capítulo 5

Capítulo 5

Wendy

- Vem entra logo - falei pro meu pai, quando abri a porta do quarto do hotel

- Faz quanto tempo que ele saiu? - meu pai perguntou e eu fechei a porta

- Faz meia hora e Henrique disse que volta só a noite - falei

- Como está nosso plano?

- Mais ou menos, ele é cabeça dura, igual você falou que o tio Cass é!

- Por isso precisa fazer ele se apaixonar por você!

- Ai pai... não sinto nada por ele! vai ser difícil, mas creio que consigo!

- Eu sei que não, mas precisamos da ajuda dele, está cada vez mais difícil nosso comércio sem a ajuda de um policial - disse meu pai se referindo ao comércio de drogas e armas

- Eu sei... mas já conseguimos fazer ele casar comigo, sinceramente, foi muito fácil. Você estava certo, ele realmente não sabia que era adotado!

- Não esqueça que sua mãe não sabe de nada, ela ainda acha que quero casar você com o Martins! - meu pai disse

- Credo, como ela pode achar que o senhor seria capaz de me casar com aquele cara?

- Porque eu cheguei mesmo a pensar, tanto que fizemos um acordo! - disse ele

- O que? você pensou mesmo nisso? - perguntei

- Pensei filha, mas já desfiz o acordo, embora eles não tenham gostado nada...

- Acha que teremos problema com os Martins? - perguntei cruzando os braços

- Não... - disse ele e não senti firmeza - melhor eu ir agora, filha se precisar de algo me avisa, ok?

- Vou estar por perto! - meu pai falou e me abraçou

- Vou investigar tudo que puder, vou ver se existe algo que possamos chantageá-lo! - falei o abraçando

- Cuidado filha, o Henrique pode ser mais esperto do que pensamos! O pai e o avô dele, sempre foram inteligentes!

- Deixa comigo pai! - eles podiam ser espertos, mas eu era mulher e podia deixar o Henrique caidinho por mim.

*

Assim que meu pai foi embora, passei o dia cochilando e depois assisti um filme na tv. Quando começou a escurecer, coloquei um dos meus planos em ação. Tomei banho e fiquei só de toalha, por volta de quase oito da noite, ouvi passos no corredor, corri para a porta do banheiro e quando ouvi ele destrancar a porta de entrada, saí só de toalha do banheiro.

- Oi - falei segurando a toalha  e Henrique me olhou de cima  a baixo - desculpe, não ouvi você chegar!

- Tudo bem... vou tomar banho, vamos até a casa dos meus pais ok? - disse ele desviando o olhar de mim, perfeito

- Ok, vou colocar minha roupa - a única visto que as minhas coisas estavam tudo lá, assim como as dele

Henrique foi para o banho e saiu com a mesma farda que entrou. Um pouco mais apertada do que a que vi ele usar a dois dias.

Ele era bonito, não seria nenhum sacrifício conquistar Henrique.

- Está pronta? - ele perguntou

- Sim, podemos ir se quiser! - falei pegando minha bolsa

**

Assim que chegamos na casa dos pais dele, nos sentamos. Eu estava me sentindo um peixe fora d’água.

- Sinto muito por todas as vezes que chamei você de adotado - falou Sandie sentado ao lado do Henrique

- Não venha se fingir, vi você filmando toda a briga! - ele disse a irmã

- Sim - ela falou e gargalhou - filmei mesmo! Daqui uns anos, vamos rir disso! Confie em mim! - falou Sandie

- Deus... - Henrique disse balançando a cabeça e sorriu, eles se amavam, claramente - cadê eles? - ele perguntou se referindo aos seus pais.

- Estão na garagem...

- Fazendo o...

Ele não pode terminar de perguntar, meu pai entrou junto com o senhor Cass e a senhora Lize.

- O que ele faz aqui pai? - perguntou Henrique ficando de pé

- Vamos conversar civilizadamente! - disse a mãe do Henrique

- Não tenho o que conversar com esse cara, alguém que é agressivo com a filha e que não a deixa escolher... eu não tenho o que falar com ele!

Henrique disse ficando de pé.

O que meu pai estava fazendo aqui?

- Vou ser direto garoto, você acabou com uma negociação minha! Agora preciso da sua ajuda! - disse meu pai, mas esse não era o trato, olhei para ele em busca de alguma resposta, mas ele nem se quer me olhou de volta

- Do que tá falando Valente? - perguntou o senhor Cass

- Henrique acabou com um négocio meu com os Martins, que iria gerar milhões, agora quero em troca, ajuda - meu pai disse sorrindo e Henrique estreitou os olhos

- Do que tá falando? - Henrique perguntou e sua irmã olhava tudo com atenção

- Preciso que me ajude a entrar com umas cargas nos Estados Unidos

- Nem pensar! - falou o senhor Cass, quase gritando

- Não se meta Cass, Henrique decide! Pode me deixar levar minha filha, ou pode me ajudar! é simples! - meu pai disse sorrindo

E ali eu percebi, que ele tinha me usado, eu tinha sido um peão no jogo dele e não sua ajudante.

- Nenhum dos dois! - falei ficando de pé ao lado de Henrique - vamos embora! - falei pegando a mão dele

- Não negocio com bandido! - disse Henrique e aquilo acabou me afetando um pouco, mas eu não disse nada.

- Quando os Martins vierem atrás de vocês, não contem com a ajuda dos Valente! - meu pai disse quando estávamos na porta

- Não irei contar! - disse Henrique e saímos

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