Sem rumo

"Imaginei você a despir-me... 

Depois perdi-me a imaginar os nossos corpos suados e, de olhos fechados,

Viajei no teu cheiro, no som da tua voz. 

Meu corpo extremeceu e, assim, deixei que a imaginação tomasse conta de mim."

            Sara Scarpino.

Quando entrei na sala do Sr. Salvatore tentei não perder o controle, sei que ele está lutando consigo mesmo, contra seus instintos. Sento e cruzo minhas pernas, preciso ser o mais elegante possível. Seu olhar parece ferver, seu corpo transpira fora do normal, desejo ou nervosismo? Não sei. Preciso ser forte, para aguentar tanta tentação. Começo a falar sobre alguns erros que vi nos processos, quero tirar todas as minhas dúvidas. Ele presta atenção a tudo que falo, sinto-me cada vez mais perdida naque monumento parado em minha frente.

Ele me explica tudo, tira minhas dúvidas, então, fazemos algumas alterações, aproveito para reunir em um só lugar todo o histórico das alterações  dos documentos.

─ Muito bem, Srta. Scarpino, sei que você vai tirar de letra todo o trabalho, sei que você sabe o que fazer e pode fazer as mudanças necessárias para que os documentos fiquem em ordem. Ele diz olhando para o celular.

─ Obrigada por tirar minhas dúvidas, vou voltar para minha sala para modificar alguns detalhes nos outros contratos e processos. Digo tentando fugir dele, além do mais acho que deve ser a namorada dele ligando, por isso quanto mais longe eu ficar, melhor.

─ Você não tem mais nenhuma dúvida, Srta. Scarpino? ─ Ele desliga o celular, se levanta e dá a volta na mesa, o tempo todo me encarando.

─ Não Sr. Salvatore, tenho que ir, preciso trabalhar nos próximos documentos para dar um retorno para a empresa.

Sinto-me quente só de estar mais perto dele. Levanto-me e pego meus papeis, mas Douglas me pega pelo o braço impedindo-me de sair de sua sala.

─ Sr. Salvatore. Digo olhando em seus olhos.

─ Srta. Sara, estou lutando contar tudo em mim. Mas quando a vejo perco o controle!

Estou ficando louco, penso em você o dia inteiro, quer saber o que já fiz pensando em você? Ah! Se você souber...  Ele fala, tenho quase certeza que é para aguçar meus desejos. Ele engole em seco.

─ Temos que respeitar nosso local de trabalho, preciso realmente ir Sr. Salvatore. Digo tentando acreditar em minhas próprias palavras.

─ Mais do que ninguém estou ciente disso, mas não estou conseguindo evitar essa vontade louca de tê-la em meus braços. Sei que você quer tanto quanto eu. Como vamos conseguir evitar esse desejo louco? Me ajude. Só preciso que...

Sem deixar ele terminar, colo minha boca na dele em um beijo ardente. Meio impulsivo e irresponsável da minha parte, mas, não podia ficar ouvindo ele dizer aquelas coisas e figir que nada aconteceu. Nos afogamos em um logo beijo selvagem e avassalador. O calor toma conta de todo o meu corpo e se concentra em um só lugar. Sinto a pulsação do meu corpo, meio a excitação do momento. Suas mãos percorrem todo o meu corpo, meio a um encaixe mais que perfeito dos nossos corpos. Suas mãos são ousadas e ele geme meu nome em meu ouvido.

─ Sara... Oh, doce Sara!

Sua voz grossa me faz despertar .

─ Desculpe-me, Sr. Salvatore, preciso ir. Solto-o e como uma presa, tento fugir do predador, mas, antes que eu alcance a porta, ele me agarra novamente, trancando-a e colando sua boca na minha. Não consigo me livrar, me entrego, agarro sua cintura com minhas pernas. Me enlouquece com um beijo lento e sedutor. Sua língua deliciosa devora-me com uma certa luxúria. Meu Deus! Que é isso que está a contendo comigo? Ele me deixa tão vulnerável, como persistir em negar isso?

Suas mãos deslizam nas minhas pernas, me pega no colo e me leva para um sofá, coloca-me sentada e quando vejo já está entre minhas pernas me beijando entre as coxas, em beijos úmidos e quentes, sobe com a boca até encontrar minha calcinha.

─ Nossa, Sara! Que delícia! Ele grunhe com sua voz sedutora. ─ Você se veste assim todos os dias? 

Meio a loucura sinto ele arrancar minha calcinha.

─ Douglas, por favor! imploro pela sua língua.

─ Seu desejo é uma ordem, Srta. Sara. Ele diz e sinto sua língua mais uma vez entre minhas pernas em busca do meu clitóris, que a essa altura está pulsante e quente. Derreto-me todinha. Minhas mãos seguram firme seus cabelos, e sinto dois de seus dedos me invadindo. Nossa que loucura, gemo baixinho ensandecida e começo instintivamente a rebolar, em um movimento de vai e vem, o que enlouquece Douglas ainda mais.

─ Você é maravilhosa, Sara, nossa que delícia! 

Estou prestes a gozar em sua boca, quando ele para, deixando-me mais louca ainda. Sinto meu corpo queimar, não sei se é de raiva ou de desejo.

─ O que você está fazendo, porque parou?

─ Me desculpe, não posso fazer isso com você, Srta. Scarpino ─ ele diz sem me olhar nos olhos.

─ O quê, você começou tudo isso? ─ pergunto ainda sem entender. Me levanto do sofá, arrumo minha roupa, e sem querer saber de mais nada saio batendo a porta. Esqueço tudo em sua sal, inclusive minha calcinha. Entro em minha sala e sigo direto para o banheiro. Preciso esquecer o que acaba de acontecer. Ele estava prestes a me dar um orgasmo surreal e simplesmente para! Como assim, ele só pode ser louco! Me dizendo aquelas coisas, que raiva.

Me olho no espelho e vejo que estou toda vermelha e suada.

Homem dos infernos! Quem ele pensa que é para fazer isso comigo? Ele vai me pagar, vou fazer ele cair de quatro por mim. Passo água no meu rosto e arrumo minha roupa, droga, acho que esqueci minha calcinha na sala dele. Saio do banheiro, pego minha bolsa, para retocar minha maquiagem. Coloco tudo de novo na bolsa e abro meus e-mails, começo a trabalhar sem minhas anotações. Tento esquecer de tudo. Só que a cada minuto ele vem em minha mente. 

Aquele infeliz me pagará muito caro por isso, sei que vai. Ligo para a Srta. Lins e peço a ela para pegar minhas coisas na sala dele. Ela o trás e a agradeço por isso. Afundo-me no trabalho, faço algumas mudança e envio tudo para o seu e-mail com todas as minhas considerações.

Desligo meu computador, pego minha bolsa e saio, chego ao estacionamento, entro rapidamente em meu carro e saio em disparada. Estou com tanta raiva. Fui tão boba de me jogar nos braços dele daquela forma. Onde eu estava com a cabeça? Sempre fui tão centrada. A verdade é que perco todas as minhas rédeas perto daquele homem. Isso é fora do comum.

Chego ao meu apartamento e passo dirteo para o banho, nada é melhor que um banho frio para lavar a alma. 

Estava tudo indo tão bem, até que ele foi me dizer aquelas coisas sem noção. Escuto o

interfone tocar e penso quem será, não conheço quase ninguém aqui. Atendo, é o porteiro dizendo que meu chefe está subindo.

Visto meu sobretudo e vou atender a porta.

─ Srta. Sara! Sou eu, Sr. Douglas Salvatore, vim me desculpar.

─ Droga, Sr. Salvatore. Que diabos você faz aqui na minha casa? Qualquer gracinha sua e eu ligo para a polícia!

Digo abrindo a porta. Seus olhos mergulham no meu sob o roupão. Não posso deixá-lo me fazer de boba.

─ posso entrar?  Ele diz me devorando com os olhos.

Que ódio, que calor do caralho! Sinto uma forte excitação em vê-lo em pé aqui em minha porta.

─ O que você veio fazer aqui? Não posso te deixar entrar.

─ Quero me desculpar com você, não sei o que seu em mim, sou tão idiota.

─ Não me diga! ─ falo entre os dentes.

─ O que você me diz? Pode me perdoar, fui realmente um imbecil. 

Ele parece arrependido, só que não consigo acreditar nas palavras dele, pois seus olhos dizem o contrário.

─ Só peço que me deixe em paz.

Ele dá dois passos para trás e sai, fecho a porta e vou para meu quarto. Tiro meu sobretudo e me deito, ligo a tv, tento me destrair. Chega uma mensagem no meu celular, pego-o e vejo que é de um número desconhecido.

“Me desculpe, por favor, não queria magoar você. Por isso parei o que estávamos fazendo. Sou um canalha.”

Leio a mensagem, mas, não respondo, desligo a televisão e tento dormir, mas não consigo, viro-me de um lado para o outro na cama.

Droga! Aquele maluco quer realmente me deixar louca. Chega outra mensagem no meu celular.

“Não estou conseguindo dormir, você está ai? só consigo pensar no seu gosto doce em minha boca.”

Se ele acha que vou cair no seu joguinho de conquista barata, está muito enganado. Ignoro todas as mensagens, mas não consigo esquecer o que aconteceu naquela sala. Sua boca quente e sedutora na minha e depois em meu clitóris. Oh, minha nossa! Minhas mãos descem e me acaricio até gozar. Isso é muito pouco perto da intensidade que foi mais cedo com Douglas. Estou tão perdida, sem controle e sem rumo.

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