Capítulo 1

Aqui estou eu, em um dos maiores fóruns de justiça do Rio de janeiro.

— Pois bem,senhorita Jade Ferraz! Coloque-se de pé para ouvir sua sentença.

    O juiz diz em tom forte e rígido,olho para o advogado ao meu lado que não esboça nenhuma reação e me levanto, definitivamente estou em apuros.

   — Condeno você Jade Ferraz de Aquino  a seis meses de prisão em regime semiaberto podendo ser convertido em serviços comunitários no berçário Santa Berenice no morro do Alemão, deixando claro que será extremamente necessário no mínimo 36 horas  trabalhadas semanalmente, o não cumprimento da pena aqui estipulada acarretará no cumprimento da mesma em regime fechado sem a possibilidade de pagamento de fiança.

    — Aceitamos o acordo excelência, minha cliente irá cumprir o período estipulado de trabalhos comunitários no morro do alemão.

O juiz bate o martelo e se levanta saindo da sala.

   — Não entendi Ferreira , Eu vou ser presa é isso?

  — Não Jade, mas infelizmente você não foi absorvida e terá que cumprir a pena que foi convertida em serviços comunitários.

   — Na favela?

   — Sim! Eu sei que para você isso parece terrível mais diante das circunstâncias o juiz pegou extremamente leve, você e a Katherine roubaram um carro,bateram em alta velocidade em um poste e no porta luvas do mesmo ainda tinha um pacote com coc*aína pura, O fato de você ter assumido a culpa sozinha não ajudou muito, você tem sorte de ser filha de quem é.

    — Já disse que a dro*ga não era nossa Ferreira, era do desgr*açado do Lorenzo, ele deixou a gente andar no carro mais quando batemos e a polícia apreendeu a droga que era dele, aquele babaca preferiu jogar a bomba no meu colo e no da Kate...não poderia envolve-la nisso, o pai a mataria, E já a mim como você pode ver não estão nem aí, o velhote nem veio ver se a filha iria ser ou não presa.

    — Não diga isso Jade, seu pai se preocupa muito com você, ele me contratou e modéstia à parte sou um dos melhores advogados do país.

   — Que se dane! Preferia ser presa mas tê-lo aqui a me apoiar.

   — Pois bem mocinha, vamos para casa,te deixarei lá antes de ir para o escritório, amanhã é um novo dia e vamos ao morro para você conhecer seu novo local de trabalho!

Reviro meus olhos em reprovação.

 —Nana! Cheguei.

— Jade minha filha,já estava ficando preocupada.

Maria é a empregada da casa em que vivo, a chamo de nana por que praticamente me criou, veio para cá quando minha mãe morreu, eu tinha apenas cinco anos de idade na época, me tratou como filha e me trata até hoje, é a única referência do que é uma família para mim, meu pai nunca está em casa então todas as lembranças que tenho de minha infância, adolescência e vida adulta são preenchidas pela presença dela.

— Não seja boba meu amor! Digo beijando seu rosto e fazendo cócegas em sua barriga..você não vai se livrar de mim assim ok?

Ela me olha enxugando as lágrimas em seu avental.

 — Mas então minha menina como foi a audiência?

  — Bem! Segundo o Ferreira tive uma sorte tremenda, eles me sentenciaram a serviços comunitários em uma favela aí.

 — Favela? Você em uma favela?

  — Não seja boba Maria, também não sou essa criatura frágil que pensa, sou capaz de aguentar seis meses nesse tal de Alemão.

 — É no morro do Alemão Jade?

Confirmo balançando a cabeça e a pobre empalidece.

  — O que à com essas pessoas meu Deus, colocá-la em um local como aquele,você não assiste os noticiários Jade?

 — Não seja boba Maria, eu vou tirar de letra.

A beijo antes que ela conclua mais fantasias em sua mente e subo as escadas entrando no quarto fechando a porta atrás de mim.

   — Fala Kate!

   — Como foi na audiência, amiga?

   — Foi bem! Quer dizer, não fui presa! Vou cumprir seis meses de trabalho comunitário no morro.

    — No morro? Qual morro? Eu vou junto!

Rio de sua animação.

   — Só pode estar louca mesmo!

Gargalho e ela arfa do outro lado da linha.

  — Sim vou junto senhorita Jade, não se esqueça que estávamos juntas naquele maldito carro, jamais deveria ter deixado você assumir a culpa sozinha.

  — Seu pai nunca irá permitir isso Kate.

   — Ele não precisa saber,tenho aulas de balé todos os dias das 7:00 as 14:00 é só a gente arrumar um jeito deles te encaixarem nesse horário!

Ela ri de forma eufórica.

  — Começo as 8:00 é saio as 13:00 Kate, o Ferreira já me disse.

    — Perfeito.

Ela grita.

  — Calma maluca, assim você me deixa surda.

Nos despedimos, entro no banho e tomo uma ducha demorada,lavo bem meus cabelos e ao sair me visto deitando na cama, o Alemão me espera e que Deus me ajude pois tudo se encaminha para um verdadeiro desastre.

   

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Comments

Renata Eden

Renata Eden

estou iniciando a leitura hoje dia 25/05/25
e por incrível que pareça, até nesse trecho, estou vendo muita semelhança com outro livro que li aqui mesmo...

2025-05-26

0

Ana Maria Dias

Ana Maria Dias

Menina de papai a fazer trabalho comunitário, aí Jesus e a unha 😂😂 vai ser uma desgraça só pode, tão linda num bairro daqueles, alguém ajude esta menina 🤔😅😅

2024-07-25

2

Tânia Campos

Tânia Campos

🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣🤣

2024-05-24

0

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