Desejos intensos

" Seria tão estranho te conhecer, e deixar você passar despercebida. 

Seria tão estranho não sentir meu coração pulsar acelerado. 

Mais estranho seria se a minha boca não encaixasse na tua, e o meu corpo não queimasse com esse intenso desejo.

Penso em ti 24 horas por dia, estou vivendo no meu limite."

              Douglas Salvatore

Mal consegui dormir a noite passada, lembrando de tudo que aconteceu na minha sala. Sara deitada no meu sofá, totalmente entregue para mim. Fui tão idiota em deixá-la ir daquele jeito.

Mas não posso deixar me levar por esse louco desejo, também não sei se posso controlar meus instintos. Estou vivendo no meu limite. Essa atração que sentimos é algo realmente muito fora do comum.

Sei que não deveria ter ido na casa dela naquela noite, corri vários riscos. Achei o endereço da Srta. Sara no currículo dela e resovi seguir direto para lá. Disse ao porteiro que era seu chefe e que tinha um assunto urgente para tratar com a Srta. Sara, que ele não precisava me anunciar. Ele me deixou subir, mas a Srta. Sara não me recebeu bem, não me deixou entrar em seu apartamento, e que bom que não deixou, eu não estava preparado para vê-la de sobretudo de seda, meus olhos quase saltaram com aquela visão deliciosa, o sobretudo marcava todo seu corpo e seus seios estavam quase a mostra, deve ter se vestido as pressas sem olhar direito como estava vestida.

Então, eu pedi desculpa pelo acontecido. Não sei se serei capaz de trabalhar ao lado dela, fico pensando nela o dia todo.

É incrível como nunca tinha perdido o controle dessa forma. Ela não me recebeu muito bem, sei que mereço isso, sai do apartamento dela e fui para casa. Nada me fazia esquecer aquela mulher, mandei mensagens para ela, pedindo desculpa, e logo me arrependimento e mais uma vez perdi o controle, mandei outra mensagem falando dos meus desejos, estava louco de vontade de sentir seu gosto doce de novo. Queria muito mais que isso. Lembrava a todo momento do perfume dela e mesmo tomando banho, ele impregnou em meu corpo. Não podia imaginar que a Srta. Sara, fosse me deixar tão louco a ponto de não pensar em mais nada, mas infelizmente aconteceu.

Agora, estou aqui tão sozinho, e não consigo fazer outra coisa a não ser pensar nela, naquela voz perfeita gemendo meu nome, me implorando para possui-la.

Droga! Só de lembrar, meu membro endurece, fica tão firme quanto uma rocha. Caralho, essa mulher ainda vai me matar. Adormeço mais uma vez com suas lembranças.

Acordo, mesmo com muito sono, levanto, como meu pré-treino e me arrumo rapidamente. Pego minhas roupas e coloco no carro, me arrimo e vou para a academia do prédio, um pouco de exercício deve me fazer bem. 

Mal saio do elevador encontro Thaís, minha vizinha do andar de baixo que já saímos uma vez. Ela sorri e sai rebolando. Penso, acho que devo me distrair um pouco. E logo entro em ação.

Aproximo-me dela e fico ao seu lado. Ela sorri o tempo todo.

— Olá, Douglas! Quanto tempo! Pensava que tinha se mudado. Ele diz com um jeitinho todo elegante.

— Thaís, nem faz tanto tempo assim. Mais estou trabalhando tanto, não tenho tempo para quase nada. Mas, como você está querida? — pergunto demostrando algum interesse nela.

— Estou bem. Ela responde ligando a esteira para correr.

— Que bom.

Meus olhos não deixam de acompanhar seus movimentos. Ela tem um belo corpo e um cabelo longo e loiro, linda de parar o trânsito. Tento focar nela e esquecer Sara.

Quando termino os exercícios, sigo para o e, então, sou surpreendido com alguém me agarrando pelas costas. Sorrio, me viro, encosto-a na parede enquanto o elevador abre e beijo-a loucamente. Mas, logo Sara vem em minha mente, que droga. Então solto-a e me viro passando a mão no meu rosto.

Meu Deus, o que está acontecendo comigo? O que tem em Sara que não consigo tirar da minha mente?

Peço desculpa a Thaís, ela sai decepcionada.

Onde está aquele Douglas Salvatore implacável com as mulheres? Subo para meu apartamento, vou direto para o banho, um banho quente deve me fazer relaxar, visto minha roupa e vou para empresa. Hoje preciso sair para se divertir um pouco. Isso vai me fazer tirar aquela mulher da cabeça. Mando mensagem para o Colins, meu único amigo solteiro. Sempre que dá saímos juntos para pegar algumas mulheres.

Chego ao escritório e a Srta. Lins me recebe com um sorriso, dou um bom-dia e entro em minha sala. 

Encontro uma pilha de papeis na minha mesa, todos incrivelmente revisados, interfono para a Srta. Lins.

— Srta. Lins, preciso falar com a Srta. Scarpino, você pode dizer para ela vim até a minha sala por favor.

— Sr. Salvatore, ela disse que se o Senhor tiver alguma dúvida, que mandasse pelo email, pois ela está muito ocupada, não pode receber ninguém.

Me levanto e sigo para a sala dela, minha secretária me olha sem jeito, entro sem bater.

— Bom dia, Senhorita! 

— Sr. Salvatore, não recebeu meu recado? 

Ela diz com um tom de seriedade.

— Recebi, minha secretária é muito eficiente, nunca me deixa na mão.

— O que você quer? Disse que,

se tivesse alguma dúvida, era só enviar no e-mail.

— Que palhaçada é essa?

Pergunto bravamente, mas ela parece está tranquila e nem se quer se move da cadeira. Fico ainda com mais raiva.

— Só estou fazendo o que acho que é melhor para a empresa, simplesmente fiz meu trabalho analisei todos os contratos e corrigi o que tinha de errado. Se você tiver alguma dúvida ou precisar de algum dos documentos que ainda não analisei  só mandar um email que resolvo.

—  Sara você... me deixa louco de raiva! Como pode falar assim comigo?

— Sr. Salvatore, não queria ter uma relação tão

conturbada com o Senhor, só que isso é tudo culpa sua.

— Como ousa falar assim comigo?  Aproximo-me dela e olho nos seus olhos, sinto seu perfume e me perco mais uma vez. Oh, céus! Estou completamente ferrado.

— É melhor voltar para a sua sala, Sr. Salvatore. Tenho que terminar alguns contratos, para fazer uma revisão nos últimos processos. Ela com um sorriso irônico. 

Fico irado, saio da sala batendo a porta, meu sangue ferve em minha veias, sinto minha cabeça prestes a explodir, e percebo que preciso de outro banho gelado. As discussões com essa mulher me deixam louco de tesão.

Tento me acalmar, o que é em vão. A Srta. Lins está na sua mesa quando passo.

— Não estou para ninguém, Srta. Lins. Digo e bato a porta com força. Entro no banheiro e passo uma água em meu pescoço. Se continuarmos assim, com certeza perderei minha sanidade. Se é que ainda tenho alguma. Retomo  com firmeza no trabalho e só paro para almoçar. Distraio-me e esqueço um pouco a manhã agitada que passei. Afasto totalmente as lembranças e volto a trabalhar.

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