Capítulo 3

Acordo e vejo a hora, levanto rápido e vou ao banheiro, lavo o rosto. Visto minha camisa e vou vê a garota que ajudei ontem. Quando abro a porta dou de cara com Lorenzo.

Dr. Lorenzo: — Já ia te acordar.

Don Enzo: — Algum problema com a moça?

Dr. Lorenzo: — Não, ela está na mesma, mas como vou consulta-la gostaria que viesse comigo.

Don Enzo: — Claro, vamos.

Entramos no quarto dela, a vejo ainda desacordada. É estranho, vê essa moça assim, me sinto incomodado.

Lorenzo pede para a enfermeira ajudar-lhe nos procedimentos, ele verifica alguns aparelhos, vê a pressão, os batimentos cardíacos.

Ele também usa uma lanterna para examina as pupilas dos olhos dela.

Fico num canto observando.

Lorenzo termina e pede para a enfermeira sair do quarto. Quando estamos sozinhos ele me chama para perto dela, quando me aproximo que a vejo, toda machucada, sinto uma sensação diferente, um aperto no peito que nunca tinha sentindo antes.

Minha voz sai um pouco engasgada.

Don Enzo: — Ela vai ficar muito tempo assim?

Dr. Lorenzo: — Vou tirar a sedação, hoje mesmo ela irá acordar.

Ele me olha como se quisesse que eu falasse algo, irrito-me com o seu olhar.

Don Enzo: — O que foi?

Dr. Lorenzo: — Nada!

Quando ia pedir explicações, batem na porta, Lorenzo vai até a porta vê quem é, e por um segundo fico sozinho vendo ela dormir, no impulso acaricio os seus cabelos.

É quando vejo Lorenzo voltando, tiro rápido a minha mão dela. Ele se aproxima, sua cara não é das melhores.

Dr. Lorenzo: — Enzo, seu pessoal quer lhe falar com urgência, melhor ir logo.

Saio do quarto e vejo Henrico com vários seguranças.

Don Enzo: — O que foi?

Henrico: — Don, descobrimos quem é o agressor da garota.

Don Enzo: - Quem é?

Henrico: - Dimitri Solano

Por um minuto esqueço que estou em um hospital.

Don Enzo: - QUE PORRA ...

Vejo o olhar de reprovação de alguns funcionários. Olho para eles...

Don Enzo: - Desculpa.

Viro-me para Henrico.

Don Enzo: - O que mais descobriu.

Henrico: - Que ele planeja invadir o hospital para resgatar a garota a qualquer minuto.

Para mim é o suficiente, aquela afronta é a gota d'água, com quem esse moleque pensa que tá se metendo.

Don Enzo: - Henrico, ative a equipe médica e reforce a segurança da propriedade vou levá-la para casa.

Henrico arregala os olhos mostrando total surpresa com a minha decisão.

Henrico: — Tem certeza disso? Sabe que está comprando uma briga com os Solanos por nada, você nem conhece direito essa garota.

Não respondo, apenas olho para ele, mas meu olhar já é o suficiente.

Henrico: - Desculpa Don... vou ativar o esquema solicitado.

Ele sai, volto para o quarto onde Lorenzo passa algumas anotações para a enfermeira. Quando ele me vê entrar manda a enfermeira sair.

Don Enzo: — Lorenzo, precisamos conversar.

Falo para ele o risco que a garota sofre ficando aqui, não só ela como todos no hospital. Ele concorda comigo, faz-me algumas orientações e recomendações, depois ele sai para providenciar a transferência dela.

Poucos minutos depois a colocam em uma UTI móvel , ela é transportada para minha casa. Quando chegamos a minha equipe médica já nos aguarda.

Todos abaixam a cabeça ao me verem entrar.

Don Enzo: - Façam tudo por ela, fui claro?

Todos respondem ao mesmo tempo.

" Sim, Don Enzo!"

Com cuidado a levam para o quarto onde foi preparado para recebe-la e a equipe poder cuidar dela.

Logo Henrico entra na casa.

Henrico: — Tudo preparado como ordenou.

Sigo com ele para o escritório, preparo dois drinks, dou-lhe um, sento-me em uma das poltronas e conto-lhe toda a história, ele escuta tudo em silêncio.

Don Enzo: — Entende agora o por que sou responsável por ela.

Henrico: — Agiu certo, não entendo como alguém pode cometer tal crime.

Don Enzo: - A minha vontade foi de mata-lo, mas não era o melhor local. Muitas testemunhas.

Henrico: — E a garota, como está?

Don Enzo: — Em choque, muito machucada. Só sinto de não ter chegado antes dele fazer isso com ela.

Ficamos ali uma faixa de duas horas, resolvendo alguns assuntos da organização, é quando escutamos batidas na porta do escritório.

Henrico se levanta e vai abrir a porta, é o médico da equipe, Henrico se afasta para que ele entre.

Don Enzo: — E então doutor?

Doutor: — Apesar do seu estado ela estar respondendo bem a medicação.

Don Enzo: — Ela acordou?

Doutor: — Sim, mas muito assustada. Resolvi seda-la novamente. Ela precisa de descanso está muito machucada e assustada.

Passo a mão pelo meu cabelo, é revoltante saber que aquele cara fez algo assim só para satisfazer o seu prazer animal.

Don Enzo: Já sabe o nome dela?

Doutor: - Sim Don, ela se chama Isabella.

Don Enzo: — E... ela realmente foi estrupada?

Doutor: — Não Don Enzo..., ele não concluiu o ato.

Respiro com certo alívio.

Henrico: — Se não tivesse chegado a tempo a situação podia ser bem pior.

Don Enzo: — Queria ter chegado antes..., ele não a penetrou, mas cometeu outras violências que a marcaram para sempre.

Henrico: — Don..., você não tem culpa.

Don Enzo: — Saiam, saiam todos daqui, quero ficar sozinho.

Eles saem e eu jogo o copo de bebida na parede, estraçalhando ele em mil pedaços. Sinto-me culpado por não te-lá salvo antes dessa violência toda. Se eu tivesse ido no primeiro pedido de socorro ela não estaria assim.

Decido continua ali no escritório, bebo mais algumas vezes, acabo voltando ao trabalho algum tempo depois, pelo menos oculpo minha mente.

Quando a noite chega vou até o quarto onde ela estar, a enfermeira de plantão levanta e se afasta ao me vê entrar.

Don Enzo: - Saia

Ela se retira rápido do quarto. Me aproximo da cama, a olho bem de perto, agora com mais calma a observo, vejo que mesmo machucada possui um lindo rosto. Sem pensar acaricio sua mão, ela faz um pequeno movimento, como se tivesse percebido meu toque, sinto uma alegria por ela ter sentido a minha presença ali naquele instante.

Sento na poltrona ao lado da cama e fico a observando, acabo adormecendo. Acordo com a enfermeira me chamando.

Enfermeira: - Don Enzo..., o senhor adormeceu.

Don Enzo: - Realmente, cuide dela e qualquer mudança mande me chamarem.

Enfermeira: - Sim, Don Enzo.

A olho mais uma vez..., vou para o meu quarto, tomo um banho, lembro que não jantei. Quando desço minha governanta ainda me aguarda na cozinha.

Don Enzo: - Vá dormir Dolores, foi fazer apenas um lanche.

Dolores: - Como queira Don Enzo.

Ela sai, faço um sanduiche e uma xícara de café. Volto para o meu quarto, não vejo Henrico pela casa, deve tá nas suas festinhas de sempre.

Sento na cama para comer, pego meu celular e vejo algumas mensagens, algumas ligações, nada muito importante.

Esculto um áudio de Helena, reclamando por ter saído da boate sem falar com ela. Essa mensagem é que não dou importância mesmo, quem é ela para me cobrar algo.

Resolvo deitar um pouco, apesar de ter dificuldade para pegar no sono, acabo sendo vencido pelo cansaço.

Não sou homem de sonhar durante o sono, mas nessa noite sonho com aquela garota. Ela estava linda andando pela praia, eu olhava-a a distância, o sol começava a se pôr, eu aproximava-me dela. Então aquela garota se virá olhando-me de um jeito que faz meu coração bater mais forte.

Ela chega mais perto, me acariciava o rosto, depois dava- me um beijo doce na minha face.

Acordo ainda sentindo o calor dos seus lábios, balanço a cabeça e começo a sorrir, só posso está sonhando mesmo. Viro para o lado e adormeço novamente.

******************

Mais populares

Comments

Gigliolla Maria

Gigliolla Maria

nascendo algo entre ele e isabelle

2024-12-28

0

Elza Teodoro

Elza Teodoro

❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️

2024-10-03

0

Dyna Borges

Dyna Borges

👏👏👏

2022-09-13

1

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!