Capítulo 02
As mãos de Nicolly acariciam levemente meu cabelo ao penteia-lo e a sensação de conforto que isso causa é boa. Há anos não me sentia livre e confortável assim, a saudade em meu peito ainda é excrusciante mas, saber que por enquanto terei um "lar" caloroso me acalma.
A garota ruiva segue alisando meu cabelo com a escova mesmo já estando totalmente desembaraçado.
Nicolly (Nicky)
Seu cabelo é muito macio.
Luna
Obrigada. — Sorrio para ela. — A cor de seus fios é encantadora Nicolly.
Nicolly (Nicky)
Wow! — exclama — Isso foi muito legal — a encaro confusa.
Luna
Hoje é seu aniversário, Nicolly?
Nicolly (Nicky)
Sim, agora eu tenho 16 anos. — ela cita, orgulhosa. — Ah, e me chama só de Nicky.
Nicolly (Nicky)
Sim, é meu apelido.
Nicolly (Nicky)
Você não conhece essa palavra? — nego com a cabeça. — É como uma abreviação do nome ou algo que faz os outros lembrarem de você.
"Apelido", busco memorizar essa palavra, para contar ao meu irmão algum dia, parece algo que ele gostaria de atribuir aos outros.
Nicolly para o carinho em minhas mechas e me traz um prato de guloseimas.
Nicolly (Nicky)
Come um pouco — aponta.
Enquanto como, Nicolly anda pelo quarto, pegando e mudando coisas de lugar sem parar.
Um som estridente a faz perder a atenção no que está fazendo.
Nicolly (Nicky)
Vou ver o que aconteceu — ela avisa e sai.
Termino de comer e Nicolly ainda não voltou, repouso o prato na sua escrivaninha e resolvo sair a sua procura.
Andar é quase desafiante, acho que a falta de prática afetou os meus músculos, movo-me lentamente buscando não cair. Paro em frente a primeira porta que vejo seguida do quarto de Nicolly, a porta está entreaberta e não sei se deveria bater, mas bato mesmo assim. Dois toques leves na madeira escura e ouço uma voz surgir do interior do cômodo.
????
Agora você bate antes de entrar, Nicky?
Uma voz masculina. Permaneço quieta, a minha mente me manda ir embora, mas, as minhas pernas não se movem direito, 𝘮𝘢𝘭𝘥𝘪𝘤̧𝘢̃𝘰 𝘳𝘪𝘥𝘪́𝘤𝘶𝘭𝘢.
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Nicky? — O garoto torna a repetir.
???
Amor? Quem tá aí? — Uma voz feminina surge também.
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Acho que é a Nicolly tentando me assustar.
???
Ah, claro — o seu tom de indiferença é quase palpável.
Nicolly (Nicky)
Luna! — Exclama num sussurro com os seus olhos arregalados.
Nicolly (Nicky)
Fala baixo. — segue sussurrando.
Nicolly (Nicky)
O que está fazendo aqui?
Luna
Estava procurando por você.
Nicolly (Nicky)
Vamos voltar pro quarto. — ela segura em meu braço. — Esse é o quarto do meu irmão, ele não pode te ver.
Nicolly (Nicky)
Ainda não criei nenhum motivo ou desculpa para conseguir convencê-lo de deixá-la morar aqui.
Luna
Não pode contar a verdade?
Nicolly (Nicky)
Ele não acreditaria.
Nicolly (Nicky)
Como? — pergunta ao sentar na cama. — Com os seus poderes mágicos? — a sua voz ganha um tom de animação forte.
Luna
Não sei se eles funcionam aqui, e também nunca fui treinada para usá-los.
Nicolly (Nicky)
Então, você não sabe fazer magia?
Luna
Não — encaro as minhas mãos.
Nicolly (Nicky)
Mas você vai aprender. — Ela sorri largo.
Luna
Sim. — Sorrio em resposta.
A sensação de nunca ter usado magia mesmo já sendo adulta, me afetou, mas o encorajamento e apoio de Nicolly fez-me sentir melhor. Algum dia, quando voltar a minha terra natal, aprenderei a usá-los, não há pressa.
Por enquanto, seguirei vivendo como uma mortal, longe de qualquer tipo de feitiço.
Comments
Beatriz Andrade
oii fica postando essa historia posta ela completa
2024-01-18
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