Capítulo 2

— Calma Ferreira eu sei o que estou fazendo.

Digo olhando para estrada tentando ignorar a impaciência do homem a minha frente.

— Jade, Katherine não deveria nem estar envolvida nisso, vocês decidiram não colocá-la nos autos do processo, agora terei que me desdobrar para que o pessoal da associação a deixem fazer os trabalhos com você, fora que tive que vir pessoalmente conversar com o dono do morro um tal de barão que cá entre nós é um verdadeiro troglodita.

 — Por favor, Ferreira já deve estar chegando.

 —Jade!! Jade!

Diz minha best descendo do Uber com a mochila nas costas.

 — Pare de gritar maluca!

A abraço com força e quase caímos juntas para trás.

  — Pois bem meninas vamos!

Seguimos Ferreira até a entrada do morro, chegando lá a visão me deixa de pernas trémulas, vários homens armados vem até nós e nos encaram de forma assustadora, Kate me abraça com força.

 — Qual é tio? Perdeu alguma coisa aqui no morro?

Diz um rapaz coberto por tatuagens segurando um rádio nas mãos, ele caminha até nós, toca a arma enorme nas costas e nos encara com um sorriso debochado.

 — Prazer, sou Ferreira, tenho a permissão do barão para trazer as meninas para um serviço comunitário no berçário Santa Berenice.

  — Prazer o car*alho tiozão, prazer só na cama e tu não faz meu tipo não.

Ele sorri debochado e os homens com ele gargalhão, o rapaz pega o rádio falando com alguém do outro lado da linha.

  — Aê DT tem um coroa aqui na entrada do morro com duas princesas.

Não sei o que o tal DT responde ou quem ele é mais o jovem sorri nos olhando de forma assustadora.

—Deixo subir?

Ele fica em silêncio por alguns minutos depois nos olha.

— Falaram que tem a permissão do patrão! Beleza!

Ele conclui colocando o radinho no bolso.

 — Vamos jade!

Diz Ferreira segurando sua maleta e tentando passar pela barreira de homens armados.

  — Tu é folgado em mermão? o chefe falou que é pra subir só as mina aí.

  — Mas elas não conhecem nada aqui?

Ferreira tenta argumentar.

— Falei tá falado otário,  só sobe as pati aí.

— Bem jade, não vai ter jeito,  vocês vão sozinhas mesmo, volto às 14:00 pego vocês aqui na entrada do morro.

Ferreira sai nos deixando sozinhas, entramos na favela  e um dos vapores armados nos guiam pelos becos e vielas até chegar no meio do morro.

— Ei gata, esqueci de me apresentar, satisfação me chamo teco, vamos dar uma passadinha em um lugar antes de irmos para associação, o patrão quer trocar uma ideia contigo.

Balanço a cabeça concordando com tudo que ele diz é ele sorri satisfeito, entramos em um barraco completamente fechado e rodeado de homens armados,  todos nos  olham, andamos pelo espaço ao som de assobios e gritos.

— Gostosas.

Um grita.

— Ei gata, linda você em!

Outro diz chegando mais perto.

— Loirinha delicia, deve ser toda rosadinha.

Um rapaz diz se aproximando de nós e Kate cora apertando ainda mais meu braço.   

—Calma ai rapaziada elas tão aqui pra falar com o patrão.

Um homem enorme se põe à nossa frente e os outros se calão rapidamente.

 — Aí DT, essas são as pati que eu te falei.

Ele sorri.

  — Dt gatas,satisfação.

Ele nos estende uma de suas mãos em cumprimento.

 — Prazer eu sou a Jade e essa é minha amiga a Kate.

Ele sorri passando a língua nos lábios quando olha para ela.

 — Aí morena o chefe tava esperando só uma de vocês aqui hoje, tu entra e fala com ele ok? A loirinha fica aqui comigo, deixa que eu cuido dela.

Ele pisca de um jeito safado.

—Tudo bem pra você Kate?

Ela assente com a cabeça e então entro na porta à minha frente.

— Oi bom dia! Eu sou a jade, estou aqui para cumprir minha pena no berçário Santa Berenice, me disseram que teria que vir até você antes de ir para a associação.

O homem à minha frente me olha sem dizer nada,me observa de um jeito que não consigo decifrar e minhas pernas tremem. É um homem belíssimo, seus olhos em um tom de verde que em águas profundas  sinalizam perigo, seus lábios vermelhos como sangue e seu corpo coberto por tatuagens é a visão do paraíso.

— Senta aí Pati, deixa eu te falar uma coisinha, de início eu não gostei nem um pouco dessa história de trabalho comunitário no meu morro não, mais os moradores tão reclamando da falta de pessoal pra ajudar no berçário e eu não aguento mais ficar ouvindo merda tá ligada?

Ele cruza as mãos sobre a mesa.

— Até tentei colocar umas pu*tas minhas pra fazer o serviço mas o negócio não fluiu legal, o que o m*erda do Ferreira é seu?

— Meu advogado.

Digo baixo.

— seu o que?

— Advogado!

— Pois bem aquele otário tinha me falado apenas de uma, agora fiquei sabendo que é você e mais uma loirinha aí, vou liberar porque tô de bom humor mas meu morro não é bagunça não.

Ele rosna para mim.

— Vai pega seu rumo va*dia, um vapor vai te acompanhar.

Saio dali com os olhos em lágrimas, ninguém nunca me tratou tão mal,ele me chamou de vadia? quem ele pensa que é?

— Vamos Kate.

Bato a porta com força e ela salta me olhando assustada.

— O ogro aí dentro pediu pra um vapor levar a gente até a associação.

 — Eu levo vocês.

DT se prontifica.

— Só um minuto vou pegar minhas chaves.

Ele sai.

— O Dalton e gente fina né amiga?

— Quem é Dalton Kate?

— O DT.

Fala como se fosse óbvio.

 — Pelo amor de Deus Katherine nem pense nisso,mal chegamos e você  de intimidade com bandido.

Ela Gargalha ainda mais alto.

— Louca.

Sussurro sorrindo para ela.

   

  

*Barão narrando

   

— Qual é DT pode falar.

—Aê chefe, bateram o rádio aqui e tem umas cocotas na entrada do morro querendo subir, o velhote que tá com elas disse que tu autorizou.

— Deve ser o engomadinho que veio aqui ontem, manda a vadia subir sem ele.

— As duas chefe?

— Ele só me cantou a fita de uma, quer saber deixa subir também, primeiro manda passar aqui no barraco pra eu mostrar que o Alemão não é  bagunça via*do.

   

— Oi bom dia, me chamo jade estou aqui para cumprir serviço comunitário no berçário Santa Berenice.

Uma vad*ia linda pra car*alho entra e começa a falar sem parar, pele morena espetacular, o cabelo longo na altura da cintura e um corpo que faz meu amiguinho aqui embaixo querer saltar para fora para se apresentar, ela me olha assustada e escuta tudo que digo com atenção.

— Vai pega seu rumo va*dia!

Digo batendo na mesa e seus olhos se enchem de lágrimas, confesso que por um momento senti pena da garota, ela saiu e bateu a porta com muita força, tive vontade de ir atrás dela e arrastar aquele rostinho lindo no asfalto mais por algum motivo não o fiz, ela teve sorte de eu estar de bom humor hoje, acabei de receber uma carga enorme de drog*as e armas,amanhã  tem  baile nessa por*ra pra comemorar.

— Senhor Miguel, essas são  a Jade e a Kate, elas vão ajudar na associação por algum tempo, vieram pra dar uma força no berçário.

 — Há sim, muito prazer meninas, sou o chefe aqui da associação vou mostrar o lugar onde vcs vão ficar me acompanhem.

Entramos em uma casa amarela grande e bem cuidada, nela haviam vários quartos com berços e colchões com crianças pequenas dormindo neles.

— Aqui cuidamos de crianças em situação de risco meninas,  a maioria dessas crianças  foram abusadas, negligenciadas ou sofrerão maus tratos de alguma forma por parte da família, o Barão abriu esse berçário a uns 5 anos e desde então contamos com a ajuda dele para mantê-lo.

Quem diria que um ogro como aquele teria um coração? Penso comigo mas não digo nada, um gato ele é, que isso Jade? Tá louca? Penso logo tentando expulsar o pensamento idiota da minha cabeça.

— Essa é  a Naty, ela vai ajudar vocês a pegar o serviço.

 — Prazer meninas.

Diz com um sorriso caloroso nos lábios, tanto eu quanto Kate pegamos os serviço com facilidade,  demos comida, trocamos fraldas e demos banho nos bebês menores.

— Sinceramente amei trabalhar aqui!

— Sim eu também, Kate.

   

* Katherine narrando

   A jade entrou na sala e me deixou aqui com esse tal de DT,  não vou negar que o cara é um baita gato.

 — Ei loirinha! Como vocês vieram parar aqui no Alemão?

 — Nós roubamos um carro, batemos em um poste e o fato de estar abarrotado de drogas pôs a gente em uma enrrascada.

 — Para, eu estou falando sério.

 — Eu também.

Ele me olha chocado.

— Por*a, mais quem diria em gata, tu e a morena lá mó cara de boa menina.

Ele ri, que gato meu Deus, o observo de boca aberta.

— Ei loirinha deixa eu te mandar uma ideia, amanhã aqui no morro vai ter um baile, tu que vir comigo não?

— Baile? Nunca fui a um baile antes.

 — Tu vai se amarrar prometo.

 — Beleza vou chamar a Jade se ela topar a gente vem...

— Deixa eu perguntar...porque DT?

Ele sorri.

— Dalton loirinha, aqui todo mundo me chama de DT mas meu nome é  Dalton.

— Gosto de Dalto! Combina com você.

— Vai gostar ainda mais gata, é só colar no baile amanhã que garanto que o nome não faz jus ao dono.

Ele sorri malicioso.

Mais populares

Comments

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

esse dt é a Kate já bateu a química hahahhahaha, e nossos protagonistas tbm hahahahhahahaha

2025-06-04

0

Celma Farias da Silva

Celma Farias da Silva

a segunda vez que leio esse livro é amo como se fosse a primeira vez

2025-07-04

0

Marta Hedwig Schley

Marta Hedwig Schley

kkkkkkkkkkkk bandido tá achando q elas são boazinhas

2024-11-16

0

Ver todos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!