capitulo 3

— O dia segue seu curso normal, Victor, com seus estresses, mas mantém sua elevada competência no trabalho na sua empresa. A esposa, em quem ele confia, esteve com o amante durante toda a tarde e só voltou à noite. Ao chegar em casa, Victor percebeu a ausência dela, e sua mãe explicou que ela havia saído com algumas amigas. Foi isso que ela declarou. Ele sobe para o quarto, toma banho e se deita na cama na tentativa de aliviar um pouco a tensão causada pelo estresse que está sentindo. Alane chega por volta das 20 horas. Victor está deitado, mexendo no celular, quando ela entra no quarto.

Victor: onde você estava até uma hora dessa?

Alane: nem vem com teus ciúmes, ok? Eu estava com umas amigas, passamos a tarde em um spa e fomos jantar em um restaurante, voltando apenas agora. Satisfeito?

Victor: Alane, por que você está sendo tão indiferente comigo? O que eu fiz com você? Ou, melhor, o que estou deixando de fazer? Está descontentada com o nosso matrimônio? Se for o caso, precisamos sentar e conversar, pois não há casamento bem-sucedido se os dois parceiros não estiverem alinhados.

Alane: "Victor, você está com essas ideias de novo só porque não quero transar com você?" Cara, nem toda mulher está a fim o tempo todo!

— Diante disso, o Victor se altera!

Victor: Alane, não é porque você não queira transar comigo, é por causa da sua frieza, do seu distanciamento. Você não está na mesma sintonia que eu neste casamento. Faço tudo por você, proporcionando uma vida de rainha, e, em troca, não recebo nem um gesto de carinho vindo de uma esposa. Nesse relacionamento, só eu me apaixonei e fico feito bobo tentando te agradar em tudo, enquanto você não faz nada por mim. Entretanto, sinto falta de ter minha esposa ao meu lado na cama, e nem isso você quer mais ser. Pelo que percebo, o desfecho desse casamento é um divórcio.

— Alane está em pânico, pois não pode se divorciar dele; ela precisa do dinheiro dele e tenta contornar a situação.

Alane: Desculpa, Victor, mas nunca mais mencione divórcio. E, nessa história, não foi só você que se apaixonou; eu também me apaixonei por você. Admito que estou distante e indiferente em relação ao nosso casamento, mas prometo mudar. — Aproxima-se dele querendo beijá-lo, mas ele se afasta e responde.

Victor: "Não vou mais ser ingênuo. Sempre é a mesma coisa, Alane, você me faz de gato e cachorro e depois vem querendo me agradar?" O jogo acabou, agora tudo vai mudar. Não serei mais o tolo que fui durante todo esse tempo.  Você pode dormir no quarto; eu durmo no de hóspede.

Alane: então é tudo mentira essa história de que você está sentindo falta de sua mulher na cama.

Victor: não é mentira, porém nem só de sexo viverei. Pode dormir tranquila, que eu dormirei também.

— Victor tem a sensação de que Alane é indiferente, pois não demonstra sentimento. Apesar de perceber isso, ele continua sofrendo internamente, pois se apaixonou genuinamente por ela. A paixão, embora não seja amor, causa dor quando o sentimento é unilateral. Ele vai para o quarto de hóspedes e adormece, enquanto ela ri alto no quarto, observando a expressão perplexa do marido. No entanto, decide jogar o jogo com mais cautela, temendo que ele peça divórcio.

— No dia seguinte, pela manhã, a avó de Victor chega à mansão. O motorista da mansão foi buscar a senhora Aracy, que chega radiante, acreditando que conhecerá uma esposa encantadora de seu neto.

Victor: bom dia, vovó. — abraça sua amada vó.

Aracy: bom dia, meu neto, meu amor! E então, cadê a esposa? Quero conhecer minha neta!

Luzilene: Mãe não vai brincar muito com Alane, porque ela não gosta. Ela é bem diferente do que a gente imaginou para o nosso Victor.

Victor: Ah, mãe! Bom, a Alane está dormindo, vó.

Aracy: meu neto, a vovó acabou de chegar, mas, meu filho, percebo nos teus olhos que não estás bem. Há algo acontecendo, Victor? Como está, de fato, esse casamento, meu neto?

Victor: ah, vó, meu casamento vai bem. Alane é um pouco estressada. Não é o Anjo que minha mãe queria, mas é uma boa pessoa. Eu gosto dela — diz, tentando convencer a avó de que Alane é a mulher que ele ama, mas não convence. A dona Aracy é uma mulher que passou por muitas experiências na vida e nunca teve um marido que correspondesse ao seu coração. Contudo, apesar de tudo, só o deixou quando ele faleceu.

Aracy: depois quero ter uma conversa com você, rapaz. Não pense que essa história convenceu a velha aqui, meu neto. Tudo o que vivi foi aprendizado para minha vida. Hoje em dia, não é simples uma história me convencer, nem uma lágrima me comover, nem mesmo as palavras não me tocam, a menos que sejam ditas com alma e coração.

— Victor fica calado, não diz mais nada e senta-se à mesa para tomar café da manhã com seus pais e sua avó. Enquanto isso, na cidade do Rio de Janeiro, estão a linda Bruna e os seus pais, Silvia e Gael, também tomando café da manhã.

Bruna: "Bom dia, mãezinha, bom dia, paizinho."

Eles: bom dia, meu anjo.

Bruna: hoje vou passar o dia estudando, tá bom? Ao sair da aula, eu vou para o curso de línguas.

Silvia: fez a inscrição para aprender o turco e o francês?

Bruna: "Sim, mãe, fiz a inscrição e já havia vindo treinando, vendo vídeos. Eu já sei até falar algumas coisinhas em turco kkkkkkk: "Seni seviyorum" (eu te amo em turco).

Silvia: kkkkkk, minha filha, não sei nem para onde é que vai essa frase kkkkk.

Bruna: kkkkkkkk eu te amo, em turco!

Gael: Você é muito inteligente, minha filha, tem tudo para ser um dia uma excelente secretária, onde irá lidar com inúmeras pessoas, principalmente vindas do estrangeiro. Quem sabe, se tudo der certo, daqui a um tempo a gente for morar em Betim, onde eu tenho tanta vontade de ir, você consiga trabalhar em uma grande empresa como secretária, talvez.

Bruna: Quem sabe, né, paizinho? Porque o dia de amanhã só a Deus pertence. Enquanto o sonho é apenas sonho, eu vou estudando para viver ele um dia sendo real.

Gael: você é uma menina de ouro, tão nova e tão inteligente.

Bruna: foram vocês o meu espelho para isso.

Silvia: apesar de sermos pobres e morarmos em comunidade, eu sinto muito orgulho, minha filha, de todo o seu esforço.

Bruna: Mãe, nossa classe social não define quem somos. Hoje gosto de estudar, sempre gostei desde criança, mas isso só aconteceu porque vocês me incentivaram e sempre disseram que o estudo é o que me faria realizar meus sonhos. E eu tenho muitos sonhos para concretizar. Por isso, amo estudar, pois quero um dia realizar todos os meus sonhos.

Gael: "E vai, sim, minha filha, se Deus quiser, você vai conquistar todos os sonhos do seu coração." Além de ser determinada e lutar por isso, você tem um Deus ao seu lado, sempre te apoiando. E eu e sua mãe estaremos na primeira arquibancada, aplaudindo seu sucesso e transbordando de orgulho da filha incrível que Deus nos presenteou.

Bruna: Eu amo vocês, pai e mãe, vocês são a razão do meu existir. — abraça os pais.

Essa adorável família simples e modesta possui um coração enorme e generoso. Embora sejam pessoas humildes que lutam arduamente pela sobrevivência, eles possuem um coração de ouro. Coração esse que falta em muitos abastados. Dinheiro não é tudo em nossas vidas. Ele nos auxilia a evoluir, porém o nosso tudo é Deus, nossa família e o desejo de triunfar na vida.

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