me ensinou a admirar a natureza, a sentir ela, íamos sempre na floresta perto da antiga casa, ela me contava histórias sobre lobos.. assim como papai fazia toda noite, mas eram histórias diferentes.
— Eu senti sua falta.
— Eu sei pequena, eu sei.
— Trouxe uma coisinha de volta. Acho que você vai arranjar um espaço para colocá-lo. - Vamos até a caminhonete e ela tira um grande pano que cobria o antigo piano de meu pai, aquele o qual eu havia destruído durante um dos meus surtos de raiva. Aquele onde aprendi cada nota, cada melodia guiada pelo meu pai, ele me ensinou com tanta paciência a tocar, sempre disse que era a melodia suave do piano que o acalmava.
Agora me encontrava com os olhos marejados, não tinha percebido que sentia tanta falta do som das notas, da calma que aqueles momentos me traziam.
— Você consertou? Achei que ficaria com ele, depois de 3 anos e você nunca apareceu.
— Não achei que iria querer me ver por um bom tempo depois da briga, então lhe dei espaço e tempo. E agora senti que era o momento certo para trazê-lo de volta.
— O que acha de acharmos um lugar para colocá-lo?
— Claro, tem um quarto vazio.
Passam-se horas, colocamos o piano no lugar e ficamos conversando, sentia tanta falta disso, contei sobre a floresta, a cachoeira e como estar lá me trazia paz, não contei sobre os lobos, não quero que ela me ache louca, mesmo sabendo que ela é fascinada por lobos, assim como eu.
— Bom, pequena, eu tenho que ir, nos vemos outra hora, prometo não demorar tanto desta vez. - se despedia já indo para fora da casa.
Me abraçou e foi até a caminhonete, antes de entrar virou-se para mim.
— E Isis, cuidado com os lobos - Ao pronunciar estas palavras entrou na caminhonete e dirigiu para longe, me deixando confusa, eu não havia falado sobre os lobos, mas ela sabia sobre eles, como?
...☆...
Decidi conhecer a cidade melhor, caminhando avistei uma livraria e agora se fazem aproximadamente 2 horas que estou aqui, já está ficando tarde e minha mãe não volta para casa hoje, então decidi deixar os livros que estou louca para ler na estante e ir para a floresta, já que não trouxe dinheiro.
— Isis - viro em direção a voz e vejo Benjamin, com o seu lindo sorriso estampado no rosto e dois livros nos braços
— Oi, não sabia que você gostava de ler, hum... poesia - dois livros de poesia observo em seus braços
— Ah, é apenas um passa tempo.
Me sinto tonta derepente, e minha visão escurece, antes de cair na escuridão Benjamin me segura em seus braços.
...☆...
Acordo e estou no hospital, minha mãe está ao meu lado com seu uniforme e estou tomando soro na veia.
— Você acordou. Porquê desmaiou? Comeu alguma coisa hoje? - minha mãe já perguntava brava e preocupada.
— Não comi nada, não senti fome e acabei esquecendo. - admito, e essa era de fato a verdade, eu passei o dia todo distraída com outras coisas que esqueci de comer.
— Como você se esquece de comer ísis? Pelos deuses filha. O que importa é que você já está bem.
— Vá para casa e coma algo. - já tirava a agulha do meu braço.
— Tia, Eleena, esteve lá em casa hoje - conto sem olhar diretamente em seus olhos
— Esteve? ela não me contou que vinha hoje - comenta minha mãe um pouco confusa
— Eu vou para casa - levando-me da cama em que estava sentada e saio.
Minha relação com minha mãe mudou muito desde a morte do meu pai, apesar de não termos brigado ainda desde que viemos para cá, não acho que vá demorar muito para que isso aconteça, são brigas constantes, quase sempre é por minha causa, e eu odeio isso, o fato de ela não entender que eu não consigo continuar tão forte quanto ela, eu sei que ela finge, mas eu não, não depois de tudo, eu não consigo, não quando convenci a mim mesma de que sou amaldiçoada, tem muito que vocês ainda não sabem.
Cheguei em casa e fui direto pra cozinha, comer algo. Arrumo tudo e me sento no sofá, com um livro em mãos
A casa estava estranha, não sei explicar, ouço algo cair no chão no andar de cima e subo correndo, se for alguém eu provavelmente estou morta, mas não penso nisso quando corro escadas acima.
— É só um pássaro. - suspiro aliviada.
— Como você entrou aqui? - o pego com cuidado, ele não estava machucado, ainda bem. O coloco na janela e ele voa para longe.
Havia quebrado um quadro onde tinha uma foto minha e do meu pai, uma foto do dia em que tudo aconteceu. Deixo o quadro quebrado em cima da escrivaninha, limpo os cacos e me deito após fechar a janela e apagar as luzes, perdi a vontade de ler.
Não lembro de ter aberto a janela, como estava aberta? Ou a deixei aberta e não lembro? Acabo adormecendo com esses pensamentos..
...☆...
Acordei e lembrei que não havia ido à floresta no dia anterior já que fui parar no hospital, então agora me encontrava na floresta, mas desta vez tinha comido algo, já que não dava para enganar minha barriga que roncava pela manhã.
Sim eu estava procurando o nosso grande lobo de olhos de fogo, mas desisti e sentei em um pequeno tronco. Eu trouxe comprimidos, estou com uma sensação estranha e sinto que vou precisar para me acalmar, principalmente se não encontrar o grande lobo que estava distraindo minha mente nos últimos dias. Uma hora se passa, como sou idiota, como se um lobo não tivesse nada melhor para fazer, idiota.
Ouço o sacudir das folhas vindo de todos os lados da floresta, quatro grandes lobos surgem, de todos os lados, eles me cercaram, eu estava morta, não que eu me importe mas morrer devorada por lobos?? não me parecia uma morte digna da maldição em mim.
— Oi lobinhos. - Eu ria de nervoso. Provavelmente só vou sair daqui morta quando acharem os restos do meu corpo, se acharem !!
— Vocês vão me matar? Eu sou carne podre, sério, não vale a pena. - Sim, estou falando com eles como se eles fossem me ouvir e simplesmente ir embora, que idiota.
Reconheço um dos lobos, acho que é um dos 5 lobos que estavam no dia em que machuquei a cabeça.
Será que eles não querem carinho também?
Ouço um uivo e logo o grande lobo de olhos de fogo pula entre mim e os lobos, ele apareceu. Pelo menos eu não morro hoje, né?
Os Lobos o olham, eles parecem conversar, um deles, o'que estava no dia que me machuquei, rosna para o lobo que se colocava em minha frente, mesmo assim ele não abaixa a guarda..
...Olhos de fogo narrando...
Eu podia estar aqui? Não, não podia, eu tinha que estar na alcateia e obedecer as ordens do alfa, mas estamos aqui, pois meu lobo insiste que temos que protegê-la, não discordo, ele é quem manda no momento.
~ O que você está fazendo? O alfa te proibiu de sair da alcateia para ver a mundana. - O beta do alfa já me alertava.
Eu me dava bem com ele, até ele ver que eu deixei isis, uma mundana, entrar.
~ Ia matá-la? - Meu lobo pergunta ao beta.
Não tenho controle nenhum apesar de estar consciente.
~ Íamos fazer o'que vocês não fizeram.
~ Tirar a mundana do nosso território.
Isis estava ao meu lado e olhava tudo um pouco assustada.
~ Ela não é um perigo.
Ele rosna para mim, acha que iria me render e abaixar a cabeça, mas não. Meu lobo ainda mantinha a posição de ataque caso necessário.
~ Você não sabe disso.
~ Vamos acabar com isso. Eu a levo embora. Fico a semana longe dela, assim como foi mandado pelo alfa. E vocês ficam longe dela.
~ Se ela continuar vindo a floresta teremos que fazer algo, você sabe disso.
~ Ela não virá mais para esses lados. - não posso falar com ela e não sei como farei para que não venha mais para este lado, mas eu vou dar um jeito.
~ Você só tem uma chance.
Todos se retiraram sem mais uma palavra.
— Eu não morri hoje, tá tudo bem. Preciso de algo para me acalmar.
Ela tira do bolso do casaco um frasco de comprimidos, o coração dela estava acelerado, eu podia ouvir, suas mãos tremiam. Penso em como poderia impedi-la, mas não posso fazer nada. Ela tira dois comprimidos do pote e os engole a seco.
Abaixo para que ela suba. Corro, estava com raiva, raiva porque não sei o que meu lobo ou eu estou sentindo, raiva por incontrolavelmente precisar proteger ela, raiva pois está tudo tão confuso, raiva por não conseguir mais seguir as ordem do alfa, por meu lobo não se comunicar direito comigo, desde que Isis chegou, raiva, porque sei que não conseguirei ficar longe dela enquanto estiver aqui.
Naquela noite, Isis não conseguia dormir, então voltando a semanas atrás se dopou para que conseguisse fechar os olhos sem que seus pensamentos a atormentassem, sem que a dor agonizante eu seu peito roubasse seu ar, dificultando sua respiração, sem mais medos, sem mais pesadelos, ela se afogou naquele momento, sem que alguém estivesse ali, para dizer lhe que ela precisava descansar, e desta vez, sua mente, por um tempo, não quis voltar a superfície…..
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Atualizado até capítulo 20
Comments
Dalva Ferreira Rocha
não entendi porque essa história essa garota só fala muitas coisas desorientada ou porque vevi se dopando não come ela perdeu o pai a quase três anos e ainda vevi fazem isso para uma jovem que tem quase dezoito anos acho que essa garota precisa de um psicólogo e ter ocupação e ter maturidade e responsabilidade Isis perdeu o pai e não mudou vevi se achando inútil e do Jeito que ela tá fazendo até eu vou pensar assim se ela não tiver atitude madura de uma mulher parece que a mente da tem ainda tem dez anos e não dezoito anos credo 😤 eu gosto de lê e é por isso que ainda não parei de lê pra ver se tem um foco essa história e vou esperar um pouco mais pra isso.😤😤😤😤🤔🤔🤔🤔🤔🤔😔😔😔😔
2023-04-11
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