Animais

[Ep 4: Animais]

— Sumiu? — Mika disse em forma de pergunta e surpresa, tudo parece conspirar para o pior.

— Como assim sumiu? — a fala de Jhow é interrompida por outro baque na porta, assustando os dois.

“O que tá acontecendo?”

O pensamento dos dois são iguais.

Por mais que o susto e o desespero seja o predominante, eles precisam pensar de forma racional então Jhow vai até Mika e avisa:

— Mika, você tem algo que possamos usar para jogar e chamar atenção? — Jhow certamente tinha algo em mente.

— Ah, meus sapatos? — ela ofereceu, sem entender muito bem a ideia do amigo.

— Não, seu casaco! É para chamar atenção como se fosse uma humano... — ele esperou a resposta de Mika, que acabou lhe dando o seu casaco.

O garoto sendo esperto, abriu a porta e jogou o casaco para fora do vagão logo vendo patas longas e finas, como se tivesse unhas afiadas e que agarram o casaco com brutalidade, e pouco a pouco o corpo daquele ser vai se mostrando.

Magro e seco, com ossos para fora, pele fina e rosada, rosto expressivo com olhos esbugalhados e atentos, orelhas de cachorro, andando de quatro e tamanho de um humano de 1.70, apenas dando sua atenção ao casaco peludo, o animal percebe olhares nele e desvia a atenção para os dois dentro do vagão.

— Jhow... — hipnotizados com o que veem, Mika começou a dizer inconscientemente o nome do amigo para que eles saíssem da visão daquele bixo bizarro, mas em pouco segundos a visão fica escurecida quando o que parece um cachorro tenta acertar os dois jovens com gosma preta. — JHONY! — Mika gritou e se segurou no amigo.

Por sorte do vidro do vagão, que divide os dois do bizarro animal do lado de fora, eles não foram acertados, mas agora eles estavam em perigo, já que o animal sabe deles e eles sabem do animal.

— Calma, Mika... Nós precisamos saber de algum lugar aqui dentro que tenha saída de emergência, vem. — ele puxou a garota pela mão, com cuidado e começaram a procura pela saída.

O vagão é grande mas não seria muito difícil de achar uma porta extra, já que não há ninguém além deles ali.

O medo de Mika é fácil de ver, sua respiração ofegante e mãos trêmulas não conseguem disfarçar, mas não é muito diferente de Aidan.

O garoto está tentando passar a imagem de segurança para sua melhor amiga, por mais que seu medo também esteja presente na situação.

— Achei! — Jhow falou alegre e Mika não deixou de dar uma arfada de alívio.

Dando uma analisada na porta, ele vê que a porta está destrancada, não questionando muito, ele abre uma brecha e não vê animais por ali, então da o aviso a Hompson:

— Mika, aparentemente não tem animal aqui, mas não acho que seja seguro irmos agora — novamente sua fala foi enterrompida, pelo monstro adentrando o vagão e dando um rugido com sua boca enorme e monstruosa, como se estivesse com fome.

Jhow abre a porta sem pensar duas vezes e grita para Mika:

— DESCE! — ele avisou e a Hompson saiu do vagão pela primeira vez esperando o garoto, que dá a última olhada para o animal e logo se juntando a Mika, fechando a porta. — Não estamos seguros aqui, precisamos entrar na casa mais próxima!

Ambos olham para a casa que viram inicialmente antes de tudo acontecer, e correram até ela, com esperança que o animal não saia de dentro do vagão tão cedo.

— Jhow, será que tem algum jeito de sairmos desse lugar? — a voz da menina ficou chorosa.

— Precisa ter. — o garoto disse ofegante, abrindo o caminho cheio de mato e galhos para Mika.

Chegando perto da casa e nenhum som sendo ouvido, Jhow tentou abrir a porta da frente e conseguiu, olhando rápido para os lados de dentro e dando o primeiro passo para dentro.

Tendo visão da parte inferior, Jhow ficou em silêncio para ouvir algum tipo de respiração ou passo estranho, mas já que não ouviu, ele logo puxou Mika para dentro e trancou porta.

— Acredito que aqui estaremos mais seguros... — ele disse e se segurou nos joelhos, cansado.

Mika olhou para os lados e com o embalo de emoções, não conseguiu segurar o choro e desabou em lágrimas.

— O que era aquele... monstro? — Mika disse no meio do peitoral de Jhow, ainda chorando.

‘Monstro’ é uma palavra forte para eles, já que nunca vivenciaram o mínimo disso, a sanidade não ficará a mesma de um mês atrás.

O abraço acolhedor de Jhow finalmente consegue acalmar Mika, e eles se olham.

— Obrigada, Jhow... — a garota disse e deu um sorriso, para também acalmar seu amigo.

— Eu que te agradeço por confiar em mim, Mika. — ele retribui o sorriso.

Aidan seca o restinho de lágrimas de sua amiga, é como quase um flash Back deles quando crianças correndo e logo se reconciliando após uma queda.

— O Jhony me machucou! — Hompson fez bico e começou a chorar, é como Aidan odiava ver sua melhor amiga triste ele correu até ela é lhe abraçou.

— Mika, não chora! — ele disse e esperou a garota terminar de chorar em seus braços, logo depois secando suas lágrimas com as mãos pequenas.

Tudo estava indo bem até que um novo estrondo foi ouvido pelos dois jovens e eles correram para segurar a porta, mas ao invés de ouvir rosnados ou serem arremessados para o outro lado, eles ouviram alguém atirando.

— Isso é tiro? — Jhow disse e tentou ouvir de novo.

Outro tiro foi disparado contra algo que eles ainda não tinham ideia, mas acreditam ser no animal monstruoso que deram de cara.

— Espere aqui, vou dar uma espiada. — Jhow abriu a porta e deu de cara com um homem alto e muito bem protegido por roupas de couro e uma doze, pronto para atirar.

Com a surpresa ele apenas fechou a porta e empurrou para trás sua amiga, ele já esperava que o homem fosse atirar.

E então o tiro da doze explodiu a porta em pedaços e Jhow foi arremessado para trás, sendo ferido.

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