4. Enfrentando o seu próprio destino

Eram quase 7 horas quando Dianna despertou, ela abriu os olhos com dificuldade e sentiu todo o seu corpo doer, gemeu baixinho. Bem ali sentado ao seu lado estava Junior que sorriu ao vê-la despertar.

- Você acordou, como está se sentindo? Ele pegou a mão dela com carinho tocando suavemente em seus dedos.

- O que ele fez comigo? Dianna perguntou com dificuldade, mas Junior lhe deu um pequeno sorriso, tentando tranquilizá-la.

- Eu cheguei a tempo, está tudo bem agora. Vou cuidar de você, não se preocupe, já conversei com meu pai e ele vai nos ligar, provavelmente amanhã.

- Onde está seu irmão?

- Não sabemos, talvez com algum amigo, ainda não deu nenhum sinal de vida.

- Entendo.

- Vou mandar trazer o seu café, deve estar com fome.

- Obrigada, obrigada por tudo. Ela se manteve em silêncio o resto do dia, tentando lembrar do que Kevin fez e poderia ter feito na noite anterior e não conseguia entender o porquê daquela mudança repentina. Era aproximadamente 20 horas quando ela recebeu alta e Junior a levou para casa, foi um percurso longo e silencioso. Quando ele estacionou olhou para ela docilmente e perguntou:

- Você está bem? Eu e o Lucas vamos ficar alguns dias aqui, tudo bem para você?

- Está casa sempre foi sua.

- Minha não, eu só cresci aqui. Ele sorriu. Venha, vamos entrar, você deve estar cansada. Eu tomei a liberdade de mandar arrumar o quarto de hóspedes para você, ficar no andar de baixo será mais confortável, até você se sentir melhor.

- Obrigada mais uma vez. Depois que ela se acomodou no quarto, Junior saiu, Dianna caminhou devagar até o espelho e olhou seu rosto de perto, ainda estava bem inchado e escuro, ela respirou fundo e voltou para cama, tudo aquilo parecia um pesadelo, mas mesmo assim ela adormeceu.

Quando o dia clareou, o tempo estava completamente mudado, nuvens esparsas tomaram conta do céu deixando tudo mais claro, o sol refletia seus raios dificultosamente entre as nuvens, a neve havia sumido quase totalmente, mas o vento se manteve suave, Dianna se espreguiçou na cama, havia dormido muito bem e acordou totalmente disposta, mesmo ainda sentindo algumas dores, tomou seus remédios, trocou de roupa e saiu do quarto. Estava faminta e foi direto para a cozinha, sendo recebida com um abraço em suas pernas, Lucas era tão doce e carinhoso.

- Papai disse que você estava doente. Ela se abaixou e o tomou no colo.

- Olhe para mim, já fiquei boa, seu pai cuidou muito bem de mim. Neste instante Marta se aproximou e tomou o menino de seus braços.

- Senhora, ainda está muito machucada, venha, sente-se aqui.

- Estou bem Marta, estou bem.

- O Sr. Junior me recomendou que cuidasse muito bem de você. Ela sorriu.

- Não precisa se preocupar, eu só quero um café.

- Tudo bem, mas eu fiz umas torradas como você gosta, com geleia de morango. E não se preocupe Ana e Berenice já retornaram ao trabalho está manhã, dei ordens para que deixassem seu quarto impecável.

- Obrigada Marta, obrigada mesmo. Ela riu alegremente.

- É o meu trabalho.

- Não Marta, obrigada por cuidar de mim, por pedir ajuda e não deixar que Kevin fizesse o que ele queria comigo. Ela aproximou-se de Dianna, acariciou lhe o rosto.

- Eu queria ter feito mais, mas tudo aconteceu tão de repente.

- Bom, vou dar uma volta com Lucas no jardim, fiquei muito tempo na cama. Ela o levou e caminhou até o jardim, Lucas corria entre as flores a ponto de perdê-lo de vista.

Ele era um menino carinhoso, de uma alegria contagiante, passearam bastante aquela manhã agradável, quando retornara, o menino já havia sujado toda a roupa. No entanto, Dianna entrou em casa falando.

- Berenice, pode vir aqui por favor.

- Sim senhora.

- Lucas precisa de um banho, você me ajuda? E assim, foram os dias que se seguiram, ela sempre passeava pela manhã com Lucas, a tarde aproveitava para descansava. Já havia se passado uma semana, e nada de especial aconteceu, as dores de seu corpo tinham sumido, Junior trabalhou constantemente que quase não aparecia em casa e Kevin até aquele momento não havia dado notícias.

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