Capítulo 02

A chegada a balada — A Porta Vermelha

Regina Amaral…

A noite parecia mais densa naquela parte da cidade. O ar carregava o cheiro de chuva recente misturado ao da fumaça dos escapamentos, e cada passo sobre a calçada molhada ecoava como um prelúdio para algo incerto. Ajeitei a alça da bolsa no meu ombro, enquanto Juliana, sempre mais ousada, caminhava à frente com o salto 15 batendo firme no asfalto. Quando ouço da Juliana, que lança um sorriso rápido, desses que escondem mais do que revelam.

Juliana — Relaxa, amiga. Hoje a gente vai se divertir.

Regina — Tô relaxada Ju.

Tento sorrir de volta, mas meu coração batia acelerado. Não era medo, exatamente; era um tipo de excitação ansiosa, como se estivesse prestes a atravessar um portal. A boate surgia no fim da rua, discreta e, ao mesmo tempo, chamativa, com uma porta vermelha marcada por um letreiro de néon que piscava em azul: eclipse.

Na entrada, uma fila de pessoas se estendia pela calçada, cada uma carregando seu próprio teatro de roupas justas, perfumes fortes e olhares que buscavam aprovação. Juliana me puxou pelo braço e, com a naturalidade de quem já conhecia os caminhos, me conduziu até o segurança com quem, fala, estalando os dedos com intimidade.

Juliana — Boa noite, Cléber.

Cléber — Boa noite, aqui as pulseiras de acesso, sejam bem-vindas.

Regina — Obrigada!

O homem, enorme, de braços cruzados, somente arqueou a sobrancelha e abriu espaço, sem solicitar documentos nem questionar, apenas nos deu a pulseira de acesso ao ambiente. Percebi que Juliana estava em casa ali, e essa sensação de pertencimento alheio me fez estremecer.

Ao cruzarmos a porta vermelha, fomos engolidas pela penumbra pulsante da boate. O som grave da música eletrônica atravessou o meu corpo, vibrando nos ossos, quase como um segundo coração. As luzes estroboscópicas pintavam rostos desconhecidos de branco e azul, congelando expressões de prazer, risadas e segredos em fragmentos de segundos. Juliana se virou para mim, com os olhos brilhando sob o reflexo das luzes.

Juliana — Então, pronta para a noite?

Regina — Pronta.

Respondi, com a voz quase engolida pela batida da música. Respirei fundo. O ar cheirava a álcool derramado, perfume doce e um leve toque de fumaça artificial. Olhei ao meu redor: gente dançando em blocos compactos, corpos se encostando sem cerimônia, garçons atravessando com bandejas cintilantes de copos. Um frio percorreu-me a espinha, não só pela novidade, mas pela sensação de que, a partir daquele momento, nada seria exatamente igual.

Olhei para Juliana, que riu, puxando-me pela mão, me arrastando para dentro do turbilhão de luzes e sombras. A boate, com sua promessa de excessos e revelações, nos recebia de braços abertos. Eu estava perdida, ainda sem saber, estava prestes a descobrir muito mais do que diversão naquela noite.

Juliana — Se solta, está parecendo uma retardada que nunca curtiu uma balada.

Regina — Não nesse lugar, Ju.

Juliana revira os olhos como se estivesse me reprovando, mas curtimos a música em meio aos copos servidos pelo garçom. Horas depois, as luzes da boate pulsavam em tons de azul e dourado. O som grave fazia o meu coração bater no mesmo compasso da música. Pessoas dançavam, riam, brindavam como se o mundo lá fora não existisse.

Tive que admitir que a bebida estava ótima, mas entre flashes e multidão, avistei um homem alto, camisa ajustada que realça o corpo, cabelos arrumados com leve desleixo estudado. Ele se destaca sob as luzes coloridas da pista, o sorriso confiante atraindo olhares.

Encostado no balcão, olhar sério, um copo de uísque na mão, transmitia uma presença magnética que destoava de tudo ao redor. Ele parecia estar fora de lugar e, ao mesmo tempo, dominar cada detalhe do ambiente. Quando os nossos olhares se cruzaram, senti que a noite prometida por Juliana realmente não seria como nenhuma outra.

---

Regina e Mateus — O Primeiro Olhar.

Eu desviei o olhar por alguns segundos, como se quisesse me proteger da intensidade daquele homem maravilhoso. Mas quando voltei a encará-lo, ele ainda estava ali, me observando. Não com arrogância, não como os olhares insistentes que tantas vezes já incomodaram em lugares assim. O dele era diferente: firme, curioso, quase desafiador.

Juliana, distraída na pista de dança, nem percebeu quando me aproximou do balcão. O meu coração acelerava, estava me perguntava se estava agindo por impulso. Ainda assim, não consegui resistir e tentando soar casual, embora a voz tivesse um leve tremor.

Regina — Boa noite!

Ele me olhou de perto, e um meio sorriso se formou em seus lábios carnudos.

Mateus — Agora, sim, boa noite.

Regina — Agora sim?

A voz dele era grave, envolvente, daquelas que arrepiam a pele e como um sorriso capaz de me desmoronar.

Mateus — Achei que você não fosse me dar a chance de dizer isso.

Falo isso e ela arqueou a sobrancelha, surpresa com a minha naturalidade dele até que me respondeu com um sorriso ainda tímido, abrindo a boca de lábios avermelhados do batom.

Regina — E por que teria essa chance?

Mateus — Porque desde que você entrou, eu só consegui olhar para você.

Senti que a minha sinceridade desarmou suas defesas. Percebi que o seu rosto aqueceu, mas ela manteve a pose. Solicitou uma taça de vinho ao barman e se virou de novo para mim e ousou perguntar.

Regina — Você sempre fala assim com desconhecidas?

Surpresa, pergunto isso a ele que inclinou o copo de uísque, saboreando a bebida antes de me responder.

Mateus — Não. Só quando sinto que não deveria deixar a oportunidade escapar.

O silêncio entre nós dois foi preenchido pela música ao fundo. Mas não havia pressa. O tempo parecia correr diferente ali, naquela troca de olhares. Ela sorriu de leve, tentando disfarçar o impacto que aquele a minha investida já causava em seu peito até que após uma golada de vinho.

Regina — E se eu te disser que não acredito em coincidências?

Mateus — Então talvez você também acredite no destino.

Eu me aproximei sutilmente, e a distância entre nós dois diminuiu. Foi nesse instante que percebi: aquela não seria somente mais uma noite de balada…

Continua…

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Comments

Edna anjos

Edna anjos

Uii que isso Mateus , com tantas mulheres lindas ,você só viu Regina ,
UAU Regina, que privilégio

2025-10-02

6

luciane souza

luciane souza

Esses jogos de sedução são o máximo, vamos ver quem vai cair primeiro.

2025-10-02

1

Neide Silva

Neide Silva

eita o primeiro olha é pra começar os trabalhos.🥰🥰🥰🥰

2025-10-01

2

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Atualizado até capítulo 71

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