Capítulo 05

Melissa

Eu estava me divertindo tanto com as meninas, rindo e contando tudo o que tinha acontecido. Era bom ter esse momento de leveza depois de um dia tenso.

- E como eles são\, Mel? - Alexia perguntou\, curiosa.

- Bem\, o Henry é mais alto que o Cristian\, mas a diferença não é grande. Eles se parecem muito\, pele clara\, olhos azuis\, cabelos pretos. Ah\, e o Henry não tem barba\, mas o Cristian tem\, só que é bem feita\, sabe? - Eu dei uma risada leve\, lembrando dos dois.

- Meu Deus\, preciso conhecer esses homens! - Amanda disse\, empolgada.

- Amanda! Tire essa ideia da cabeça. O Henry já é da Melzinha\, e o Cristian é muito velho para você. - Alexia respondeu\, com aquele tom de brincadeira.

Amanda fez um biquinho, e todas nós rimos.

- Meninas\, definitivamente o Henry não é meu\, de onde vocês tiraram isso? Ele nunca se interessaria por alguém como eu. - eu disse\, tentando fazer piada\, mas minha voz não tinha convicção.

- Como assim\, Mel? Você é maravilhosa! Além de ser linda\, é super inteligente. - Amanda respondeu\, com um sorriso sincero.

- Eu concordo completamente. Só se ele for um burro para não reparar em você. - Alexia também me apoiou\, fazendo um carinho no meu ombro.

- Vocês dizem isso porque são minhas amigas. Um cara como o Henry está acostumado com mulheres altas\, magras\, com corpos de academia\, sempre impecáveis. Eu sou uma baixinha de 1\,65m\, sem graça\, não tenho a menor chance. - Eu suspirei\, me sentindo um pouco mal por dentro.

Alexia estreitou os olhos e colocou a mão em minha.

- Primeiramente\, me senti ofendida\, porque temos a mesma altura e eu não me considero baixa coisa nenhuma. Segundo -- ela me olhou com seriedade\, -- Melzinha\, você não tem noção do quanto é linda. Você é perfeita!

Amanda também falou, com a voz firme:

- E se você está se diminuindo por causa daquele idiota do Marcos\, eu vou te dar uma surra.

Eu ri, tentando me sentir melhor.

- Não quero pensar no Marcos nunca mais! Além disso\, não perdi nada\, ele era péssimo na cama.

Nós três caímos na gargalhada, como se nada mais importasse. Aquelas meninas eram um alicerce para mim, sempre me levantando quando eu mais precisava.

- Meninas\, vamos logo\, meu horário de almoço já está acabando. - eu disse\, tentando me recompor.

- Espera! Eu quero um doce. - Alexia afirmou\, com o sorriso sapeca de sempre.

- Que tal um sorvete? - eu sugeri\, já começando a me animar.

Todas toparam e fomos até a sorveteria perto da empresa. Voltando para o escritório, eu estava tão distraída conversando com elas, que nem percebi quando virei o corredor e trombei em alguém.

- Mas que diab... - a voz era grave e familiar.

- A meu Deus\, Henry? De novo não. - eu disse\, desesperada\, ao ver a camisa dele completamente suja de sorvete.

- Qual o seu problema\, hein? Você é um perigo com comida! - ele resmungou\, com aquele tom irritado.

-Agora a culpa é toda minha? Você é que anda por aí e sempre vira sem avisar. - Eu estava ficando nervosa também.

- Eu tenho que avisar quando estiver andando? Isso é novo. - Ele fechou a cara ainda mais\, claramente impaciente.

Eu o encarei, sem acreditar no que estava acontecendo.

- Posso até perder o meu emprego por causa disso\, mas... você é bem irritante! O tempo todo com essa cara de quem chupou limão azedo. - Eu o soltei sem pensar.

Henry ficou com uma expressão fechada.

- Você que me tromba e me suja com sorvete e ainda sou obrigado a escutar desaforos? Francamente\, que mulherzinha!

Ele virou as costas e saiu, batendo os pés no chão, enquanto eu fiquei parada, sem saber o que fazer.

Alexia e Amanda estavam ali, quietas como estátuas, mas logo explodiram em gargalhadas.

- Do que estão rindo? Minha cabeça pode rolar hoje\, sabiam? - Eu dei uma risada nervosa.

- Quanto drama\, Melissa\, é só ir pedir desculpas pra ele. - Alexia disse\, ainda rindo.

- Eu? Por que? - Eu fiz uma cara de indignada\, mas sabia que tinha razão.

- Talvez porque você tenha sujado o homem e ainda brigado com ele por isso. - Amanda completou\, com a mesma lógica de sempre.

- Concordo com minha irmã. - Alexia disse\, com um sorriso travesso.

- É claro que concorda\, vocês sempre estão contra mim. Mas tudo bem\, vou lá. Vejo vocês depois.

As meninas saíram e eu, mesmo com o coração acelerado, tomei coragem para ir até a sala de Henry. Quando cheguei em frente à porta, não pensei duas vezes e a abri.

A cena que vi me deixou sem palavras. Henry estava sem camisa.

Ele me viu, veio até mim e bateu a porta atrás dele.

- Feche essa porta\, ninguém mais precisa ver. - ele disse com a voz baixa\, mas firme.

Meu coração disparou. Eu estava tão próxima dele, não sabia onde colocar os olhos. Ele estava tão perto, e eu, sem reação, acabei me afastando, empurrando-o um pouco.

- Me desculpe por entrar assim\, sem bater na porta. - eu murmurei\, ainda de costas para ele.

- Tudo bem\, o que quer aqui? - ele perguntou\, com a voz agora mais suave.

Fiquei alguns segundos em silêncio, e então senti ele colocar a mão no meu ombro, me virando para encará-lo.

- Pode falar de frente comigo\, estou sem camisa\, não pelado. - Ele riu\, tentando quebrar o clima tenso.

Suspirei, tentando controlar as emoções.

- Eu vim pedir desculpas pelo que falei. A culpa realmente foi minha\, sou uma desastrada. Sinto muito. - Falei\, e ele me olhou com um sorriso suave.

- Está desculpada. - Ele sorriu.

- Simples assim? Sem demissão? - Perguntei\, um pouco surpresa.

- Demissão? Sério? Não é pra tanto assim. - Ele fez uma careta.

- Prometo que não vou mais lhe desacatar e serei extremamente profissional\, Sr. Dumont.

- Se vai chamar meu irmão pelo nome\, pode me chamar também. - Ele respondeu\, com um meio sorriso.

- Está bem\, Henry... me desculpe. - Eu disse\, agora mais calma.

- Já está perdoada. Mas sinto que não será a última vez que isso irá acontecer. - Ele disse\, com um olhar enigmático.

- Acha que eu vou trombar em você mais vezes? - Eu ri\, nervosa.

- Não\, eu quis dizer as nossas brigas. Você tem um temperamento difícil\, e eu também. Então\, espero que quando essas briguinhas acontecerem\, não leve para o lado pessoal\, pois eu não vou levar. - Ele me deu um olhar sério.

- Ah\, claro\, sem problemas. Bom\, já que está tudo resolvido\, eu já vou indo. Preciso terminar de preparar o relatório de hoje. - Falei\, me afastando.

Ele assentiu com a cabeça, e eu saí, fechando a porta atrás de mim.

Só depois de sair, percebi que estava segurando a respiração o tempo todo.

- Melissa Medeiros\, o que foi aquilo? - Falei baixinho para mim mesma\, ainda tentando entender tudo o que aconteceu.

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