Capítulo 4
Henrique
- Vamos morar aqui? - perguntou Wendy olhando ao redor do quarto de hotel que aluguei.
- Morar não, mas ficar aqui até a poeira baixar sim
Eu tinha gostado do lugar, era no centro. Perto do meu trabalho. Só era um pouco pequeno, um quarto, sala e cozinha conjugados e apenas um banheiro. Era bem ajeitadinho, mas conhecendo a filhinha de papai, isso aqui devia ser um muquifo para ela.
Wendy ficou olhando tudo, passando seu dedo indicador e conferindo se tinha pó, ou sei lá o que mais.
- Não gostou daqui? - perguntei sentando no sofá, estava morto de cansaço, a viagem até Vegas, ida e volta, foi exaustiva, principalmente, porque Wendy não quis dirigir.
- Achei... bom... - falou ela e me olhou, ela tinha odiado claramente
- Podemos ir pra outro lugar - falei e ela sentou ao meu lado
- Olha desculpa, eu só não estou acostumada com lugares pequenos assim... mas me diga, o que vamos fazer daqui pra frente?
- Me diga você? o plano foi seu. Eu tenho que trabalhar e seguir minha vida normalmente.
- Como você disse, a poeira tem que baixar, meu pai não gosta de ser desafiado. Ele pode querer me levar a força
- Se tentar dou um tiro nele - falei me encostando mais no sofá
- Ei... ele é meu pai Henrique!
- Cara, decide! quer que eu defenda você ou não? Vocês mafiosos só entendem não com força bruta! - falei e vi o seu maxilar trincar de raiva
- Não somos animais selvagens seu babaca!
- Se você diz... - falei
Wendy ficou de pé e disse dominada pela raiva:
- Olha aqui seu ignorante, temos muito mais estudo e conhecimento que um militarzinho de merda que se submete a leis ridículas, impostas por uma sociedade mais ridícula ainda! Somos unidos, lutamos uns pelos outros até a morte! Sabemos o significado de família! Vocês que vivem numa sociedade comum não se respeitam e não zelam um pelo outro, traem a confiança um do outro a todo momento!
- Me diga Wendy - falei olhando em seus olhos bem calmamente - seu pai querer obrigar você a se casar com um estranho e praticamente usar força bruta com você agora pouco, é respeito, zelo e significado de família para vocês mafiosos? Porque se for, prefiro minha vida de militarzinho de merda!
Ela me olhou por alguns segundos e ficou em silêncio, mas estava furiosa comigo.
- Não está atrasado para o trabalho? - ela perguntou e sentou ao meu lado
- Muito... mas teria que ir até minha casa pegar minha farda, e não estou afim!
- Ninguém no seu trabalho levaria ou emprestaria uma farda a você? - perguntou ela
- Tem razão, meu amigo Ronald deve ter uma para me emprestar! -falei ficando de pé e fui ligar para ele.
Como imaginei, ele iria me emprestar uma dele que ficava no seu armário da delegacia e disse que eu devia uma cerveja pós expediente para ele, para contar o que estava acontecendo. Lavei meu rosto, peguei a chave do carro e fui para a porta.
- Tem dinheiro para comer? - perguntei com a mão na maçaneta
- Tenho... - disse ela do mesmo lugar onde estava quando eu levantei minutos atrás
- De preferência, não saia de casa. Ok? Não vou até a Itália resgatar você! - avisei a ela
- Não sou nenhuma criança - ela disse
- Até a noite - falei e saí
Fui dirigindo e pensando na grande loucura que eu fiz. Estava com raiva dos meus pais. Mas não devia ter me casado. Onde eu estava com a cabeça. Essa garota claramente é tão maluca quanto o pai. Deus... que merda eu tava na cabeça? Nunca se deve tomar decisões quando se está com raiva.
Agora o que eu ia fazer? Brincar de casinha com a Wendy? Sustentar uma mafiosa? ou ex mafiosa, eu não sabia mais...
Casado? Meu Deus... ainda bem que podíamos nos separar. Assim que cheguei na delegacia, encontrei Ronald e fui colocar a farda que ele me emprestou. Arrumei meu cabelo e fui para minha mesa, tinha uma papelada com respeito a um meliante que prendemos outro dia.
Não deu quinze minutos que eu estava na minha mesa e o secretário do meu pai me avisou que eu estava sendo chamado na sala do capitão. Respirei fundo e fui falar com o meu pai. Entrei sem bater.
- Henrique - ele disse me olhando e apontou a cadeira, sentei e o encarei sem dizer nada - sinto muito! - meu pai falou
- Sente muito pelo que? Mentir? Me enganar?
- Por tudo! Mas entenda! Para mim não importa se é meu filho de sangue ou não, amo você tanto quanto a Sandie! - falou ele e levantou da sua cadeira, depois veio até mim e sentou do meu lado.
O dia estava nublado e as persianas da janela do escritório dele estavam fechadas, ainda bem, porque eu estava com dor de cabeça e dias nublados, pareciam piorar tudo.
- Olha pai, eu sinceramente não sei o que dizer. Não consigo acreditar que vocês me enganaram todo este tempo... isso é imperdoável! - falei passando minhas mãos nos meus cabelos
- Imperdoável? Não fale bobagens Henrique! Criamos você com todo o amor e carinho que qualquer pai e mãe de sangue ou não, criariam! Para nós esse detalhe não importa!
- Detalhe? chama isso de detalhe? Pai, vocês esconderam uma coisa extremamente importante!
- Eu sei, eu sei... fomos deixando para depois e o depois virou trinta anos...
- Conhece meus pais? ou foi uma adoção no escuro? - perguntei e nem sabia porque, não sabia se queria saber...
- Tenho todas as respostas para você Henrique! Vá para casa e a noite conversamos! - falou meu pai
- Nick vai estar lá? Não quero ele perto da Wendy, ele é maluco, não confio nele! - falei
- Não, o Nick vai estar num hotel, ele nunca fica em nossa casa...
- Ok, Wendy vai comigo! - avisei
- Por que está fazendo isso por ela? Vocês mal se conhecem filho, se viram apenas quando eram crianças e depois nunca mais...
- Estava com raiva e quis ajudar. Seu crescido dono da minha vida pai! - falei isso, mas a verdade é que sabia que tinha feito uma merda grande
Ok... nos vemos a noite? - perguntou ele e tocou meu braço, eu acenei com a cabeça e saí da sua sala sem
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Essa semana programação normal a princípio. Teremos capitulos todos os dias ❤️
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Atualizado até capítulo 32
Comments
Vilza de Souza
😱Sera que o meliante é o pai biológico?.?.?.
2025-05-15
0
Dianes Saibel
toma distraída 🤭🤭🤭🤭
2025-02-18
0
Isabel Barbosa De Melo Batista
gente eles vão se apaixonar que nem o cass e a lize
2024-05-14
1