Melissa
Acordo sonolenta, as cobertas ainda me envolvem enquanto tateio atrás do celular para ver as mensagens. Sorrio ao ver que tenho algumas das meninas, minhas melhores amigas, Alexia e Amanda, as filhas gêmeas de Charles.
Alexia:
Suas ameaças não assustam em nada, Melzinha ;)
Amanda:
Calma aí, que????
Alexia:
Gostoso como? Gostoso tipo um coroa gostoso?
Decido não responder. Esse é o castigo por elas terem contado sobre o Marcos para o Charles. Enquanto dou um sorriso satisfeito, uma nova notificação aparece, de um número desconhecido.
Desconhecido:
Bom dia, Srta. Espero que esteja com um humor melhor do que o de ontem, ha-ha. Seria possível passar em alguma cafeteria e trazer dois cafés? Vim mais cedo para a empresa com meu irmão e não tive tempo.
Ah, só se caso não tenha notado ainda, é o Henry.
PS: Dessa vez, tente não derrubá-los em mim.
No primeiro momento, fico assustada por ele ter meu contato. Depois, sinto raiva dele ter voltado ao assunto do café, mas também quero rir, é um misto de emoções.
- Bem\, já que ele resolveu fazer piadinha\, talvez eu possa também\, não é? – penso\, mas logo me repreendo. Não\, Melissa\, o que é isso? Ele não é seu amigo\, é seu chefe!
Respondo rapidamente.
Melissa:
Bom dia, Sr. Dumont. Já estou indo com os cafés, e novamente, me desculpo pelo incidente de ontem.
- Assim está bem melhor. – suspiro aliviada.
Levanto da cama, pego minhas coisas e sigo para a empresa. Ao chegar, sou recebida por Ângela, a recepcionista.
- Bom dia\, Melissa\, como está? – ela diz empolgada.
- Bom dia\, Ângela\, estou ótima\, e você?
- Está tudo ótimo também\, só está um pouco frio\, não acha?
Olho para os cafés que comprei para os Dumont, aproveitei para pegar um para mim também.
- Aceita um café? Para esquentar do frio?
- Imagina\, Melissa.
- Tome\, pegue\, está sobrando.
Com muita insistência, Ângela aceita.
- Muito obrigada pelo café. – ela sorri. – Os senhores Dumont estão te esperando.
- Que Deus me ajude. – penso\, antes de seguir para o último andar. Quando chego em frente à porta da sala\, respiro fundo e giro a maçaneta.
- Bom dia\, senhores. Aqui está o café. – estico os braços\, segurando a bandeja.
Tento não soltar o ar, mas é quase impossível. Esse Dumont é tão bonito quanto o outro.
- Meu Deus\, a família toda é assim? – acabo dizendo mais alto do que pretendia.
- Como disse? – pergunta Henry\, com uma expressão intrigada.
Corro para corrigir.
- Bem... nada. Olá\, Sr. Dumont\, é um prazer recebê-lo aqui na Millers Finance.
Ele sorri de volta.
- Cristian. – ele responde.
- Como?
- Meu nome é Cristian\, pode me chamar assim\, sem essas formalidades\, ou se preferir pode ser Cris também. – ao dizer isso\, Cristian pisca para mim.
- Tá bom\, Cristian. Acho que já deu de apresentação. – Henry responde com leve irritação.
- Está com ciúmes\, Henry? Não seria possível\, você conheceu a moça ontem.
As bochechas de Henry ficam vermelhas, e eu também me sinto envergonhada, mas fico satisfeita ao ver Henry sem jeito.
- Dá para perceber que\, mesmo você sendo mais velho\, sua mentalidade ainda é de uma criança pirracenta. –Henry retruca.
Cristian ri.
- Nunca perde a graça te irritar... Bom\, Melissa\, não é? Posso te chamar assim?
- Claro\, o que preferir\, Sr. Du... Cristian.
Henry limpa a garganta, visivelmente incomodado.
- Melissa\, apesar de meu irmão ser um pouco ranzinza\, eu sou totalmente o oposto dele\, então não precisa ficar com receio de falar comigo...
- Ei\, eu não sou ranzinza!
Cristian olha Henry de lado.
- Continuando\, Charles falou muito bem de você e sei que o seu potencial é grande. Espero que possamos trabalhar juntos como uma equipe. O que acha?
- Para mim está perfeito!
- Ótimo\, se quiser\, pode se retirar.
Assinto e saio da sala, indo em direção à minha mesa. Sento e pego meu celular. Tenho uma mensagem.
Amanda:
Melissa Medeiros, nos responde!
Sorri e guardei o celular.
Alguns minutos depois, Henry para em frente à minha mesa.
- Posso ajudar?
- O que meu irmão disse lá dentro... só ignore ele\, ele é meio sem noção às vezes.
- Não tem problema\, sei como é.
- Tem irmãos?
- Bem\, não\, mas tenho duas amigas que são como irmãs para mim\, vivem me pirraçando.
Henry ri.
- Tenho 3 irmãos e todos me levam à loucura.
- Você não parece ser fácil também.
Ele se debruça sobre minha mesa.
- É o que acha?
- Bem... eu? É o que parece. – respondo\, tentando esconder o nervosismo pela proximidade.
- Se quer saber\, você também não parece ser uma pessoa muito amigável.
- Não pareço? Pois saiba que sou bem amigável! – digo\, ofendida.
Henry ergue uma das sobrancelhas.
- Está vendo? Já está irritada.
- Não estou não!
- Não mesmo?
- Não!
Ele ri quando percebe que realmente estou irritada.
- Desculpe\, não quis ser grosseira.
- Não precisa se desculpar\, foi eu que comecei.
Nos olhamos por um momento.
- Do que precisa?
- Como? – pergunto\, confusa.
- Veio até aqui\, não precisa que eu faça algo?
- Ah\, não\, só estava passando por aqui.
Henry vira as costas abruptamente e sai.
Após a pequena distração de mais cedo, consigo me concentrar no trabalho. Já quase no horário de almoço, ouço vozes conhecidas e o som de sapatos correndo pelo corredor.
- Alexia? Amanda? O que estão fazendo aqui?
- Você simplesmente está nos ignorando\, então viemos te buscar. – Alexia responde.
- Buscar para quê?
- Para o almoço\, ué. Vamos\, e agora você não escapa de contar tudo!
- Meninas\, vocês nem deveriam estar aqui! Se o pai de vocês descobre que estão perambulando por aqui\, e eu deixei\, ele nos mata!
- Para de bobagem\, Melzinha\, papai ama a gente\, e ele nem está aqui.
- A Amanda tem razão.
As três saem animadas, indo em direção ao shopping que fica algumas quadras da empresa.
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Atualizado até capítulo 50
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