Capítulo 2
Henrique
Wendy me contou mais ou menos por cima, sobre o seu noivo e de como seu pai queria que ela casasse com ele. Achei até estranho, porque apesar de tudo, sempre ouvi dizer que o tio Nick era super pra frente e cabeça aberta, casamento arranjado era no mínimo uma surpresa.
Depois de ouvir ela, fomos deitar. Eu mal podia esperar para saber o resultado da minha prova. Não consegui dormir a noite inteira, principalmente depois daquela imagem da minha prima com a bunda daquele jeito, tentei pensar em várias coisas diferentes, mas minha mente vagava entre o resultado da minha prova e aquela bunda...
Quando finalmente o meu celular despertou, levantei, tomei banho, vesti uma das minhas fardas e fui tomar café. Estavam todos na mesa.
- Soube que está para subir de cargo - falou Wendy comendo torradas
- Sim... - falei
- Que legal, meus parabéns - ela falou e achei um pouco forçado
- Vamos filho? - disse meu pai ficando de pé e passando suas mãos na farda dele, depois deu um beijo na bochecha da minha mãe
- Vamos! - falei e bebi de uma vez só meu café preto e quente.
Fomos juntos até a delegacia e quando meu pai estacionou o carro na garagem da delegacia eu perguntei:
- Acha um pouco suspeito essa história da Wendy e desse casamento?
- Acho! - ele disse simplesmente e desceu do carro
Então não era só eu.
**
A manhã pareceu levar uma eternidade para passar, quando finalmente chegou a tarde, eu fiquei atualizando o site da polícia o tempo todo.
- Vai arrancar essa tecla! - falou meu colega Jacob quando passou por mim, na minha mesa do corredor da sala
- Saiu! - gritou Ronald
Atualizei de novo o site e apareceu minha nota, tinha passado e ainda tinha tirado um nove.
- Isso!! - falei e olhei Ronald que estava com uma garrafa de champanhe na mão
Ele sacudiu a garrafa como se dependesse daquilo para viver, depois apertou a beira com o polegar e a rolha estourou fazendo um grande barulho na nossa sala. A rolha ricocheteou na parede e foi direto no vidro da sala do meu pai.
Um segundo depois ele surgiu à porta, com sua arma na mão, olhou tudo ao redor. Os policiais estavam disfarçando, como se estivessem lendo ou conversando. Apenas Ronald e eu estávamos com cara de culpados.
- Na minha sala, os dois, agora! - falou meu pai
Nós dois nos olhamos e caminhamos até sua sala, quando passamos por ele, meu pai fechou a porta e as persianas.
- Sinto muito senhor capitão! - falou Ronald em posição de sentido, sem olhar meu pai
- Sinto muito capitão! - falei, embora eu nem tivesse feito nada
- O que tá esperando para servir a gente? - disse meu pai ao Ronald e pegou três copos
Nós olhamos para ele e levamos alguns segundos para entender, depois Ronald sorriu e ergueu a garrafa para nos servir. Meu pai gostava muito dele, fomos criados juntos desde a escola, sempre ficamos um na casa do outro, depois decidimos entrar para a polícia juntos, o que não agradou muito o pai dele que queria que Ronaldo fosse médico ou advogado.
Depois de bebermos e comemorarmos quase em silêncio na sala do meu pai, vestimos nossas caras de tristeza e saímos dali. Todos olharam com pesar, achando que tínhamos levado o maior esporro, e que tínhamos sido suspensos, mas na verdade meu pai nos deu o dia de folga, para comemorarmos mais. E foi o que fizemos, ficamos até tarde na rua, bebendo e nos divertindo.
Nem sabia como tinha chegado em casa, ou como tinha ido parar no meu quarto, mas acordei certa hora da noite, como Wendy me cutucando.
- Preciso que me ajude! - falou ela baixinho
Esfreguei os olhos e notei que minha cabeça doía demais.
- O que você quer? - falei ainda sonolento
- Meu Deus, você ta fedendo a álcool! - disse ela
- Fala logo o que você quer uma hora dessa! - falei irritado olhando o relógio ao lado da minha cama, que marcava três da manhã.
- Meu pai está vindo! - falou ela e seus olhos se encheram de lágrimas
- E daí? - perguntei confuso
- Ele vai me levar para a Itália e vai me casar com aquele homem!
- Quer que eu entre numa briga com seu pai, meu tio mafioso, sendo que mal nos conhecemos? - perguntei sentando na cama
- Não precisa enfrentar, tem outra saída...
- Fale, se eu puder ajudar... - falei a encarando
- Tenho uma proposta para você, ofereço muito dinheiro em troca!
- Ok - falei um pouco mais interessado - tô ouvindo!
- Vamos nos casar!
- É o que garota? tá maluca? - perguntei quase gritando
- Xi... - falou ela e cobriu minha boca com sua mão - fala baixo
- Somos primos! - falei - não podemos nos casar! - Ela me olhou um pouco confusa e depois ergueu as sobrancelhas
- Você não sabe! - ela disse parecendo surpresa
- O que eu não sei? Do que você ta falando?
- Que Deus me perdoe por isso, mas já estou ferrada mesmo! - ela falou - ninguém nunca disse a você que é adotado?
Levei alguns segundos, ou talvez minutos, para assimilar o que ela tinha dito.
- Não fale besteiras! - eu disse irritado e fiquei de pé
- Desculpe ser eu a dizer isso, mas é verdade, toda a família sabe!
- Você só está desesperada! - falei, mas estava com medo
- Já viu fotos de sua mãe grávida de você? porque tenho certeza que ela tem fotos grávida da Sandie
Foi então que minha ficha caiu, realmente não haviam fotos da minha mãe grávida de mim, apenas da minha irmã. A Deus.... não era possível.
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Katia Rosania
Estou com pena dele, acho que essa garota é perigosa, merecia uma mulher melhor😔
2025-04-24
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Dianes Saibel
tadinho do Henrique merecia saber de outras formas 😢
2025-02-18
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Hellen Valéria Santos Pinheiro
Relendo novamente hoje dia 30 de dezembro de 2024 as 12:31....
2024-12-30
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