[Ep 5: Descobertas]
Sendo arremessado pela pressão que a porta lhe deu, Jhow cai no chão com pedaços de madeira em sua pele, já que suas roupas não suportaram e rasgaram com o impacto.
— JHOW! — Mika gritou desesperada e correu até o garoto que respira com dificuldades. — Jhow! — ele olhou para trás e viu uma pessoa com aparência autoritária e a encarou, séria.
— Quem são vocês? — o homem disse com uma voz grossa e arma apontada para Mika.
— Eu que te pergunto. — Jhow disse ofegante.
— Miguel Poko. — ele disse e esperou uma resposta, ainda atento e apontando a arma, firme.
— Mika Hompson e esse é o Jhow Aidan. — ela olhou para o amigo, desesperada. — Não nos machuque, tentaremos sair daqui o mais rápido possível!
— Vocês não irão conseguir. — o homem se virou e foi até a abertura que fez. — Se quiserem sobreviver, me sigam.
Os jovens se olham e fazem um esforço para seguir o maior, é a única esperança para eles.
Jhow pensa que: apesar do medo, é melhor estar do lado de alguém – humano – com uma arma, do que estar do lado de um bestial descontrolado.
— Fique do meu lado, Jhow. — Mika disse segurando o braço do garoto que anda com dificuldades, mas que não evitar perguntar:
— Quem você é? — perguntou receoso.
— Já disse. Miguel Poko. — hesitou.
— E quem é “Miguel Poko”? — provocou.
— Sobrevivente, assim como você. — disse franco.
— E como chegou a esse ponto? Cheio de coisas? Por favor, nos conte mais sobre você. Estamos desamparados! — Jhow disse com receio mas com desespero.
— Se acalme jovem, contarei tudo assim chegarmos na cabana.
E assim foi feito, todos estavam em um completo silêncio até chegarem em um lugar um pouco mais gelado e com o clima mais espesso.
Os jovens sentem o frio e ficam mais juntos, olhando o lugar de detalhe em detalhe: as árvores, casas abandonadas, carros incendiados e amassados, nada muito diferentes do que visto antes, só que apenas o clima mudou.
Com o tempo passando, Jhow vai percebendo que seu corpo começa a cicatrizar das feridas.
— Olha, Mika, já está bem cicatrizado... — ele mostrou o braço com apenas os arranhões.
— Que bom, Jhony. Espero que continue assim. — a garota falou sem prestar muita atenção, pois parecia hipnotizada com algo, mas Jhow apenas ignorou.
— Sejam bem-vindos ao Cabana’s MPoko. — o homem disse de forma irônica a sua cabana que parece acomodar no máximo 5 pessoas.
— Ah... por que você vive aqui e não volta pra sua aldeia? — Mika perguntou.
— Ninguém sai de Starterups. — disse calmo e buscou tamboretes para todos os três se sentarem.
— Como? — os jovens disseram em uníssono, chocados.
— Como assim ninguém sai daqui? — Jhow perguntou e se sentou.
— Simples. O trem quebra toda vez que aparece novas pessoas, e não foi diferente com vocês. — o homem disse e deu de ombros.
Mika e Jhow se olham, perplexos.
— E onde estão os outros? — Jhow continua interrogando.
— Mortos. Não viram?
— Onde, exatamente? — Mika perguntou com medo.
— Bom, se não viram é por que os caninos devoraram o resto.
"Devoraram?"
— Como assim “devoraram”? — Jhow perguntou receoso.
— Tudo que está aqui, um dia será morto, e a culpa é dos bestiais caninos, que não se importam em invadir e comer o que tem pela frente. — o homem disse de forma indiferente, como se já tivesse visto de tudo por aqui.
— Então, não tem saída? Além da... morte? — Mika perguntou receosa.
— Bom, até onde sei... — ele se levantou e adentrou a barraca, pegando algo e logo voltando. — Isso poderá ajudar vocês a tentaram encontrar a saída.
— Mas você disse que não tem! — Jhow disse.
— É, isso é verdade, mas realmente não tem. Apenas na outra fronteira vocês virão os soldados que ainda restam e protegem a saída.
— E porquê você não foi até lá e saiu desse lugar? — Jhow disse meio curioso.
— Por que eu sei o quão perigoso é o caminho, e prefiro morrer pelos caninos do que pelos diversos outros monstros que tem por lá. — ele disse calmo e os outros dois se olham com preocupação.
Eles estão em perigo contínuo, não haverá descanso para eles.
Eles se olham e Mika abraça Jhow, eles são o ponto seguro um do outro, e mesmo que o Poko se disponha a ajudar, não haverá confiança maior que a dos dois entre eles.
A noite começou a aparecer, e antes de qualquer coisa, Poko os avisou:
— Cuidado com a Voz, ela é doce e encanta, como uma sereia. — ele disse olhando para Jhow, profundamente.
— Voz? E porquê você olha pra mim? — Jhow perguntou com o arrepio correndo pelo corpo.
— Você será o alvo dela, e apenas outra mulher poderá impedi-la de te levar, então contem um com o outro, e espero que a confiança entre vocês seja grande o suficiente para isso. — ele mexe a mão, com o que pegou dentro da cabana. — Eu fiz isso a um tempo atrás, e já que vocês são novos aqui, acho bom dar esse Sinalizador pra vocês. — ele esticou o braço e deu o sinalizador roxo para cada um deles.
— Agradecemos, mas como poderíamos usar isso? Não chamaria mais atenção? — a garota perguntou olhando o objeto.
— Eles são cegos, mas sentem cheiro e ouvem muito bem. Acredite, fiz muitos experimentos com eles durante os anos que estive aqui.
— Anos? — Jhow interrompeu.
— Sim. Anos. Para ser específico, 10 anos. — os jovens ficam surpresos.
— Como conseguiu sobreviver tanto tempo? — a garota perguntou.
— Como disse, experimentos. — segundos depois de sua fala, um barulho foi ouvido, como algo rastejando pelos arbustos grandes na floresta densa do outro lado. — Entrem na cabana. — ele se levantou e puxou sua doze, que estava deitada na cadeira ao seu lado, ficando em pé afrente da cabana, protegendo os dois jovens.
Ao entrar na cabana, os dois têm a visão de tudo que o Poko conseguiu durante os anos; armas, munição, comida, isqueiros, papéis e canetas, cobertores e travesseiros, roupas grossas para o frio e entre outras coisas.
— Fiquem aí, não saiam! — Poko disse e deu um tiro, que tem o som ensurdecedor.
— Onde nos metemos, Mika. — Jhow disse enquanto abraça a garota, que está se desabando em chorar.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 25
Comments
Gigi Lucas
ta maravilhoso!!!
2022-07-21
1